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Dois meses depois da possível morte
de Sophie.

PERCY

-Bom dia, filho! - minha mãe abre a cortina de meu quarto, e escondo minha cabeça no travesseiro.

-Não há um bom dia. - digo em um tom abafado pelo travesseiro ainda com os olhos fechados.

-Ah, deixa de ser preguiçoso, menino
Nemo. - Elizabeth está encostada no batente da porta. Com seus cabelos loiros tingidos de preto, um coque bagunçado, seu coturno de lei, e sua jaqueta de couro.

-Menino Nemo? - minha mãe questiona.

-Um apelido medíocre que a Elizabeth me deu. - finalmente abro os olhos ainda deitado na cama.

-Não é medíocre. - Elizabeth diz.

-Achei criativo. - minha mãe diz com um sorriso.

-É criativo seu filho sofrer bullying?

-O nemo é bonitinho. Vamos. Levanta! - minha mãe diz com os braços cruzados.

-Com qual finalidade eu levantaria cedo em um sábado? - pergunto.

-Vamos fazer um passeio. - Elizabeth diz.

-Nem fudend-

-Percy Jackson! - minha mãe diz com uma expressão seria. Bem seria.

-Está vendo, Sra Jackson? O Percy anda muito rebelde. - Fuzilo Elizabeth com o olhar.

-Ninguem te perguntou nada, Elizabeth. - digo.
-Desculpa pelo palavrão, mãe. - me sento na cama.

-Vamos te esperar na cozinha. - minha mãe e Elizabeth saem do quarto.

Faço minha higiene pessoal, e enquanto escovo os dentes com a torneira aberta, lembro de Grover e Sophie me dando sermão por isso, e a fecho. Sinto falta dela. O acampamento chegou a fazer um velório. Eu não fui. O chalé de Apolo me odiou por isso, mas eu não vou em um velório de alguém que eu tenho certeza que está vivo.
Eu não voltei para o acampamento. As férias estão acabando e eu não voltei. Eu estou com raiva. Raiva porque ninguém fez nada. Raiva por não acreditarem em mim.
Fazem 2 meses. 2 meses desde que ela desapareceu. Eu me forcei a perdoar Elizabeth, ela está sofrendo tanto quanto eu.
Eu entendi que ela está sofrendo, mas do jeito dela. Fazendo maluquices no cabelo, chorando escondido, indo nos lugares preferidos de Sophie. Mas eu não entendo como luto, e sim como recordações. Saudades.
Entro no chuveiro. Me troco. Quando estou saindo do banheiro junto com o vapor quente para vestir meus sapatos, Elizabeth bate na porta.

-Entra. - digo procurando os sapatos.

-Vamos, menino. Você demora mais que eu para se arrumar. - Elizabeth entra no quarto.

-Para onde iremos? - digo colocando o sapato.

-Para minha casa. Bom, minha e dela. - ela se refere a Sophie.

-Nunca fui na sua casa. - digo.

-Por isso mesmo. Você vai conhecer meu guardião legal, meu avô.

EM BUSCA DA VERDADE - percy jacksonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora