Caminhando até você ( versão WangXian )

Está preparado?

Na manhã de sexta-feira os quatro homens e a criança se encontravam na mesa começando o café da manhã. Sizhui tinha com ele um coelho preto e fazia carinho enquanto Wei Wuxian colocava seu café da manhã. Wangji fingiria não ver isso mesmo que o rapazinho estivesse quebrando as regras, ele estava amolecendo e isso era um problema. Depois do episódio ocorrido na empresa segunda-feira, os funcionários que lá trabalhavam tentavam com afinco se manter ainda mais longe do CEO principalmente se vissem o tal homem que foi o causador dos problemas esperando na recepção na hora do almoço. O que aconteceu com frequência naquela semana em particular.

Os adultos conversavam sobre os planos de como seria o decorrer do dia também sobre a possibilidade de Wei Wuxian trabalhar na empresa, em um momento a escola de Sizhui se tornou o novo tópico já que ele começaria a estudar depois daquele fim de semana eles queriam falar sobre a adoção do menino que já estava em andamento, mas não queriam contar a ele ainda até mesmo a estadia prolongada de Lan Xichen e Meng Yao na cidade foi um dos tópicos mais prolongados já que ambos também tinham chamado sua sogra e filho para a América.

A conversa fluía bem uma hora ou outra eles incluíam Sizhui na conversa para que ele não se sentisse solitário já que convivia com tantos adultos, isto até que ouviram uma batida na porta. Todos trocaram olhares confusos como quem diz que não esperavam visitas e com um pequeno susto Lan Wangji sentiu o celular vibrar e apitar no bolso de sua calça. Ele o pegou lendo atentamente a mensagem de Lan Qiren que o mandava abrir a porta:

- O tio está aqui. _ ele comentou calmante.

- Deixa que eu atendo. _ Lan Xichen se ofereceu com um sorriso malicioso _ estou doido pra ver a cara dele depois de todos esses anos!

- Bem... Tecnicamente eu trabalho aqui _ Meng Yao se levantou _ Vou atender a porta.

O homem se virou e caminhou até a porta da frente respirando fundo três vezes. Ele havia conhecido de longe o tio de seu marido quando sua paternidade foi descoberta e ele foi revelado como o bastardo de Jin Guangshan e estava nervoso por que depois de três anos conheceria o causador de tantas dores para o seu amado, sem mais delongas ele abriu a porta e cumprimentou o homem mais velho:

- Este cumprimenta o Mestre Lan.

- O que está fazendo na casa do meu sobrinho? _ o homem mais velho perguntou irritado. Seu pouco humor indo pelo ralo ao se deparar com Meng Yao a sua frente sabendo quem ele era e o vendo como a ruína de sua família. O filho de uma prostituta, um aproveitador, um vigarista! Ele era somente isso.

- Estamos tomando café da manhã. Gostaria de entrar? _ Meng Yao continuou tentando soar cortês enquanto contava até dez em sua mente.

- Não me faça repetir. O que faz na casa do meu sobrinho! _ exigiu cerrando os punhos. Gritar era proibido, mas ninguém iria julgá-lo por perder a face diante de uma cena como esta.

Com um suspiro resignado o outro respondeu:

- Eu trabalho aqui.

- Você se atreve a mentir pra mim?! Wangji nunca teve empregados.

- Isso foi antes, ele me contratou quer checar minha carteira de trabalho? Eu fui legalmente registrado pra estar aqui.

Lan Qiren não teve tempo de refutar aquela afirmação absurda, pois a chegada de seu ex-sobrinho lhe calou por um segundo:

- Ora... Ora... Ora... Se não é nosso amado rei descendo de seu reino para se juntar a plebe... Saudades? _ Lan Xichen se aproximou da porta e abraçou o marido por trás.

- Xichen. _ ele encarou a cena enojado. Até mesmo o nome de seu sangue lhe dava um gosto amargo na boca. Parecia tão diferente desde a última vez que o vira nem de longe o menino gentil e seguidor das regras que costumava ser. Respirando bem fundo ele questionou novamente _ Onde está Wangji?

- Ele ainda está na mesa esperando por você. Quer ter o desprazer de tomar café conosco?

- Ainda consegue ser educado eu vejo.

- Tudo pelo meu titio. _ com a palavra carregada de tanto veneno Xichen sorriu com escárnio e piscou para o velho enquanto abraçava Meng Yao pela cintura e o puxou de volta para a cozinha.

Lan Qiren seguiu atrás do casal com seus pensamentos a mil por hora e vendo a cena diante de si quase teve um ataque cardíaco. Wangji estava ao lado do homem que viu na festa frente ao homem estava uma criança ao lado de Wangji havia um prato assim como na cadeira ao lado que ele presumiu ser do casal. Sendo assim ele sentou de frente para o sobrinho ao lado do menino e viu Xichen e Meng Yao assumirem seus lugares.

Na mesa de café ele viu alguns bolos que pareciam ter acabado de sair do forno, algumas variações de pães, café, leite, chá e uma jarra de sorriso do imperador arqueou uma sombrancelha pro último objeto. Ele nem sabia que este bebida era vendida em um lugar como a América e mais importante seu imaculado sobrinho estava bebendo agora? Quem diabos bebia as sete da manhã? Pigarreando conseguiu falar primeiro de maneira ríspida:

- Parece que eu me atrasei.

- Tio deveria ter avisado com antecedência teria preparado uma recepção melhor. _ Wangji respondeu tranquilamente.

O Lan mais velho da sala não pode deixar de se surpreender com a proposital má resposta do sobrinho. Tudo isso devia ser culpa daquele homem insolente ao seu lado. Aquele homem... Seus olhos o estudaram por um tempo até que pelo sorriso seus olhos arregalaram em compreensão:

- É claro que você seria prole dela. Como não percebi antes!

- Senhor Lan? _ Wei Wuxian voltou sua atenção pra ele curioso.

- Aquela mulher problemática e você é igual eu posso ver! Wangji você deve... _ Qiren começou apenas para ser impedido.

- Podemos terminar o café, por favor? Sei o que o senhor quer falar, mas acredito que pode poupar pelo menos a criança que está presente.

- Ele não precisa das suas palavras ásperas. _ Xichen continuou com um olhar incisivo.

A contragosto Qiren suspirou e começou a comer um pedaço de bolo de cenoura com cobertura de chocolate que o homem ainda não nomeado colocou em seu prato juntamente com uma xícara de chá. Wei Wuxian recebeu elogios dos inquilinos da casa e até mesmo o senhor Lan concordou internamente que aquela comida estava deliciosa em especial o chá preparado com perfeição, mas se recusaria veemente a dizer em voz alta. Seus olhos corriam pela mesa com indescritível horror. Ele jamais aceitaria outro sobrinho gay! Observava Xichen alimentar Meng Yao com um sorriso genuíno no rosto e Wangji pensar que estava enviando olhares furtivos para o homem ao seu lado que estava corado como um pimentão... Deus o que havia de errado com eles? Os genes de sua família eram tão ruins assim? Seus pensamentos foram interrompidos pela voz da criança sentada ao seu lado:

- Baba eu já acabei, posso ir brincar?

- Claro Sizhui pode ir.

O senhor viu a criança sorrir feliz ir até o chamado pai e receber um beijo na testa. Sizhui? Era um nome estranho e estúpido para uma criança. Essa juventude era extremamente defeituosa... Talvez não fosse culpa dos genes afinal...

Todos os homens observaram o menino subir radiante pelas escadas com o coelho ainda em mãos e sumir no andar de cima. Wangji após ver que estavam sozinhos assumiu uma postura diferente. Não havia mais afeto em seus olhos, apenas a frieza habitual. Wei Wuxian podia cortar a tensão com uma espada se tivesse uma. Ele apertou o copo que continha o álcool para evitar virá-lo de uma vez e prendeu a respiração com a voz vazia do segundo mestre Lan:

- Muito bem tio. Vamos conversar.

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