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– A aula foi incrível! – Anne exclama, me puxando levemente pelos ombros, eu também acabava de sair da sala.
– Como foi? – Questiono, ainda pensando na minha, os olhares nada discretos que um aluno mandava para mim, já estávamos no meio do semestre mas ainda não estava nada acostumada com essa atenção bem específica.
– Encerramos a disciplina de dança em uma dança com vários objetos! – Anne fala alto, solto um suspiro impaciente.
– Fale um pouco mais baixo. – Falo, rindo um pouco da sua animação, ela não tinha culpa de várias e várias coisas estarem circulando na minha cabeça.
– Eu usei uma garrafa de água, me molhei mas a professora achou a apresentação impressionante. – Ela diz rindo, Anne decidiu fazer Artes cênicas, na mesma universidade que a minha, e eu estava muito grata por isso.
– Está gostando do seu curso? Você quase não fala dele. – Ela muda o tom de voz para mais baixo e eu olho para ela, enquanto ajeita a alça da mochila nos ombros. Solto um suspiro quase aliviado por ela ter perguntado.

Fico calada até chegarmos no banco em que costumamos ficar antes do almoço, debaixo de uma árvore magnífica.
Ponho a mochila em cima da mesa e cruzo os braços em cima da mesma, assim, pondo minha cabeça sobre eles.

– Eu não sei... – Respondo sinceramente, e escuto Anne sentando ao meu lado. – Há um cara muito estranho que não tira os olhos de mim na aula. – Viro a cabeça para ela. – Me atrapalha bastante. - Continuo e observo a luz do sol bater nos seus lindos olhos.
– Bem... isso é bem ruim. – Ela me olha como se pensasse em uma resposta. – Ele é bonito? – Gargalha e eu reviro os olhos.

Fecho a porta de casa e viro-me com a intenção de subir as escadas e ir direto para o meu quarto, mas paro assim que vejo Aidan sentado no sofá. Nos falávamos tão pouco e as vezes esqueço que moramos na mesma casa.

– Olá. – Digo, chamando a sua atenção, ele logo me olha e abre um sorriso, levantando-se e vindo em minha direção.
– Olá, como foi a aula? – Ele questiona sorrindo mas olhando excessivamente para os lados, em uma claro sinal de nervosismo.
– Bem, o que há de errado? - Questiono também olhando ao redor e paro assim que vejo uma figura feminina descer as escadas. Observo a mulher chegar até nós.

Ela levanta o olhar para mim assim que chega perto. Como é alta, ela põe o cotovelo esquerdo nos ombros dele, e me olha com aquele olhar que grita vadia. Ele se remexe desconfortável. Ele estava nervoso com medo de eu ver... isso?

– Essa é a minha nova secretária. Brenda. – Ele apresenta, não esboço nenhuma reação.
– Essa é... – E fica sem saber o que falar. Eu logo trato de prosseguir.
– Sou Madeline. – A mulher revira os olhos. – Deklan. – Completo apenas para ver a reação dela. O que é instantânea, ela arruma a postura e desencosta de Aidan. – E adoraria que você não tocasse no meu marido. – Sorrio cinica. A mulher fica branca feito papel.
– A-Ai meu Deus! – Ela olha para mim e para ele com a boca aberta. – Me desculpe! Eu preciso desse empregou, eu-

Não deixo ela continuar e desvio deles, subindo para meu quarto, sentindo o olhar de Aidan queimar nas minhas costas. Sei que agi assim por puro ciúmes, mas não pude evitar.

Após tomar um banho de deitar na cama, escuto uma batida na porta, e antes que eu pudesse responder qualquer coisa, o homem entra.

– Marido? – Ele questiona. – Mal conversamos e agora eu sou marido? – Ele questiona com ar de riso.
– Ela não serve para ser sua secretária, ela não deveria te respeitar só por ter "esposa" – Faço aspas com os dedos. – Mas sim por você ser o chefe dela. – Falo, pegando meu celular e desbloqueando.

– Irei demiti-la. – Ele afirma e o escuto a fechar a porta do quarto. Aidan se aproxima e senta na minha cama.
– E como está sendo a faculdade? – Pergunta visivelmente interessado. Balanço a cabeça negativamente.
– Está indo bem, já estamos finalizando o primeiro semestre. – Respondo e bloqueio meu celular, desviando o olhar para o homem ao meu lado.
– Não há nenhum garoto atrás de mim, se é isso que quer saber. – Informo e ele não consegue esconder o sorriso.
– É ótimo saber disso.

– Isso está uma delícia! – Elogio, levando outra garfada á boca. Escuto a gargalhada de Aidan. 
– Aproveite, é só o que sei fazer na cozinha. – Ele diz, descontraído e senta ao meu lado, também começando a comer. Estávamos em uma sexta à noite, jantando.
– Sinto sua falta. – Ele anuncia depois de um silêncio confortável, olho para ele que agora tem um semblante triste.
– Eu também sinto a sua. – Também notifico. Esses últimos 7 meses haviam sido cruéis. Eu via o esforço dele dia após dia, mas não estou ainda disposta a seguir a relação ao ponto de me tornar esposa assim tão rápido. Mas a nossa química e conexão era quase paupável.

Seguro a respiração ofegante quando ele se levante e se aproxima de mim. Todos os dias eu me pegava imaginando ele me beijando com força e não sendo nenhum pouco carinhoso comigo na hora do sexo. E mesmo tendo conhecido muitos caras nesses últimos meses, eu não conseguia sentir qualquer atração quanto a que sinto por este homem assustadoramente bonito.

Aidan passa meus cabelos para o lado, deixando meu pescoço livre, sinto o mesmo a se debruçar e em seguida beijos a serem depositados na minha pele recém exposta. Logo um arrepio passa por todo o corpo e instantaneamente fecho os olhos, para apreciar a sensação.

– Irei esperá-la pelo tempo que for preciso. Quero meu sobrenome no seu nome, e um filho meu no seu ventre. Quero que tenha isso sempre em mente quando olhar para mim. Apenas tenha certeza disso. – Fala com a voz extremamente rouca e grossa e em seguida se afasta.

Abro os olhos, notando que ele não esta mais aqui, me remexo na cadeira sentindo minha calcinha molhada com a recém sensação. Cada vez mais eu tinha a certeza que esse homem era minha ruína tanto quanto era a salvação.


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Chave pix para quem quiser ajudar e dar um apoio e incentivo para a autora que está com celular horrível para escrever. Qualquer valor ajuda.

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