CAPÍTULO 08

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     — venham por aqui, vou pegar umas toalhas pra vocês. — digo, e mesmo que ainda esteja um pouco nervoso, não posso simplesmente deixar esses dois manés congelando, e nem manda-los ir embora no meio de uma chuva dessas. Eu começo a caminhar em direção ao meu quarto com os dois no meu encalço, então entro no outro cômodo e caminho até o meu guarda-roupas, e mesmo sem olhar para trás, sei que ambos estão analisando cada centímetro do meu quarto.

      — Aqui estão. — Retiro duas toalhas limpinhas e com cheiro de amaciante de dentro da gaveta, girando num ângulo de 180° graus e ficando de frente para os dois, soltando um suspiro rápido ao perceber que eles estão bastante pertos, se agigantando sobre mim. Pela primeira vez, não consigo evitar e encaro seus peitorais definidos e absurdamente lindos. O de Kai é daquele marrom escuro e deslumbrante de todo o resto da sua pele, com músculos definidos e uma trilha de pêlos negros começando no seu umbigo e desaparecendo dentro da calça. O peitoral de Tyler é tão definido quanto, todo bronzeado. Meu olhar recai sobre o piercing no mamilo, fazendo um tremor percorrer meu corpo, porque os dois são tão lindos que me deixam um pouco desconcertado. Quer dizer: MUITO desconcertado. Um sorriso maroto surge no rosto dos dois, que liberam uma dose extra de feromônios, então percebo tardiamente que eles conseguem saber o que estou sentindo.

     — F-fiquem a vontade. — Começo a caminhar para fora do quarto rapidamente, morrendo de vergonha.

    — Obrigado, baby. — Os dois dizem ao mesmo tempo antes que eu feche a porta. Esse "Baby" causa uma série de arrepios no meu corpo, e eu tenho certeza de que eles sabem muito bem disso, o que me deixa ainda mais envergonhado.

    Engulo em seco e pego as flores e os bombons para levar para a minha cozinha, que fica depois da sala. Paro por alguns segundos para fechar a janela e colocar um tapete em cima das poças de água que os dois manés saíram deixando pela minha casa, para então ir até o outro cômodo.

    A minha cozinha é pequena, como todos os outros cômodos da casa. Ela tem um balcão de mármore cortando-a ao meio. Do lado direito fica o armário de parede, a geladeira, a pia e o fogão, enquanto do outro lado está completamente vazio, com apenas três cadeiras de frente para o balcão, que uso como mesa também. Eu procuro uma jarra de vidro no armário, então a encho de água e coloco as flores lindas e fofas dentro, admirando-as por alguns instantes.

    Eu também coloco os bombons de chocolate dentro da geladeira, mas não sem antes roubar um de dentro da caixa e comer. O gosto bom explode na minha boca instantaneamente e me faz gemer baixinho. Eu como mais um só porque sou um pouquinho esfomeado, então dou meia-volta e começo a voltar para o quarto, enrolando-me mais ainda no cobertor só para garantir que ele não vai escapar e me deixar só de cueca na frente daqueles dois.

      Quando chego até o quarto, abro a porta e enfio a cabeça para dentro dele, procurando os dois rapazes perto do guarda-roupas, onde eu os havia deixado. mas ao invés disso, encontro Kai e Tyler esparramados na minha cama, em lados opostos dela e não mais do que com aquelas pequenas toalhas enroladas na cintura. Eles estão deitados com a barriga para cima, com os braços dobrados e com a cabeça apoiada em cima deles. Eles olham para mim assim que entro no cômodo, abrindo pequenos sorrisos.

     — O-o que vocês tão fazendo aí? — pergunto, alternando o olhar entre os dois e tentando não pensar no fato de que estão PELADOS na minha cama.

     — Está chovendo lá fora, achamos que você iria deixar a gente passar a noite aqui. Jamais faríamos alguma coisa sem sua permissão, baby. Pode ficar tranquilo. — Kai dá de ombros, fazendo um biquinho provador. Meu olhar percorre o seu corpo lindo e imenso que vai praticamente de uma extensão à outra da cama de DOIS METROS. Tyler é do mesmo tamanho, e ver os dois alí me deixa completamente desconcertado, sentindo as minhas pernas trêmulas. O cheiro dos feromônios másculos e absurdamente fortes deles me deixam meio leve, sentindo a minha pele formigar sem parar e meus mamilos ficarem duros e sensíveis. Isso jamais aconteceu amigo antes e eu simplesmente não sei como reagir.

     — Vocês podem dormir nos sofás da sala, eu pego edredons pra vocês. — Digo, cruzando os braços, embora que eles provavelmente não possam ver isso por causa do cobertor ao meu redor.

     — Deixa a gente dormir aqui com você, Otto. Não vamos fazer nada que não queria. Só queremos ficar um pouquinho mais próximos de você. — Tyler disse, virando de lado e ficando no limite da cama, deixando uma fresta de mais de um metro entre ele e Kaic. Eu abro a boca para negar e dizer que vou dormir do sofá, mas a fecho assim que percebo que ficar correndo dos dois só vai fazer a gente ficar doente de novo. Além disso, se eles tentarem ser espertinhos, eu posso muito bem acabar com a raça deles e nunca mais olhar nas suas caras.

     Solto um rosnado e caminho até a cama em passos incertos, vendo o olhar de incredulidade nos seus rostos, como se ainda não estivessem acreditando que eu realmente cedi e que vou fazer isso. Pra falar a verdade nem eu estou acreditando ainda que realmente vou fazer isso. Minha pernas estão bambas e a minha pele febril, como se eu estivesse prestes a entrar no cio, embora isso definitivamente não vá acontecer, pois ainda falta um bom tempo para isso.

    Subo em cima da cama e engatinho para a frente, sentindo o meu coração à mil por hora. Quando finalmente chego até perto da cabeceira, desabo sobre o colchão e me enrolo várias vezes dentro do cobertor macio, ficando totalmente protegido dentro do casulo quentinho e totalmente escuro, onde há apenas uma pequena fresta na parte de cima para que eu consiga respirar.

    — E-ei! — Solto um gritinho de susto quando dois corpos enormes rolam para mais perto e me agarram, então sou abraçado dos dois lados com força, ficando totalmente preso entre dois caras musculosos, sentindo os seus braços me envolverem e os dois jogarem uma perna por cima de mim, me prendendo a eles de um jeito que seria impossível sair. O cobertor macio não é uma proteção tão eficaz quando pensei que seria, porque consigo sentir cada centímetro das seus corpos quentes pressionados contra o meu.

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DOIS ALFAS E EU (COMPLETO)Where stories live. Discover now