Capitulo 8

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Gizelly
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Dançar com Rafaella me fez voltar no tempo onde curtíamos as festas da cidade juntas, pois ela confiava em mim de olhos fechados. A adolescência da minha melhor amiga não havia sido muito fácil, lidar com as inseguranças, perdas e pessoas a massacrando na escola, a fez sentir medo de se aproximar de algumas pessoas .
Só que não comigo.

Rafaella nunca Teve medo ou receio de ser divertida, falante e minha melhor amiga, e isso era uma das coisas que mais amava, pois queria que ela fosse assim com os outros. Desejava que as outras pessoas conhecessem  o quanto ela é incrível.

Minha adorável menina nunca tinha mágoa, por mais que ela já tivesse enfrentado batalhas dificieis. E seu coração era tão lindo que transcendia tudo isso.

- Voce está calada demais.- Ela disse enquanto eu dirigia, a caminho da fazenda dos Kalimann’s.

Apertei o volante com força com meus olhos se desviando rapidamente para ela.
Rafa tinha as bochechas coradas depois de uma tarde inteira brincando e dançando comigo e meus primos, pois todos eles a adoravam, claro, não poderia ser diferente, até minha filha se rendeu aos encantos da ‘’ Tia Rafa dela.’’

- Sim, estou pensando. Voce passou muito tempo fora.

- Pensando em mim né.- Brincou, batendo em meu braço com o seu.
Sorri.

Claro que eu estava pensando nela. Desde quando ela se foi eu fiquei torcendo pra ela voltar, pensava nela constantemente.
Muito mais do que deveria e gostaria.

- Sim, no motivo de voce se afastar tanto de campina verde.-Desviei do fato de que pensava nela.

- Ok, isso é um assunto tenso. Nada divertido.- Brincou, esfregando as mãos contra o blusão branco que usava e eu engoli em seco.

- Sim, se não quiser, não fale.- É sua escolha.

- Não tem nenhum motivo especifico, sabe?

Quando fui embora, era praticamente uma ‘’criança.’’, tudo que tinha era mágoa da escola e de mim mesma por tudo que havia acontecido. As pessoas me olhavam torto, mas estava todo mundo mais preocupado com a própria vida do que comigo. Eu não era o foco.

- Foi mais fácil sobreviver.
Rafaella assentiu.

- Sim, não só sobreviver, como fazer valer a pena. Claro, uma vez ou  outra aparecia alguém babaca no meu caminho, fazendo piadas ou comentários de mau gosto, mas depois de tudo que passei aqui, ficou insignificante.

A dor em sua voz era visível e suspirei, sabendo bem como foi.

- Fiz minha vida. Fui muito feliz, Gizelly. Eu fui eu de verdade longe daqui e... foi espetacular.

Parei no sinal que dividia a área comercial da rural e a encarei a tempo de ver os olhos verdes de Rafa  brilharem conforme ela falava.

Será que ela havia se apaixonado?

Havia dado certo?

Ainda existia uma pessoa?

Será que alguém conquistou o coração dela?

Enfim,  são muitas perguntas, porém não ousei faze-las afinal eu não tenho esse direito.

- Voce se saiu muito bem. Seu irmão e sua avó devem estarem orgulhosos  disso.
Rafaella assentiu.

- Tato não fala, mas ele é como um pai protetor . Ás vezes penso que e ele vai me sufocar.
Rimos.

- Ele sempre foi assim.- Lembro, pois desde que sofreu o acidente, Renato ficou muito mais maduro no sentido de cuidar de voce.- Digo.

MÃE POR ACASO (GIRAFA) G!P (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now