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– Reveja esses casos até as 15h – Sr Thomas joga uma pasta na minha mesa assim que entra no escritório. Suspiro, já eram 10:50 da manhã. Então isso com certeza tomaria todo meu horário de almoço.

Pego a pasta em minhas mãos e vejo que são muitos casos. Olho para ele que está sentado na sua cadeira com certeza pensando em mais um trabalho para me dar. Faz um tempo que eu dou soluções para os casos dele enquanto ele não se preocupa em nada além de que qual amante ele verá no final do dia.

Eu estava no meu último estágio obrigatório antes de me formar, e eu não aguentava mais esse cara. Ele apenas me usava e não me dava créditos nenhum por isso, era frustrante. Meu celular vibra e ele não chama apenas minha atenção como a do homem rabugento também. Tento ignorar a mensagem para não levar um esporro desse nojento, e dou minha total atenção para a pasta de casos.

Como eu havia previsto, já passava do meu horário de almoço, agora 12:35, ainda não estava nem na metade... solto um suspiro e olho para a cadeira vazia do meu chefe, que saiu antes mesmo do horário de almoço. Como era bom ser chefe.

Me remexo na cadeira desconfortavelmente, precisava ir ao banheiro, mas seguro mais um pouco para conseguir terminar o caso que estou lendo.
Após terminar eu corro até o banheiro, depois de fazer minha necessidade, consigo pegar no celular.

Era uma mensagem de Anne, me chamando para almoçar com ela e Nate, logo respondo que não vai dar:

"Chefe pau no cu?" Ela prontamente responde, mas vejo sua mensagem pela barra de notificação, logo voltando ao trabalho.

A I D A N

Tento prestar atenção em cada palavra que sai da boca do meu amigo. E nunca desejei tanto que ele conseguisse ficar em silêncio. Tagarelava incansavelmente.

– Isso é muito injusto! – Ele parece finalizar toda a revolta. Havíamos tentado fechar contrato com um cliente muito bom, mas nossos rivais chineses passaram na frente. Eles mandaram um e-mail falso falando pela nome da empresa de Keve Armstrong, remarcando a nossa reunião de acordo. E fizeram o mesmo com a empresa, como se nós tivéssemos remarcado, sendo assim, foram no nosso lugar no dia original.
– O que eles fizeram foi tão simples, que chega a ser idiota nós termos perdido. – Ele rir. Reviro os olhos. O peixe era grande, mas não iríamos falir por falta desse cliente.

Cárter continuou reclamando, eu tentava prestar atenção, juro que tentava, mas a visão de Madeline hoje pela manhã não me saia da cabeça.

Agora, finalmente com seus 21 anos, ela se tornará cada vez mais linda. Hoje mesmo, saiu com a roupa formal de advogada, mesmo ela usando esse tipo de roupa todos os dias, ainda era impressionante.

– Cara, da pra prestar atenção em mim?! – Ele estala os dedos na minha frente. – Ainda pensando na Advogata? Cara, já tá na hora de superar. – Ele reclama.

Suspiro frustrado quando me vem o pensamento de que ela pode querer sair da minha casa, porque agora ela já é maior, pode ir se quiser.

Amava Madeline com todas as minhas forças e após todos esses anos desde minha trégua, o sentimento continuava o mesmo e a esperança de tê-la também era viva. Eu não me envolvia com mulher alguma desde o dia em que descobri tudo naquele hospital e eu sabia que ela também não, já que Anne, sua amiga, me deixava a par de tudo.

O restante do dia passa tranquilo, principalmente quando Cárter cansou de falar demais e me deixou em paz.

Enquanto dirigia até o trabalho de Madeline, eu lembrava do seu beijo e o gosto da sua buceta, desejando com todas as minhas forças que uma hora ela percebesse que eu estou a esperando.

Logo vejo a mulher loira sair do prédio, e pela sua expressão, não havia sido um bom dia. Saio do carro e abro a porta para ela, que calada entra.
Entro no carro e desejo boa tarde a ela. Ainda era 17h.
– Apenas tarde, pois estou cansada. – Ela diz baixo e encosta a cabeça contra o vidro, abraçando sua bolsa. Lembro do primeiro dia em que a conheci, não acreditava que eu mesmo havia feito aquilo com uma criança, um gosto amargo se apodera da minha boca e eu sei que é o puro sabor do arrependimento.
– Vamos pedir uma pizza. – Dou a ideia assim que abro a porta do carro para ela sair. Logo tenho a atenção da loira que olha para mim com um sorriso enorme no rosto.

M A D E L I N E

Sentamos no sofá e cada um de nós pegamos um pedaço de pizza. Solto um sorriso satisfeito assim que sinto o gosto da borda de chocolate. Sinto o olhar de Aidan em mim.

– Soube que não almoçou. – Ele diz rindo da forma como eu estava comendo.
– Anne? – Pergunto sabendo que foi minha amiga que deu com a língua nos dentes, ele assente com a cabeça. Eu sabia que eles conversavam, pelo menos desde a primeira vez que tive um surto de raiva por ter reprovado uma matéria graças a um professor péssimo que se esforçava para ser odiado. Apenas sumi o dia inteiro e eles dois se reuniram para tentar me achar.
– Fofoqueira. – Resmungo baixo, e ele finge que não ouviu, eu amava esses momento com ele, a alguns meses eu tive a certeza de que ele havia se tornando uma pessoa melhor além de ter se perdoado pelas coisas que fez. Sentia que ele me amava apenas pelo seu olhar cheio de significados. Não era apego ou obsessão como anteriormente, era Amor da forma mais genuína possível.

Era recíproco, mas ainda não era a hora de dizer sim.

No dia seguinte, Aidan me deixou novamente no trabalho e eu levei a manhã para fazer meus relatórios referente ao estágio, já que o mesmo se encaminhava para o fim. E eu sinceramente não iria sentir nenhum pingo de falta.

Respondo a mensagem de Anne, confirmando nosso almoço e de que eu já estava de saída para o lugar marcado. Ela me responde com um joinha.

Vou caminhando mesmo para o restaurante, ela já deveria estar lá me esperando, eram uns 15 minutos de caminhada.

– Meu Deus! Como você consegue andar isso tudo de salto! – Ela exclama baixo assim que puxo uma cadeira para me sentar, só então notando que Nate estava sentando ao lado dela, digo oi para ele.

Nate é meu colega de sala, o mesmo que me encarava por horas e que eu já estava começando a achar estranho. Mas tudo isso se dissipou quando ele teve coragem de falar comigo.

A real era que ele queria muito o contato da Anne, mas não sabia como chegar nela e sabia que eu era amiga dela, logo fiz a ponte entre os dois e agora eles estão noivos. Anne terminou com Kevin assim que começou o seu curso, ele não aceitava muito bem ela fazer Artes cênicas já que haviam aulas que exigiam contato físico com os colegas, Anne me disse que ele ficava louco de ciúmes. Algumas semanas depois, Nate veio conversar comigo, e cá estamos.

– Finalmente 95% Advogada. – Anne diz sorrindo assim que digo a ela que estou finalizando meus relatórios. – Como se sente?.

– Cansada. – Respondo sinceramente. Rimos.



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Chave pix para quem quiser ajudar e dar um apoio e incentivo para a autora que está com celular horrível para escrever. Qualquer valor ajuda.

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A I D A NWhere stories live. Discover now