Capítulo 23- Ataque surpresa

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— Eu adoro essas bebidas coloridas.

Éros sentiu a aproximação de Daniel em suas costas, roubando o copo sobre seu ombro e levando até a boca. O ruivo fez uma careta de desagrado.

Ele conhecia de longe quando Daniel estava nos seus piores dias.

Assim que o moreno sentou ao seu lado, uma sensação de dejavu tomou conta de Éros. Foi como na primeira noite, quando Daniel entrou oficialmente na sua vida assim que Éros botou os pés na Madame Satã e sentou-se diante daquele mesmo balcão.

Depois de tudo o que soube, ele não conseguia mais distinguir o que era real e o que era obra daquele ciclo profético detestável.

A lembrança daquilo fez a expressão de Éros decair.

— Você devia estar feliz. O Clero está de volta.

Daniel manteve o olhar distante, além dos ombros do barman. Éros aproveitou sua distração para puxar o copo de volta.

Daniel segurou sua mão.

Aquilo o fez gelar. Podia ser um mínimo gesto, mas o toque íntimo dos dedos de Daniel lhe fez olhar para o lado em busca de olhares curiosos.

— Dan...aqui não...

— Por que não?— Daniel colocou a mão sobre a sua, tentando entrelaçar os dedos.

O barman lançou um olhar sugestivo sobre o toque.

Éros puxou a mão.

Os motivos eram claros, mas Daniel estava bêbado demais para perceber o quão perigoso era qualquer tipo de contato entre o Papa e o Príncipe mentalista naquele momento.

— Acho que devíamos ir para outro lugar — sugeriu Éros.

— Por que? Agora você tá com vergonha?— a voz embriagada e levemente risonha de Daniel o provocou.

Cala a boca. Cala a boca. Cala a boca!!!

— Daniel...

— Que foi, meu Cupidinho?— Daniel beliscou seu queixo.

Éros se afastou e pigarreou, arregalando os olhos numa tentativa desesperada de fazer Daniel tomar consciência. Por favor, entenda que precisamos ir para outro lugar.

Ele podia ouvir alguns cochichos ao lado e sabia sobre o que se tratavam.

— Agora você tem vergonha? Jura?— Daniel riu.

— Você sabe que não é sobre isso...

— Então é sobre o que, porra?!

— Você tá bêbado..

— E você tá fugindo de mim há dias!

Inferno!

Éros o puxou pelo pulso e abriu espaço entre as pessoas da pista sem se importar com como aquilo iria soar. Daniel se deixou levar até metade e tentou resistir ao seu agarre.

A cabeça do Projenitor estava confusa como nunca. Éros o ignorava e agora estava ali. E o ignorava. E quando ele ignorava, Éros vinha atrás.

Os dois foram para um dos corredores da boate e Daniel puxou o pulso.

— Eu sei andar.

— É claro que sabe.

Daniel virou a garrafa na boca. Éros fez uma careta. Da onde ele tinha tirado aquela garrafa?

— Me dá isso aqui!

Daniel ergueu a garrafa.

— Sério isso? Acha que não posso pegar?

Espectro da Meia Noite/ Império das Sombras- Livro IIWhere stories live. Discover now