"Daenerys Targaryen fechou os olhos para que Visenya Targaryen pudesse abri-los"
Os Deuses da Antiga Valiria dão uma segunda chance para a Dinastia Targaryen e, assim, após a terceira e última traição na vida da Mãe dos Dragões, quando Jon Snow a em...
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"Eu não sou uma mulher comum"
- Daenerys Targaryen
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Ainda existia uma certa lembrança do toque fervente da água em sua pele, por mais que alguns longos minutos já tivessem se passado desde que abandonou a banheira- era um gosto seu, a água escaldante de seu banho. Um hábito doce para ela, um momento de solidão e de calma para apreciar o calor até o instante em que a água esfriasse e perdesse a graça.
Aquele era o único momento em que permitia que as memórias de Daenerys Targaryen, a Mãe dos Dragões, viesse em sua mente- as lembranças daquela vida era uma tortura para a jovem, indo e vindo como borrões em sua mente desde quando era pequena demais para ficar sozinha.
Daenerys, a mulher que ela já havia sido um dia... a última Targaryen, uma rainha usurpada, traída três vezes e apunhalada no peito por alguém que amava. Bem, agora ela era Visenya Targaryen, a última filha nascida da Rainha Aemma e do Rei Viserys. Infelizmente, assim como em sua primeira vida, Aemma Arryn havia morrido no parto como Rhaella Targaryen.
Seu nascimento não aconteceu no meio de uma tempestade como sua primeira vida, mas aquele dia também foi uma tormenta para sua família, desde a morte de Aemma até a perda de Baelon, seu irmão gêmeo que partirá desse mundo durante a noite, sequer tendo um dia completo de vida. Visenya, estranhamente, conseguia se recordar da cama suja de sangue e do rosto pálido de Aemma Arryn- talvez aqueles tivessem sido os últimos instantes da consciência de Daenerys? Ela não podia saber com certeza. Na verdade, a única certeza de Visenya Targaryen era que seu renascimento, séculos antes de sua morte, carregava um propósito que ela almejava saber com clareza... bem, ela se lembrava de alguém contar para ela sobre a Dança dos Dragões, a catastrófica guerra que colocou os dragões em extinção e aniquilou quase todos os Targaryen vivos.
Sabia que sua família nunca mais foi a mesma depois dessa guerra.
Uma guerra entre seus irmãos, Rhaenyra e Aegon, em busca do Trono de Ferro. Ou pelo menos, era isso de que Visenya conseguia se recordar habitualmente durante seus banhos escaldantes ou noites em claro. Achou que estivesse enlouquecendo quando suas antigas lembranças vieram e ganharam força em sua mente, pedaços de sua primeira vida, desde seus medos, fugas, amores e perseguições estranhas... no entanto, nada era claro o suficiente para realmente ajudá-la. Visenya tentou ignorar esse lado até não poder mais, quando já acreditava que estava louca e se questionava se deveria se jogar da janela de seu quarto.
Ela se lembrava de sempre estar fugindo com um irmão, cujo nome e rosto não conseguia escutar ou ver, mas a crueldade dele ainda estava viva em sua mente. Ela se lembrava de ser entregue para Khal Drogo, um poderoso Dothraki que prometeu conquistar o "assento de ferro" para ela, mas também foi responsável pela morte do irmão desconhecido e de muitas dores que Visenya tentava esquecer, apesar de se lembrar vagamente de ter carregado o filho natimorto do homem. Ela também se lembrava de três ovos de dragões que sempre a chamavam, assim como se lembrava claramente do nome do homem que arrasou sua família, Robert Baratheon, um rei bêbado que matou seu irmão mais velho, Rhaegar, e trouxe muitas mortes e destruição para os Targaryen, que naquele momento já estavam em declínio.
