Capítulo 6

345 51 0
                                    

Se apaixonando aos poucos, olhos que me conhecem
E eu não posso voltar atrás
Estados de espírito que me pegam e me destroem
E me deixam deprimida

Glen Hansard - Falling Slowly

DUAS SEMANAS DEPOIS, Artemis Kouris observava com atenção o trabalho de Theodorus com atenção e como ele o executava bem. As equipes de coletores seguiam pegando as azeitonas, os caminhões as levavam até as transportadoras e outra parte ia de navio para outras regiões do país. As cabras eram cuidadas e ordenhadas todos os dias, os cavalos estavam sempre limpos e bem alimentados. Como dona da propriedade e a única herdeira de todos os Kouris, ela não tinha do que reclamar.

No entanto, algo ainda a preocupava, que era a propriedade da família em Messinia, no Peloponeso. Quando era adolescente, Iliana costumava levar a sobrinha para lá. Contudo, como a tia havia ficado muito doente, a fazenda na região não era visitada por ela há um ano e Artemis sentia a necessidade de verificar o andamento da colheita de azeitonas por lá. Ela precisava de alguém para acompanhá-la na viagem, só que havia mais um problema: Antonis havia contraído uma virose e estava sem trabalhar há três dias. Ele precisaria de repouso por mais uma semana até que pudesse voltar à labuta e às suas funções.

Assim, só havia uma pessoa para ajudá-la na viagem ao Peloponeso: Theodorus Papadopoulos. A proximidade com aquele homem a deixava nervosa e irrequieta, provocava sensações as quais nem sabia que podia ter. O fato de ele estar trabalhando perto dela, e pior, enviar olhares nada inocentes em sua direção não ajudava em nada em sua situação. Artemis podia ser virgem, mas não era idiota. Sabia decifrar quando um homem a olhava com desejo e era exatamente isso que Theodorus não escondia por trás daqueles belos olhos azuis, como duas piscinas em que ela poderia se afogar.

A pele suava e ficava quente quando ele se acercava dela, além disso, Artemis se arrepiava, pensando como deveria ser seus beijos ou ainda pior, suas carícias íntimas. Ela se pegou pensando novamente no seu capataz, o homem o qual era seu subordinado, e sentiu as bochechas esquentarem e uma labareda de fogo se espalhar pelo seu organismo. Foi necessário que ela pegasse um copo de água gelada na cozinha a fim de se acalmar e aplacar aquelas sensações e pensamentos sem sentido.

Em seguida, Artemis pediu a um dos empregados que chamasse Theodorus em seu escritório, pois tinha urgência e necessidade em conversar com ele. A viagem para Messinia era imperativa e ela tinha que acompanhar pessoalmente a colheita, para que nada desse errado. Ela começou a andar de um lado para o outro, aguardando aquele homem que tanto a deixava vulnerável, como nenhum homem havia feito. Ela estava distraída olhando fixo para o horizonte na janela, quando ouviu o barulho das botas pesadas se aproximando. Ele havia chegado. Logo que entrou e os olhares se encontraram, o ambiente foi tomado por uma forte tensão sexual, que era difícil de ignorar.

- Senhorita Kouris, pediu para falar comigo? - Ele tirou o chapéu, pois o sol estava forte naquele dia. Os olhos azuis a fitavam intensamente.

- Sim, Theodorus. Preciso viajar a Messinia com urgência. Como sabe, temos outra propriedade lá e preciso acompanhar a produção. Não posso deixar que outra pessoas vá por mim.

- Entendo. - Theodorus respondeu. - Como posso ajudá-la enquanto estiver fora?

- Antonis está doente e só volta a trabalhar na semana que vem. Não posso ir sozinha lá, já que ele costumava ir comigo. Preciso que vá comigo a Messinia.

- Bem, posso ir. Mas quem tocará a produção aqui em Meganisi?

- Deixarei outro assistente de capataz para que possa acompanhar a produção enquanto estivermos fora. - Explicou ela.

- Tudo bem. Quando viajaremos?

- Amanhã de manhã sairemos de balsa daqui rumo a Preveza e, de lá, decolaremos para Kalamata, a capital de Messinia.

Alcançado pelo Destino - Série Fascínio Grego - Livro I (COMPLETO)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant