03

15.7K 1K 93
                                    

M A D E L I N E

    Sinto meu corpo ser balançado violentamente. Acordo sobressaltada e vejo meu Tio com o semblante completamente irritado, trato rapidamente de pedir desculpas.

– Vamos! Saia! – Ordena e eu obedeço.

Ele tira minha mala do bagageiro e me entrega ainda muito irritado, nem ao menos consigo olhar ao redor, apenas faço logo o que manda.

Sinto minhas bochechas corarem de vergonha, deve ser horrível para ele ser obrigado a ficar comigo agora.
Tento levar a mala com cuidado, ela está quebrada, então levo a mesma nos meus braços.

– Entre! – Ele abre a enorme porta da casa, tento apressar meus passos para chegar logo onde ele está, ao mesmo tempo em que olho ao redor, é imenso e com um jardim enorme.

Quando tento voltar a atenção para minha frente eu tropeço em alguma coisa e em seguida já me encontro no chão, ignoro a dor nos joelhos e me levanto na mesma velocidade em que cai ao mesmo tempo em que peço desculpas a ele, por ser tão desastrada.

– Além de vadia, também é cega! – Fala impaciente, passo por ele entrando na casa, aguardo ele entrar também e me orientar no que fazer.

Olho ao redor novamente, a casa passa um ar completamente obscuro e sinto meu coração se apertar, eu não estava com bom pressentimento.

Haviam sofás em couro marrom e tapetes pretos, além de uma lareira acesa, o que me leva a crer que ele não vive aqui sozinho. Deve ter empregados.

– Liam! – Me sobressalto com meu tio gritando atrás de mim. Em um passe de mágica um homem aparece no corredor.

– Sim senhor – Ele estava com uma roupa formal, a medida com que ele se aproximava o observei melhor, olhos castanhos, pele clara, ele parecia ser mais novo que meu tio.
– Leve a criança para o quarto dela, já sabe o que fazer. – Ordena saindo, em seguida subindo as escadas, só então noto elas.
– Me siga. – Ele diz e eu começo a segui-lo, ele não sobe a escada como eu já esperava, foi uma das primeiras coisas que vovó me ensinou, lixos como eu nunca dormiam nos quartos em segundo andar ou até mesmo terceiro, sempre era embaixo.

O corredor não parecia ter fim, eu olhava com expectativa para cada porta que passávamos, mas eu desisti quando estávamos chegando no final, meu quarto seria o último do corredor.

– Entre. – Falou enquanto abria a porta para mim, observei o mesmo a fazer uma careta, franzi as sobrancelhas com a sua reação, passei por ele, entrando, o quarto estava completamente empoeirado, torci meu nariz, acostumada. Havia um colchão pequeno no chão e um armário de metal do lado, e do outro lado havia uma porta o que eu supus ser o banheiro. Entrei completamente e pus minha mala no chão.

– Obrigada... qual seu nome? – Pergunto, ele me olhava com questionamento.
– Liam, e você é Madeline. – Responde dando um pequeno sorriso. Assinto com a cabeça e ele vira as costas fechando a porta do quarto, em seguida escuto a mesma a ser trancada, corro até ela e tento abri-la, mas logo desisto. Agora eu tinha mesmo a completa certeza, nada mudaria. Não para melhor.

Havia um pequeno colchão no chão, me deito, constatando que ele é exatamente do meu tamanho.

A I D A N

– Ela já está no quarto – Liam diz, adentrando meu escritório. Liam é meu primo, está foragido e como uma forma de escondê-lo, o convidei a ser meu mordomo e em troca eu o mantenho protegido, não era somente a polícia que estava a procura dele. Minha família não tinha uma conduta admirável.

Solto uma gargalhada, ela deve ter surtado quando viu o mesmo, fiz questão de não mandar ninguém limpa-lo ou deixar confortável para alguém dormir. Uma cadela deve dormir em um lugar apropriado.

– Qual foi a reação? – Pergunto sem tirar os olhos dos papéis a minha frente.
– Nada – Ele responde, olho para ele, o mesmo se encosta na cadeira.
– Nada?
– Nada, ela só agradeceu e perguntou meu nome. – Olho para ele levemente surpreendido, nada era capaz de me surpreender verdadeiramente.
– E depois que você trancou a porta?
– Nada também. - Ele parecia estar segurando o riso.
– Mais tarde a chame aqui, preciso passar as regras.
– Regras? Não acredito que você-
– Sim, vou fazê-la preferir a morte do que ficar aqui até seus 21 anos. – Sorrio com os planos que passam na minha cabeça.

Sou seu responsável legal até os 21 anos, mamãe deixou uma floricultura para a criança, e um valor em dinheiro, mas ela só poderá ter acesso nessa idade. O incrível que até nisso, minha mãe esqueceu de mim, pensou apenas na garota. Mesmo eu não precisando do dinheiro nem qualquer um dos bens dela, não deixo de ficar irritado, essa maldita garota também é culpada pelos anos longe da minha mãe, e farei questão de lembrá-la disso a cada surra.

M A D E L I N E

Acordo novamente com alguém me balançando. Era Liam.
– Senhor Deklan deseja falar com você, no escritório. – Me notifica, me levanto rápido e esfrego meus olhos, estava tão cansada, abraço meu corpo com os braços, este quarto e terrivelmente frio, não sei como consegui pegar no sono, nem ao menos havia uma coberta.
– Me siga.

Sigo Liam pela casa, sempre de cabeça baixa, apenas olhando para minha frente, minha barriga começa a roncar de fome e demasiadamente alto.

– Desculpe – Sussurro quando ele vira a cabeça, deve ter escutado. Subimos as escadas e sinto o chão debaixo dos meus pés ficarem mais gelados, e minhas mãos começam a suar. Já era um fato, eu tinha medo do meu tio.


_______

Chave pix para quem quiser ajudar e dar um apoio e incentivo para a autora que está com celular horrível para escrever. Qualquer valor ajuda.

Chave: autora.1whatsername@gmail.com.

A I D A NHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin