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05 || Vhagar

Se eu morresse amanhã, viria ao menosFechar meus olhos minha triste irmã;Minha mãe de saudades morreriaSe eu morresse amanhã!

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Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que amanhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o doloroso afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

Se eu morresse amanhã - Álvares de Azevedo

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O vento gelado de Derivamarca castigava duramente os presentes no velório de Laena Velaryon.

Visenya Targaryen era uma das poucas pessoas que não se sentia atingida pelos fortes ventos em sua pele. Ela era acostumada com aquela sensação gélida e, infelizmente, a sua cicatriz deixou seu o tronco tão gélido quanto um cadáver desde que soube do falecimento da filha de Rhaenys Targaryen e Corlys Velaryon. A sensação quase cadavérica começou no instante em que as criadas a forçaram a se levantar da cama naquela manhã, mas o frio acabou passando para o restante do seu tronco durante a viagem até Derivamarca- a Princesa se questionava se aquilo continuaria até os dedos do seus pés estarem congelados. Seja o que fosse, não permitia que ela fosse atingida pelos ventos vindos do mar.

Infelizmente, não era apenas o frio que não a incomodava.

Visenya nunca iria admitir em voz alta. Aquele segredo iria com ela até a sua morte. Porém, a Princesa Targaryen não conseguiu se enlutar pela perda de Lady Laena Velaryon, ainda que tivesse tentado durante toda a viagem se sentir triste pelo acontecimento. Na verdade, Visenya se sentia nervosa, extremamente nervosa, desde que soube da morte da esposa de Daemon, seu idolatrado tio- o nervosismo não tinha causas evidentes e isso acabava por irrita-la ainda mais. Nem sequer conseguiu comer desde que colocou os pés em Derivamarca, já que seu estresse fazia com que a fome nunca chegasse até ela, além de que apenas a menção a comida a fazia se sentir enjoada. E, para melhorar ainda mais o seu humor, sua cabeça estava doendo desde que estavam velejando... bem, isso ela culpava a presença de Otto Hightower e Larys Strong no barco, já que era apenas necessário olhá-los para sentir-se a um passo de jogá-los na água.

Talvez vê-los se afogar tivesse melhorado seu estado de espírito, mas acabou optando pela opção mais civilizada e se manteve durante toda a viagem ao lado do pai, Rei Viserys, que também não se encontrava em seu melhor estado nos últimos dias. Por um lado, também preferiu ficar na cabine com o pai do que ser obrigada a assistir Aegon e Helaena em seus dragões, tomando a frente da viagem enquanto cortavam os céus até Derivamarca. Ela sentiu que deveria ter orientado Aemond a seguir seu exemplo, já que o meio-irmão passou toda a viagem no cais com Alicent, enquanto observava os majestosos dragões.

ZALDRIZES || HOUSE OF THE DRAGON Where stories live. Discover now