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14 || O Outro Lado do Tecido

"O destino é aquele que embaralha as cartas, mas somos nós que as jogamos

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"O destino é aquele que embaralha as cartas, mas somos nós que as jogamos."

- Arthur Schopenhauer

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Visenya Targaryen ficou com hematomas em suas coxas por dias que, em um primeiro momento, pareciam apenas manchas levemente avermelhadas, inofensivas. No entanto, não demorou muito para que o tom roxo-azulado aparecesse, para então dar lugar as marcas amareladas.

Foi só então que finalmente percebeu o que havia feito durante o banquete de comemoração ao Dia do Nome de Jullen Hightower... Visenya havia fincado suas unhas nas pernas durante boa parte da noite, já que os braços expostos a impediam de atacar os membros superiores nos momentos de raiva- ou quando tentava segurar a repulsa que sentia, queimando em seu interior. Ela não se perdoou por dias.

Quis queimar o vestido em sua lareira assim que voltou aos seus aposentos naquela noite. No entanto, apenas o guardou no fundo de um de seus baús e se decidiu a esquecê-lo completamente... os próximos dias não foram melhores. A Rainha Verde parecia atenta em seu passos, em sua rotina e em quem fivava ao seu redor- Visenya passou os próximos dias sob os olhares da corte e acompanhou Helaena nos corredores para provar sua inocência. A Septã Jeyna também passou a olhá-la de lado, como se a estudasse em busca de qualquer sinal mínimo de "algo" que pudesse incriminá-la. Seu pai, Rei Viserys, continuava acamada e passava mais dias sob efeito do leite de Papoula do que realmente em consciência. E, por fim, Taryne Hightower estava mais distante e carregada por devaneios do que nunca antes- seus pais haviam chegado a corte pouquíssimo tempo depois, levando a jovem a contínuas caminhadas ao lado de seu futuro marido e incontáveis preparativos para a viagem que a mesma faria nas próximas luas.

No fundo, Visenya se sentia dividida com o sofrimento da Dama de Companhia: não havia destino pior do que se casar com um Lannister. Podia ter se irritado com a língua solta da Hightower, mas no final das contas... Kivan Storm realmente estava no seu quarto naquela noite, ainda que não para os meios que Taryne podia acreditar.

Parou de pensar tanto nisso depois que foi obrigada a passar a tarde com a Septã Jeyna, a Rainha Alicent, Taryne Hightower e sua mãe, juntamente com Helaena... possivelmente foi a tarde mais longa de sua vida e, na maior parte do tempo, ela desejou torcer o pescoço da mulher de cabelos negros que a olhou indiscriminadamente por horas. Na manhã seguinte, Visenya Targaryen preferiu acompanhar os treinamentos dos meio-irmãos Aegon e Aemond do que suportar a mãe de Taryne Hightower.

Aegon estava visivelmente sonolento e pego pelos resquícios do vinho que claramente havia bebido na noite anterior e, por tal fato, acabou sendo duramente empurrado por Criston Cole pelo pátio- ela esqueceu a antipatia pelo membro da Guarda Real por alguns minutos. No entanto, a diversão acabou quando Aegon decidiu liberar sua frustração contra os meninos mais novos, especialmente Jullen Hightower que havia rido em alto e bom som dos atos de Criston... Aemond revirou o olho muitas vezes naquela manhã e, em vários instantes, foi pego olhando para a noiva na sacada. Visenya, mesmo que não o olhasse, sabia que ele a estudava... ela sempre tinha a mesma sensação quando ele a estudava, sempre o mesmo queimor na pele e o peso em sua mente.

ZALDRIZES || HOUSE OF THE DRAGON Where stories live. Discover now