Arco V - capítulo 64 - Quase la

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Hinata

Já faz 3 meses que estou aqui. Eu não sinto meu corpo, não sinto meus movimentos, eu só faço o que meus instintos dizem. Sangue. Sangue. Sangue. É a única coisa que penso.

Observo aquela floresta, enalo o ar a minha volta, sinto cheiro fresco e oscilante.
Corro;
Corro;
Corro;

Preciso matar. Preciso me alimentar. Preciso de sangue.

Pego o meu alvo pelo colarinho, enfiando garras em suas costas, com determinação, rapidez e ódio.

Fome é o que sinto. Fome é o que mais sinto.

A minha presa se debate descontroladamente, mas não o deixo escapar, pego e afundo mais minhas garras em suas costas, e desço rasgando toda a sua pele.

A minha presa grita, um grito agudo de dor, uma dor maior que a minha?

Não

Nenhuma dor era maior que a minha.

Nenhuma fome era maior que a minha.

Nenhuma insanidade era maior que a minha.

A minha presa me bate contra uma árvore, varias e varias vezes. Meu corpo não sente o impacto, pois a única coisa que pensa é no sangue, na morte, na comida. Em tudo referente a isso, nada era pior do que a minha, nada era pior que a minha dor.

O homem então aplica algo em meu pescoço....

Homem?

Como pude diferenciar?

Não. Homem não. Uma presa.

Meu alimento.

Sinto um cansaço me abater. Tudo em mim vai relaxando, e isso me quebra, me abala, me destrói.

Durmo.

Durmo.

Durmo.

A insanidade me destrói.

Será que estou louca? Será que eu sou algo?

Não.

Sou um monstro.

Monstro.

Monstro.







Acordo, uma fome incontrolável me preenche. A maior parte do tempo não consigo controlar meu corpo, é como se algo o controlasse por mim.

Estou preza.

Presa

Presa

Presa

Como?

— Hinata, você precisa se controlar. — Uma voz, voz, voz.

Parece familiar. É familiar.

Minha cabeça doi, é aquilo que sempre consome o meu corpo, toma o controle.

— Você fez isso comigo! — Grito.

— Eu sei, estou tentando concertar você! — Diz o homem, tão familiar a voz..... Tão humana.

"Humana tola, acorde..." — Ouso no fundo da minha mente, como um sussurro melancólico, um sussurro de posse.

Humana? Não sou humana.
Não sei o que sou.
Sou um nada.

Digo a mim mesma diversas vezes. Quer dizer, eu consigo dizer algo?

Minha mente gira, como se estivesse imersa em um redemoinho de lembranças. Olhos azuis, olhos azuis, olhos azuis.

Observo a minha frente, como se algo tivesse mudado no meu cérebro, como se eu tivesse acordado de um sonho.

Foi pela paz Where stories live. Discover now