Rise Up - part I

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Antes de ir embora, outro caçador veio até mim e lamentou pela minha perda. E, como tinha feito antes, pelo menos umas vinte vezes, eu sorri e agradeci por ter vindo.

Finalmente, a casa esvaziou. Não sei como Bobby suportou tantas pessoas aqui, se fosse eu teria os mandado embora bem mais cedo. Mas, a casa não era minha.

E, durante todo esse tempo, eu não vi Dean, nem Cass e muito menos o Bobby por lá. Acredito que tenham descoberto algo muito importante, ou estavam pensando em me trancar no porão como fizemos com Sammy uma vez.

De qualquer forma, naquele momento, eu não tinha forças para discutir com nenhum deles. Eu só precisava de um segundo, colocar a cabeça em ordem e pensar nos próximos passos.

Ajudei o Winchester e a Dawson recolher as garrafas de cerveja, bem como alguns guardanapos espalhados pela casa. E, ao esbarrar com eles no corredor, eu não sabia o que dizer.
Estava cansada de encarar os olhos penosos deles, como se eu ainda fosse uma garotinha.

É, talvez eu seja.

A última Hasthings.

Essas três palavras não saíam da minha cabeça. Para outros caçadores, isso parecia ser incrível. Mas, minha família estava acabada, eu era a última. O legado dos Hasthings e isso pesava sobre meus ombros. Eu não aguentava mais essa pressão.

Quando terminamos de arrumar tudo, eu me sentei na mesa. Observando aqueles três anéis, nunca achei que algumas jóias seriam tão valiosas um dia. E faltava apenas um, só mais um e tudo acabaria.

Sozinha, pela primeira vez em dias, eu pude sofrer em silêncio. Eu não chorava, mas podia sentir o enorme vazio que crescia no meio peito e não ficaria sentada me corroendo.

- Ah, eu te encontrei - Bobby surgiu do corredor, para se sentar de frente para mim - Dia cheio, não é?

- Eu diria que sim - mal consegui olhar em seus olhos, e fingi o melhor sorriso que pude.

- Você sabe, eu estou aqui, Allison. Nunca mais estará sozinha - o Singer tocou minha mão.

- Sei disso, mas agora... Eu preciso.

- Compreendo, garota. Sabe onde me encontrar.

- Obrigada, Bobby.

E assisti o Singer se retirar da sala e ficar sozinha naquele lugar.

Sempre tive medo de ficar sozinha comigo mesma, temendo o que minha mente poderia fazer comigo. O primeiro passo para se odiar, é conhecer a si mesma. E, depois de tudo o que eu descobri, eu tenho mais medo ainda.

Não tínhamos mais notícia da Morte e Crowley não deu as caras até então.
Odiava pensar na possibilidade de pedir sua ajuda mais uma vez, mas eu não tinha outra escolha.

Era minha última opção.

Me certifiquei que estava sozinha, tirei o celular do bolso da minha jaqueta e disquei o número que ele me passou uma vez.

- Você ligou para Crowley, Rei do Inferno - suspirei, ao notar que caiu na caixa postal - Para pactos digite um... Para-

Eu desliguei antes de ouvir a mensagem. Isso que dá, confiar em um Demônio.

Quando eu irei aprender?

Quando outro me esfaquear pelas costas?

- Allison?

- O que? - eu me virei para a porta da sala, enquanto Audrey entrava, segurando um notebook em suas mãos - Olha, se for anjos ou demônios que você tenha encontrado... Eu 'tô fora.

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