Capítulo 19 - O Perjúrio de Pansy

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CAPÍTULO 19: O PERJÚRIO DE PANSY


Pansy supôs que era dor, o que ela estava sentindo. Sim, era isso. Seus joelhos doíam por cavar no cascalho por tanto tempo, e seu tornozelo torcido latejava.

A dor não conseguia penetrar, no entanto. Por um tempo, nada aconteceu. Ela mal ouvia as vozes nadando ao seu redor.

- ...escória de traidores de sangue, diga-nos para onde eles foram!

Pansy olhou inexpressivamente para a figura se contorcendo e chutando o cascalho. Uma mulher ruiva. A mãe dos Weasleys. Seus membros pareciam tão estranhos, desarrumados daquele jeito, e havia sangue por toda a manga. Seu marido e filho imploravam, suas vozes confusas no ar enfumaçado.

- Madame Lestrange - ofegou um auror manchado de cinzas. - O mensageiro chegou com o Veritaserum.

Bellatrix Lestrange levantou sua varinha para acabar com a maldição, e a Sra. Weasley caiu, insensível e arfando, no chão.

- Bom - Bellatrix cuspiu, lançando um olhar venenoso para as outras sete pessoas ainda ajoelhadas em fila no cascalho.

Bem, seis estavam ajoelhados. Oliver Wood estava inconsciente à esquerda de Pansy, sangue escorrendo do canto de sua boca. Pansy se perguntou se ele estava morrendo. Ela havia passado mancando por um homem morto mais cedo. Sua pele tinha sido queimada em tantos tons variados que ele parecia ter sido acolchoado.

Pansy olhou para Bellatrix, cujas vestes estavam chamuscadas e rasgadas, seu cabelo escuro um caos tão informe quanto a fumaça. Pansy sabia que deveria desviar o olhar. Ninguém olhava para Bellatrix Lestrange, a mão direita do Lorde das Trevas. Ainda assim, Pansy não sentiu medo de fazer isso, ou mesmo desafiadora. Ela não sentiu quase nada desde a batalha.

Ela não tinha entrado em pânico quando Rodolphus Lestrange a arrastou para fora da multidão, rosnando que ele tinha visto o que ela tinha feito, a pequena traidora imunda, ajudando-os a escapar. Ela não sentiu raiva quando ele a jogou no chão entre Wood e a mulher Prewett. Pansy deveria ter ficado horrorizada por ser agrupada com traidores de sangue como esses, mas toda aquela emoção elevada havia se extinguido, como uma chama que se apagava.

Os aurores, que haviam começado a administrar Veritaserum do outro lado da linha, praguejavam, murmurando algo sobre Feitiço de Memória. Pansy não estava realmente ouvindo. Seus amigos estavam a três metros de distância na grama. Todos pareciam estranhos, até mesmo Greg, alto e de pescoço grosso, uma queimadura brilhante formando uma bolha na lateral do pescoço, Greg que ela conhecia desde o berço... Greg, cujo pai havia sido levitado em uma maca, sem reação.

Vincent estava tentando dizer algo a ele. Greg não estava respondendo.

Theo, no entanto... Theo estava observando Pansy, seu cabelo grisalho de cinzas. O que você acha? ele murmurou para ela antes que o discurso fosse acontecer. Quer ficar e ouvir sobre como somos bons membros da sociedade? Ou podemos voltar para o meu. Papai não vai escapar de tudo isso por mais algumas horas.

Tinha sido uma oferta de perdão, depois do jeito que ela agiu no quarto de Draco. Theo estava sempre pronto para perdoá-la, mas Pansy nunca se sentiu grata por isso. Ela não queria ciclos de raiva e absolvição. Ela queria o tipo de compreensão inata que parece respirar.

Ela pensou que poderia encontrar isso com Theo, com tempo suficiente, mas talvez não. O relacionamento deles sempre foi tumultuado, ação e reação e sensibilidade mútua. Nada como... como...

Os Desaparecimentos de Draco Malfoy - TRADUÇÃOWhere stories live. Discover now