Espectro da Meia Noite/ Império das Sombras- Livro II

Capítulo 41- Noite das prendas / parte I

Olha quem deu as caras por aqui? Sim, tô viva. Amo todos vocês que mandaram mensagens <3

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Daniel enfiou a glock na cintura e pisou numa poça de água em meio a seus passos apressados no beco vazio ao lado do restaurante chinês.

O Papa enfiou as mãos dentro da jaqueta marrom de couro e parou ao lado do carro que estava estacionado ali. Alguém destravou do lado de dentro e empurrou a porta. Ele olhou para os lados, por baixo da aba do boné preto que sombreava-lhe o rosto, e entrou no carro às pressas, encarando Sayko no banco do motorista.

— Onde ela está?— Daniel perguntou afoito, entre os dentes.

— Ainda não sabemos — Sayko respondeu.

— Como não sabem? Vocês não são tipo da inteligência secreta?— a voz veio do banco de trás. Sayko olhou pelo retrovisor, encontramos a figura ruiva usando um capuz de moletom.

— O que ele faz aqui, Daniel?!— Sayko arregalou os olhos.

— Longa história...

— A gente tá namorando.

— Como é?— Sayko olhou entre eles.

— A gente não tá — Daniel negou.

— A gente não tá?— Éros cruzou os braços.

— Vocês enlouqueceram de vez?! Vocês não podem nem ser vistos juntos!— Sayko continuava olhando entre eles.

— Estamos aqui por causa da Alícia — Daniel foi enfático.

— Então a gente não tá — Éros estourou uma bolha de chiclete olhando para o moreno.— Bom saber.

— Você perdeu completamente a noção da realidade?!— Daniel apontou com as duas mãos na direção da própria cabeça e virou o corpo na direção de Éros.— Tá ficando maluco como seus pais. Será que ainda não entendeu que o meu bebê foi sequestrado?!

— O bebê que você comprou?— Éros provocou novamente.

Mas parou.

E piscou no escuro.

Algo pesou no peito de Éros. Ele estava mesmo ficando insensível como os pais eram em relação aos humanos. Talvez não fosse mesmo possível fugir disso.

Tinha um bebê desaparecido. Um bebê.

— Desculpa — Éros piscou de novo. Os grandes olhos azuis se encheram de culpa em meio a escuridão. Ele se aproximou aos poucos, acoado como alguém que tenta pedir desculpa gestualmente, e apoiou o queixo no ombro do mais velho.— Nós vamos encontrar ela, está bem?

Sayko não disfarçou os olhares curiosos entre os dois, mas Daniel a olhou de maneira crítica, cortando qualquer tipo de pergunta que ela poderia fazer.

— Qual foi a última vez que ela foi vista?— Daniel perguntou.

Sayko ainda olhava entre os dois.

— Na casa dos Van Der Berg. Nenhum registro depois disso.

— Está dizendo que essa droga de cidade é 100% monitorada, mas nenhuma merda de câmera captou um bebê sendo sequestrado da casa da família da prefeita?— Daniel foi elevando gradualmente sua irritação.

Éros entrelaçou os dedos nos dele quando notou sua exasperação. O singelo contato entre os dedos fez Daniel olhar para baixo e tirar a concentração do ódio que estava sentindo.

As piores possibilidades passavam pela sua cabeça. E se o Senhor Mistério estivesse com Alícia? E se ele a usa-se como moeda de troca para tentar chegar em Éros e Rebecca? Só podia ser isso, não? Por qual outro motivo a bebê de uma prostituta teria tanta importância?