ESCRITOS I

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Escritos do Septão Ronard, 162 D. C

A Cerimônia que uniu o Príncipe Aemond Targaryen e a Princesa Visenya Targaryen

"𝔖𝔢𝔤𝔲𝔦𝔫𝔡𝔬 as tradições da Antiga Valiria, as quais formavam o sangue da Dinastia Targaryen, ainda no final do ano de 120 D. C o Rei Viserys I anunciou aos Sete Reinos que os seus dois filhos, Aemond e Visenya, estavam noivos.

A Princesa era fruto do primeiro casamento do Rei Viserys I com a Rainha Aemma Arryn, tornando-a meia-irmã do noivo, já que o garoto era filho da segunda esposa do Rei, Alicent Hightower. O noivado surpreendeu muitos nobres westerosi quando foi anunciado: alguns esperavam que Visenya acabaria casada com seu outro meio-irmão, Aegon, tendo em vista que ele era pouco mais de um ano mais novo que ela; outro mais ousados repudiavam a união que seguia os preceitos valirianos.

A união de Aegon Targaryen e Helaena Targaryen precedeu o casamento dos irmãos no meio do ano de 121 D. C., exatamente quatro luas antes que Visenya e Aemond subissem ao altar.

A cerimônia da Princesa Vermelha e do Príncipe foi cercada de tensões antes mesmo de acontecer- que anos depois ainda serviriam para fomentar rumores sobre o relacionamento dos dois. Rhaenyra Targaryen, Herdeira do Trono de Ferro e irmã mais velha dos noivos, com muita antecedência enviou uma carta ao pai que nem ela ou o marido, seu tio Daemon Targaryen, nem mesmo seus filhos ou as enteadas, participariam da cerimônia em Porto Real, já que a mesma estava a espera de seu quinto filho- o segundo com Daemon, que posteriormente seria nomeado em favor do Rei Viserys I em uma tentativa de apaziguar os ânimos entre eles. Infelizmente, a relação de pai e filha estava estremecida desde que a Princesa Rhaenyra se casou as pressas com o tio, pouquíssimo tempo após o falecimento de seu primeiro marido, Sor Laenor Velaryon, além de que nenhum dos dois pediu a bênção do Rei- Cogumelo afirmou que Viserys queimou a carta de sua Herdeira em meio a gritos de raiva que engoliram todo o andar do solar do Rei. A segunda tensão ganhou força quando uma das costureiras responsáveis pelo vestido de Visenya acabou contando ao amante que a Princesa e a Rainha entravam constantemente em atrito a cerca do vestuário que a garota usaria na cerimônia- a Rainha Alicent era uma seguidora fervorosa da Fé dos Sete, então se opunha a qualquer detalhe que poderia contrariar os seus padrões morais e religiosos. Em contraponto, Visenya Targaryen se opôs a usar a Estrela de Sete Pontas ou até mesmo a carregar qualquer símbolo da Fé durante a cerimônia.

Rumores sobre o desdém da Princesa Targaryen sobre a Fé dos Sete sempre existiram e a seguiram por toda a sua vida, desde a sua falta de ânimo em participar de cerimônias em Septos até a contrariedade em usar símbolos da religião. Anos mais tarde, já em sua vida adulta e em meio a guerra, Visenya Targaryen recusou abertamente à Fé e afirmou sua escolha em seguir os Antigos Deuses Valirianos- a opção da Princesa foi vista como uma ofensa por muitos senhores, porém, as tensões da Dança e os atos de Visenya em batalhas foram essencias para que sua decisão não fosse tão duramente combatida. Cogumelo afirmou que Visenya Targaryen queimou todos os símbolos dos Sete que existiam em Pedra do Dragão, no ano de 130 D

C. após um de seus fortes colapsos emocionais.

No entanto, a tensão entre Alicent e Visenya se tornou tamanha que Viserys I precisou intervir. Dizem que o Rei tentou agradar ambos os lados naquela reunião, por mais que a sua "doce menina" estivesse fervorosa em palavras e apontamentos.

Viserys agradou Alicent em determinar maior modestia no vestido de noiva da segunda filha, no entanto, as concessões dadas a Visenya foram muito maiores do que as oferecidas a madrasta- a Corte ficou boquiaberta com o tecido branco e justo que a garota usou na cerimônia, cujo forro vermelho se sobressaia como uma enorme mancha de sangue presente na parte interior do tecido. Contudo, foram as escamas feitas em bronze e que moldavam o tronco esguio de Visenya que marcaram o ideário popular por décadas: alguns cortesãos afirmaram que as escamas haviam sidos moldadas na própria pele de Vermithor, enquanto outros acreditavam que o detalhe realmente havia sido feita com verdades escamas da Fúria de Bronze.

Aegon Targaryen espalhou que Aemond havia ido a bordel da Rua da Seda antes de se casar com a Princesa, pois "não desejava desagrada-lá"- a Rainha Alicent cortou a fofoca pela raiz assim que soube.

Os dois se casaram no início de uma tarde chuvosa em Porto Real, dando começo a um novo ramo da Dinastia Targaryen e tendo como plateia uma vastidão de nobres, que iam desde as Pequenas até as Grandes Casas de Westeros, além de que uma vasta multidão acompanhou o progresso real de Visenya, gritando fervorosamente pelo seu nome durante a cerimônia precedida no Septo da capital. Lá o seu manto de noiva vermelho com o símbolo Targaryen foi trocado por um dourado e verde, também com o símbolo Targaryen bordado em suas costas- Cogumelo afirmou que Aemond Targaryen tremeu ao trocar o manto da meia-irmã na cerimônia, porém muitos presentes discordaram do anão.

Um grande banquete foi oferecido pelo Rei Viserys após a cerimônia na Fortaleza Vermelha, em honra ao casamento que "tanto alegrava seu pobre coração".

A cerimônia de cama não aconteceu a pedido da própria Princesa ao seu pai- Visenya Targaryen teria enfatizado ao Rei que era completamente contrária a "mãos estranhas tocando o seu corpo e fazendo comentários sujos". O Rei Viserys I ficou conhecido por sempre ceder mais as filhas do que aos filhos, então, o pedido de sua segunda filha foi compreendido e decretado por Viserys, assim como o mesmo havia se colocado entre os atritos entre esposa e filha sobre o vestido da cerimônia. Contudo, a consumação aconteceu na mesma noite, dando início definitivo à união deles.

Fontes próximas a corte afirmaram que Aegon Targaryen ficou mal-humorado após a cerimônia de cama ser cancelada pelo Rei Viserys, além de ter sido arrastado por Sor Darklyn da Guarda Real, que guardava os aposentos de Aemond naquela noite por ser manto juramentado da Princesa.

Na manhã seguinte, a anciã Vhagar e o formidável Vermithor cortaram os céus da capital e encobriram Porto Real com suas sombras, em meio a uma ruidosa dança."

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