26. Não posso pensar nela.

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                          PERCY JACKSON

        Não sei como explicar o que aconteceu nas últimas semanas.
        Tudo um pouco. Nova missão. E estamos nos preparamos para lutar contra Cronos e Bugdana.
         O acampamento todo, com fortes preparos, mas com baixas esperanças em relação a batalha. Seria muita idiotice achar que iríamos vencer contra o Titã. Mas, vamos tentar, e se morrermos vai ser com um pingo de dignidade.

- O que você está fazendo aí? - Elizabeth está me encarando com suas malas nas
mãos. - Vamos visitar nossas famílias, Menino Nemo. Porque ainda está sentado no gramado?

    Me levanto rapidamente, e pego minha mochila.

- Eu não estou mais sentado. - Abro um sorriso convencido.

- Vamos logo! - Ela revira os olhos.

   Elizabeth é a única que mora bem perto de mim. Não frequentamos a mesma escola, porque ela é famosa, tecnicamente. Ela é bem popular, porque seu avô é milionário.
    Então, ela tem paparazzis que ficam atrás da mesma, tomando totalmente sua privacidade.
    Elizabeth estuda em Home office. O que seria maravilhoso para mim. Assim, eu não destruiria outra escola com monstros ridículos.

                                       ...

    Estava em casa, e minha mãe tinha preparado um cupcake azul.
     Ela vai me contar algo que me deixará mal? Ou ela acha que estou mal? porque bem eu não estou. Não estou mesmo.
     Quando voltei do castelo, fiquei totalmente sequelado. Com flashbacks do local, e de tudo. Os de Elizabeth são muito piores.
      E quando a Sra. Jackson viu minhas costas? Aquilo foi um escândalo. Prefiro me esquecer. Juntamente, com todos daquele lugar.

- Sente-se. - Ela aponta para cadeira que está a sua frente na mesa.

- É mesmo necessário? - Pergunto sem entusiasmo, e ela me encara com um olhar de "é sério que você está me perguntando isso?".
    Então, me sento a sua frente.

- Me conte. - Ela pergunta, e eu a encaro confuso.

- Contar o que, mãe? - Pergunto encarando o bolinho.

- O que está te incomodando? Percy, você não está nada bem. Desde que a....

- Eu perdi a fome. - Me levanto da cadeira.

- Volte. - Minha mãe diz com um tom autoritário.

     Eu não vou ir para ver o que acontece. De jeito nenhum.

- O que a senhora quer ouvir?

- A verdade. Me fale a verdade, Percy.

- Eu não tô legal, ok? - Dou um longo
suspiro. - Eu não estou afim de conversar. Aquele lugar me deixou com uma energia negativa, e pesada. E eu não me recuperei ainda. Era isso que queria ouvir? - Pergunto com um leve tom de sarcasmo.

- Não. - Minha mãe me encara. - Não era isso que eu queria ouvir, filho.

     E depois disso você deve ter pensado "Nossa, sua mãe deve ter te pressionando para contar a verdade, ou simplesmente, ter deixado você ir". Não. Ela não fez nenhum dos dois.
    Agora, eu estou parado na porta da sala do Dr. Johansson. Um psiquiatra. Psicólogo.
    É tudo com "Psi". Mas é um desses aí.

- Entra, Percy. - Minha mãe me dá um sussurro encorajador. Dou um longo suspiro e entro.

    Eu não queria que minha mãe achasse que eu estou maluco. Não que eu não seja, mas ir ao médico é a pior humilhação existente.
   Se eu contar tudo para esse cara, é daqui direto para o manicômio.
   Finalmente, vou ver pessoas como eu!
   Eu sou o coringa agora.
   Eu sou rebelde porque o mundo quis assim.
   Cadê o Batman?

EM BUSCA DA VERDADE - percy jacksonWhere stories live. Discover now