Mira se arrependeu de não ter notado os sinais, mas era tarde demais quando as fronteiras eram fechadas e ômegas não tinham mais permissão a andar livremente. Sentindo a pressão a ser um alfa e casar-se com Ava, em um acordo que salvaria a família d...
Os próximos capítulos serão os finais da primeira fase da história!
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Era impagável a reação de choque no rosto de Mira. Não estava nos planos que isso acontecesse agora, embora fosse divertido a ironia de observar Mira atuando na frente de Ava. Aquele final de semana era importante por alguns motivos, há dias fui informado de como seria. Apesar dos medicamentos serem fortes o bastante para me deixar mais sonolento e mais sem paciência, foi irônico saber que isso aconteceria. Talvez eu gostasse de uma entrada dramática. “Avery, pode tomar conta de tudo por alguns dias?” e aquela frase de meu pai significava mais do que queria dizer, era um teste para Mira. E estando novamente no escritório, foi novamente uma questão de critério. A conversa não incluía o “casal”.
Não me sentei, mas estava ciente da seriedade daquela conversa.
— Sei que não estava em seus planos, mas preciso que faça isso. Impeça se algo sair do controle, sua irmã acha que sou burro o bastante para não notar algumas coisas. — Sebastian ajeitou os óculos para leitura, deslizando a pasta transparente sobre a mesa. Informações privadas sobre os Everett, engraçado como as coisas eram.
Ava acreditava que era uma boa atriz, mas nosso pai era quem destrinchava tudo o que via. Abri a pasta, era um pouco adorável a foto antiga de Mira no Aimere. Ele sempre foi bonito então.
— Ele é inofensivo.
— Ômegas com gene alfa são problemáticas, Ava anda fazendo a cabeça dele.
— Como pode ter certeza?
— Sua irmã fez o mesmo com outros pretendentes, mas este é o mais efetivo para nós. — Não disfarçou o quanto tinha certeza disso. Mira era bom em tantas coisas, mas da forma mais precária, ainda era quem meu pai olharia como mais fácil de controlar. Passei os dedos pelos documentos, não que ele não tivesse facilidade em achar informações sobre as pessoas, mas eram papéis oficiais, não cópias.
Os Everett enviaram aquilo, obedientes. — Sempre é um risco escolher um alfa para fazer parte da família, ambiciosos demais. É bom que ele seja maleável para que se mantenha inofensivo, sabe de alguma coisa? São colegas. — Sabíamos que nada era por acaso, eu estar ali não era obra do destino.
— Então, eu tenho de vigiar Mira Everett?
— Tenha certeza de que ele não fará nada demais, é uma questão de orgulho para sua mãe que Ava continue intocada até o casamento. Embora eu não me importe com o que os Omna fazem.
— Qual é a razão dessa desconfiança? — Questionei, pegando uma das fotos dos Everett, uma fotografia de família que quase parecia uma pintura renascentista. Mira desde mais novo não mostrava muito brilho no olhar, as bochechas mais redondas, os cabelos sempre bem arrumados. Ele não usava óculos, mas o faziam usar para fotos, talvez achando que disfarçariam seus belos olhos. Sebastian relaxou na cadeira acolchoada, ponderou um pouco antes de falar.
