PRÓLOGO

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Daenerys Targaryen foi traida pela última vez em sua vida enquanto ainda estava diante ao assento ancestral de sua família, o Trono de Ferro

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Daenerys Targaryen foi traida pela última vez em sua vida enquanto ainda estava diante ao assento ancestral de sua família, o Trono de Ferro. Apunhalada em seu peito pelo mesmo homem que jurou amá-la, que dobrou seu joelho para ela e, acima de tudo, alguém em quem ela confiava e havia arriscado a sua própria vida anteriormente.

A profecia finalmente estava cumprida. Daenerys Targaryen havia sido traída três vezes... uma pelo sangue, outra por ouro e uma por amor.

Traída. Traída. Traída... havia perdido seu filho Rhaego pelo sangue, teve seus segredos vendidos por Jorah Mormont e, no final, acabou apunhalada por Jon Snow. O mesmo Jon Snow que havia a convencido a lutar e morrer pelo Norte, levar seu vasto exército e pessoas amadas para os braços da morte, perder Viserion para os caminhantes brancos e depois ser arrastada para a cova dos leões e ainda obrigada a assistir usurpadores com coroas falsas e discursos venenosos, em teatros que tentavam a todo custo desmerecer a sua reivindicação legítima.

E mesmo assim ela aceitou esconder seu fogo, indo contra ao seu sangue de dragão e seu orgulho.

E o preço veio dias depois, no exato momento em que perdeu Missandei e Rhaegal nas mãos de usurpadores e traidores. A sua bondade teve um preço alto demais a ser pago... preço esse que levará Daenerys a abraçar o lema de sua família.

Fogo e Sangue. Ela era uma Targaryen, legítima e pura, Mãe de Dragões e Legítima Rainha de Westeros. O Trono de Ferro era seu por direito, por sangue e por nome, desde o Conquistador e suas Irmãs até aquele momento! Ela havia ofertado paz, mas mataram seus filhos e amigos e, então, eles também deveriam pagar o preço. Daenerys desejou ser boa, desejou ser uma grande rainha e fazer justiça ao seu povo, mas talvez tenha sido ingênua demais em acreditar que a última traição não aconteceria ou, pior ainda, de que a conquista do Trono de Ferro pudesse vir sem um derramamento de sangue... ela estava errada e acabou perdendo muito por isso. Chegava a ser engraçado se lembrar de que foi amada por outros povos, que quebrou correntes e conquistou Cidade atrás de Cidade, acumulando exércitos e seguidores que a respeitavam por seus atos, muito diferente da frieza e indiferença que encontrou no Norte de Westeros... talvez tenha perdido aquela guerra por tentar ser amada demais.

Na verdade, Daenerys sentia que estava perdendo desde antes de seu nascimento em meio a tormenta que abateu Pedra do Dragão enquanto Rhaella Targaryen, sua mãe, morria para dar a luz a sua filha.

Havia perdido seu irmão, Rhaegar. Havia perdido o pai, o Rei Louco. Havia perdido a coroa pelas mãos de um Usurpador bêbado, Robert Baratheon. Havia perdido a mãe em seu nascimento, Rhaella. E muitas e muitas perdas vieram depois dessas, uma após a outra em uma infância carregada de medo e fugas constantes, lado a lado com um irmão que cedia a mácula da loucura, Viserys. Na adolescência foi vendida a Khal Drogo, violada e humilhada, sendo obrigada a endurecer rapidamente ou a quebrar.

Ela é Daenerys Targaryen, ela não quebraria tão fácil assim.

Não quebrou quando viu Viserys ser morto, nem mesmo quando deu a luz um bebê natimorto, Rhaego, ou sequer quando Khal Drogo se foi para sempre. Na verdade, Daenerys da casa Targaryen se tornou a Mãe dos Dragões e trouxe a magia de volta para o mundo conhecido, quebrou correntes e libertou escravos, tentou ser justa e aprender com seus diversos erros...

E ali, diante de seus olhos, estava seu último erro.

Jon Snow.

Ela havia confiado nele, o amado e respeitado, mas mesmo assim acabou sendo traída e apunhalada. A Longa Noite parecia estar em um passado distantr e ele já não precisava dela ou de seus Dragões... não, Jon Snow havia provado ser uma de suas piores decepções. Ele a beijou e a apunhalou, talvez com um pensamento moralista em mente para não se sentir culpado pelo seu próprio ato de traição.

Bem, Daenerys nunca saberia o porquê Jon Snow a matou e mesmo assim seriam aqueles olhos negros a última coisa que ela seria obrigada a ver em sua vida. Olhos negros marcados pela traição e que sequer pareciam estar arrependidos ou temerosos.

Sua terceira traição, aquela que veio pelo amor. Amor, palavra amarga em seus lábios naquele momento- talvez nunca tenha conhecido um amor sincero e verdadeiro em todos aqueles anos e, obviamente, não conheceria. Injustiça ou justiça, a última Targaryen estava morta, abraçada pelos braços frios da morte e de suas amargas lembranças.

Tantos erros, tantas experiências miseráveis, tantas humilhações... ela nem mesmo conheceu o amor de uma mãe, o carinho de um pai, o companheirismo de um irmão. Nada, absolutamente nada foi oferecido para ela além de mentiras e mortes, pessoas amadas que escorreram em meio de seus dedos, filhos que partiram cedo demais... os deuses tinham um senso de humor estranho, verdade. De questionou se era nisso em que sua ancestral, Rhaenyra Targaryen, teria pensado enquanto era devorada pelo dragão de seu meio-irmão, Aegon II, o mesmo que havia usurpado o seu trono e contrariado a vontade do pai deles, o Rei Viserys I.

Rhaenyra, assim como Daenerys, também havia sido traída diversas vezes pelas mãos das pessoas que eram parte de sua confiança, teve três de seus filhos mortos na Dança dos Dragões, além de ter perdido Syrax pela mão do povo de Porto Real. Rhaenyra, aquela que foi a Primeira Rainha de Westeros, mas acabou tendo a sua coroa apagada por Aegon da linhagem.

Rhaenyra foi traida e morta na frente de seu próprio filho, assim como Daenerys... os deuses westerosi eram sádicos ao repetir certos acontecimentos, ácidos.

Rhaenyra teria implorado a misericórdia dos deuses? Daenerys não sabia responder isso, não sabia nada além de suas próprias ações.

Daenerys Targaryen não imploraria aos deuses de Westeros pela sua vida, nem mesmo os questionaria por sua morte tão repentina, logo após ter conquistado o Trono de Ferro e sequer ter se sentado nele.

O humor estranho dos Deuses westerosi.

Ela não gostava deles, eles não gostavam dela.

Daenerys preferia os antigos e quase esquecidos deuses valirianos. Vhagar. Syrax. Meraxes... os deuses de sua família, de seu sangue. E, quando Drogon já carregava seu corpo sem vida, Daenerys estava perdida no breu e com os últimos pensamentos naqueles mesmos deuses- ela sentia que eles nunca teriam dado uma vida miserável para ela... Daenerys estaca certa, os deuses da Antiga Valiria teriam dado uma vida diferente para ela, na qual poderia conhecer o amor de um pai, o companheirismo fraternal e crianças com seu sangue, além de amores novos e preciosos... ela desejou tanto uma vida assim, mas agora era tarde demais para Daenerys Targaryen, a Nascida da Tormenta.

No entanto, ainda era apenas o começo para Visenya Targaryen, segunda filha de Viserys Targaryen e Aemma Arryn, nascida graças a benevolência dos deuses valirianos que dariam a Casa do Dragão uma segunda chance.

No entanto, ainda era apenas o começo para Visenya Targaryen, segunda filha de Viserys Targaryen e Aemma Arryn, nascida graças a benevolência dos deuses valirianos que dariam a Casa do Dragão uma segunda chance

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Espero que tenham gostado desse início, agradeço os votos e comentários e peço desculpas pela demora, estou passando por um período conturbado e não tive cabeça para fazer a revisão antes. Até!

Obs: imagino a Christina Ricci em Sleepy Hollow como a versão jovem da Daenerys/Visenya

ZALDRIZES || HOUSE OF THE DRAGON Where stories live. Discover now