Capítulo 33

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Era a quinta vez em que Damien verificou o celular, bufando mais uma vez ainda dentro do carro

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Era a quinta vez em que Damien verificou o celular, bufando mais uma vez ainda dentro do carro. Seu trabalho como assistente pessoal nunca se tornou tão estressante quanto ultimamente, quando o silêncio não ocultava sua postura inquieta enquanto eu apenas admirava a vista da janela, a noite enfim mostrava aos poucos o brilho da vida noturna. As ruas movimentadas e as multidões a caminho do estádio de basquete. Não era uma partida comum, deixou de ser quando afirmei que ganharia. Ajeitei a postura, pensando se Mira viria, apesar dos riscos, tínhamos um acordo. Tirei meu celular das mãos de Damien, verificando as reservas do hotel e os detalhes para a noite, geralmente após uma partida era um hábito sair para comemorar com o time, mas eu tinha planos melhores. Beber com atletas cansados não era convidativo quando poderia estar com o ômega que procurei por anos. Existia só um problema. Se quisesse mesmo fazer tudo do jeito certo, precisaria encontrar Raphael e terminar o que tínhamos. Apesar de nunca ter sido sério.

Mira era como um animal arisco. Correria de mim na primeira chance em que eu não me demonstrasse confiável e infelizmente, ele tinha talento para desaparecer. Raphael sumiu, sem que eu pudesse deixar claro que não teríamos mais nada. Fitei a tela, satisfeito ao ver a confirmação das reservas.

— Um bom amigo te lembraria das consequências de estar... — hesitou — Tem certeza de que ele não é uma pessoa ruim? Você tem se esforçado muito, e juro que tento entender a razão de querer o manter por perto. Mas precisava mesmo convidar Mira?

— Sabe, nos conhecemos há muito tempo. Se quer falar alguma coisa, vá em frente.

— Já passou pela sua cabeça que esse Saint Mira pode ser o que dizem? Desde o reencontro de vocês, não achou estranho? Se estava no distrito, por que motivo não foi atrás de você antes? — Pontuou, franzindo o cenho — Li as reportagens.

— Aquele monte de manchetes exageradas?

Damien olhou-me, preocupado.

— Talvez sejam, mas e se foi mesmo verdade? Especialistas disseram que não conseguem analisar Mira. "Segundo especialistas da psicologia, ele é inteligente, e sabe o que as pessoas querem ouvir. Por isso, é muito difícil analisar seu estado psicológico".

— Precisavam de um culpado e Mira serviu bem para isso. É óbvio que não queriam alguém dando poder nas mãos de ômegas, precisavam que fosse um monstro. — Bloqueei a tela. Respirando profundamente com a visão das ruas movimentadas — Ele não machucaria ninguém, a vez que aconteceu foi por ele não ter escolha. Tale Tate merecia mais do que um tiro, e sinceramente, não quero esse tipo de conversa hoje. — Enfim chegando ao estacionamento, sorri discretamente com as multidões esperando os times. Ao sair do carro, guardei o celular no bolso do paletó, erguendo a palma a acenar para fotógrafos e fãs contidos pelos guardas. As luzes dos holofotes sobre nós eram como o vislumbre do distrito, como se tudo estivesse iluminado, exposto demais. Voltei os passos para os guardas escoltando para dentro, em pouco tempo começaria e, no fundo, entendia o receio de Damien. — É meu assistente, mas pode opinar se isso tudo é loucura. Ele estará seguro, certo? — Virei o rosto vendo o homem assentir positivamente.

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