Espectro da Meia Noite- Império das Sombras/ Livro II ( EDMN II) - Sinopse:
Meses após os acontecimentos que agitaram a cidade de Hélios, Éros Kinsey busca formas de associar sua nova posição como Príncipe do Conselho Monard com a sua nova vida de u...
Assim que chegou no andar de baixo, Éros teve um encontro com a figura de Andres. O Projenitor estava sentado na poltrona, limpando uma arma.
Os passos de Éros se tornaram mais lentos conforme descia, programando a reação que devia ter.
— Príncipe Éros!
Éros desceu os óculos escuros até os olhos.
— Que visita ilustre pela manhã— disse Andres.
— Aparentemente é o único horário em que o Papa está disposto a fazer reuniões— Éros improvisou.
Andres se levantou e aproximou-se á passos lentos. O Príncipe parou no terceiro degrau da escada, descendo o olhar até ele.
— Daniel não é mais o Papa. Acho que está se reunindo com a pessoa errada.
Andres subiu um degrau, ficando de frente para Éros.
A arma em sua cintura estava visivelmente a mostra.
— Essa é a chave do carro do Daniel?
Um nó amarrou a garganta de Éros.
—Eu devo ter me confundido.
Andres ergueu a mão e levou na direção do cabelo do garoto. Aquilo fez Éros paralisar por um instante. Seus olhos acompanharam os dedos de Antonov segurarem uma mecha e deslizarem por um fio, puxando uma bolinha branca que ali estava grudada.
— Prontinho, saiu.
Por algum motivo, Éros não conseguiu reagir diante da presença de Andres. Podia ser pela arma na cintura, ou pela simples ameaça que ele estar ali representava.
— Acho que é a primeira vez que reparo...
— Repara o que?— Éros indagou.
— O quanto você é bonito.
Éros não soube o que dizer. Esperava que ele dissesse qualquer coisa, menos aquilo.
— Como Dorian Gray— acrescentou Andres quando Éros estava para passar.
Aquilo o fez parar.
Por que ele fez justamente aquele comparativo?
— Mas não tão ingênuo quanto Dorian— respondeu Éros.
— E por que não? A ingenuidade é uma coisa tão bonita. Foi o que lorde Henry viu nele, acima da beleza.
Ele leu?
Éros ficou surpreso, mas concordou.
— E foi justamente lorde Henry quem destruiu a vida dele.
— Não, lorde Henry o ensinou a viver. O ensinou a usar a beleza e poder que tinha— Andres colocou uma mecha do cabelo de Éros atrás da orelha, fazendo a fricção de sua pele áspera e dos dedos calejados, parecerem a coisa mais delicada que podia lhe tocar.
Aquilo deixou Éros ainda mais paralisado.
O olhar de Andres subiu de repente, para o topo da escada, onde Daniel apareceu. Aquilo fez o encanto se desfazer e Éros se afastar. O que Andres estava querendo? Mostrar que sabia de algo? Provocar o primo?
O que quer que fosse, parece ter funcionado, pois o olhar de Daniel escureceu como nunca.
Éros apertou a chave do carro, sentindo o peso da tensão.
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