Capítulo 2 - A Queda e a Fuga

102 7 1
                                    


CAPÍTULO 2: A QUEDA E A FUGA

Duas semanas depois

Era uma sorte a casa em Grimmauld Place ter vários andares e um porão ainda repleto de artefatos das Trevas, porque se fosse menor ou mais sem graça, Draco pensou que poderia ter se rendido ao Lorde das Trevas por puro tédio.

- Draco - disse sua mãe uma noite, quando ele cometeu o erro de dizer isso a ela. - Isso não é motivo de piada.

Os olhos dela, azuis gelados e levemente felinos, como se eles estivessem saturados de cor, moveram-se nervosamente para a porta. Draco sabia que ela estava se lembrando da mansão, que por quase um ano abrigou um fluxo constante de comensais da morte, todos monitorando as palavras uns dos outros em busca de indícios de fraqueza ou deslealdade.

Draco bocejou e afundou em sua antiga cadeira de couro.

- Por favor, mãe. Você sabe o quanto trabalhei para conseguir esta reserva exclusiva. Não vou deixar tudo para você.

Sua expressão se suavizou e seus lábios se repuxaram brevemente em um quase sorriso. Ela voltou para o Profeta da Noite.

A mãe de Draco parecia mais saudável do que nunca. Seus longos cabelos loiros, que eram lisos e opacos a cada feriado, estavam escovados e limpos agora, e embora seus olhos ainda tivessem o tom vermelho da insônia, seus movimentos eram menos nervosos. A postura dela havia recuperado a rígida perfeição que Draco associava com pérolas negras e túnicas de seda, e as luxuosas festas de sua infância.

Em geral, ela parecia como Draco se sentia: como se o ano anterior tivesse sido fisicamente sugado de seu corpo, deixando-a mais leve, capaz de respirar.

Draco passou os dedos pelos braços rachados e desbotados da poltrona e experimentou um raro momento de contentamento. Era meados de Julho e estava agradavelmente quente, e eles abriram as janelas da sala de estar para deixar entrar uma brisa. A Rádio Bruxa zumbia no canto com a Sinfonia dos Grilos de Clantham, e sua mãe estava, se não feliz, pelo menos segura e confortável. Para piorar, eles receberam a notícia duas noites atrás de que Lucius havia contrabandeado o Esboço dos Mortos Vivos em Azkaban e seria libertado neste fim de semana.

Não havia correio de coruja para a casa, mas o Profeta e quaisquer mensagens vinham pelo flu duas vezes ao dia, ejetadas sem cerimônia na lareira da cozinha. A notícia mais movimentada do Profeta até agora foi o obituário compartilhado, publicado uma semana após suas 'mortes'. Draco tinha lido a matéria em voz alta em um tom sombrio de padre que fez sua mãe sorrir com os dentes, o que ela nunca fez; havia um canino afiado de que ela não gostava.

- Qualquer coisa que valha a pena ler hoje? - ele perguntou, apoiando os pés em um divã cujas pernas de marfim foram esculpidas em presas de troll.

- Não particularmente. O Ministério está conduzindo uma investigação interna do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos. Eles suspeitam que alguém foi comprometido.

- Jogos e esportes mágicos? - Draco riu. - Claro. Tudo parte do plano mestre do Lorde das Trevas para assumir a Associação Internacional de Quadribol.

Um canto da boca de sua mãe se contraiu.

- Eles acham que é uma porta lateral para o escritório dos aurores. A falta de segurança em um departamento pode significar uma cadeia de Maldições Imperius, etc., etc.

- Oh - Draco fez uma pausa. - E? Alguém está sob imperius?

Sua mãe arqueou uma sobrancelha fina.

Os Desaparecimentos de Draco Malfoy - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora