CAPÍTULO 18

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       Quando acordei, senti como se um caminhão estivesse passado por cima de mim, mas a sensação que fluía pelo meu corpo era gostosinha e me faria querer ficar deitado pelo resto da vida, dentro daquele casulo de calor que os dois alfas safados me proporcionavam debaixo daquele cobertor macio e quentinho. Eu precisei checar disfarçadamente se ainda estava conseguindo sentir minhas pernas, e graças ao bom Deus, a resposta era sim, embora minha bunda estivesse meio dormente e dolorida.

     Acho que já passavam das 12:00 da noite quando fomos dormir, depois de um bom banho e de vários minutos apenas nos beijando intensamente — Acho que meus lábios ainda estão tão inchados que é como se eu tivesse feito um botox!! —. Tyler precisou trocar a colcha da cama, já que ela estava meio suja com nosso gozo e de suor. E além disso, eu obriguei os dois safados à pelo menos vestirem suas cuecas antes de dormir, assim como eu fiz, vestindo também a enorme camisa de Kai por cima só para garantir que eles não tentariam me comer mais uma vez depois das longas horas em que fizeram isso!

     Acho que poderia ter dormido por mais umas 24 horas, mas o despertador de Tyler desperta às 7:40, já que a nossa aula começa às 8:30. Nós levantamos e escovamos nossos dentes, então o nosso anfitrião prepara um café da manhã para a gente com a ajuda de Kai. Eu até tentei ajudar também, mas os dois safados não aceitaram, dizendo que eu deveria estar cansado e que deveria esperar sentadinho enquanto faziam isso — acho que ter os dois me servindo é o prêmio por ter sido fodido e quase rasgado ao meio à noite toda, certo? —, então apenas fiquei observando enquanto eles faziam alguns ovos mexidos, corando e suspirando sempre que as lembranças de tudo que aconteceu vinham à tona. É engraçado ver os dois brigando e discutindo sempre, embora eles tenham uma sincronia perfeita juntos, além de serem absurdamente sexys cozinhando só de cueca e com aventais engraçados.

    Nós comemos sem muita pressa, conversando sobre coisas aleatórias enquanto eu sou jogado de um lado para o outro enquanto os dois manés disputam para ver no colo de quem eu deveria sentar — no fim, eu acabei sentando na minha própria cadeira, lançando olhares mortais para os dois através dos meus óculos.

     Tyler vai me deixar em casa alguns minutos depois, logo após vestirmos nossas roupas amarrotadas por completo e calçarmos nossos sapatos. Ainda faltavam uns 25 minutos para começar a aula, e embora eu provavelmente fosse me atrasar um pouquinho, neguei quando ele disse que iria me esperar para me levar de carro.

     — A escola não fica tão longe, mané. Eu vou de bicicleta mesmo. — Disse para ele, dando tchauzinho antes de correr pelo beco entre os dois prédios e começar a subir a escada da saída de incêndio sem esperar sua resposta. Os dois são maravilhosos e estão fazendo eu me apaixonar intensamente por eles, mas continuam sendo os garotos mais populares de todo o colégio. Chegar lá com os dois é o mesmo que colocar um alvo no meu peito, e eu definitivamente não quero lidar com as centenas de patricinhas ômegas que são apaixonadas por eles e tem uma síndrome incurável de "pick me Girl". Prefiro continuar invisível até o final do ano, sem mais coisas para me preocupar.

     Eu abro a janela da sala e passo por ela apressadamente, quase caindo de cabeça no chão do outro lado, mas felizmente, já aprendi todas as artimanhas para conseguir fazer isso sem bater de cara no chão, então fico de pé rapidamente e caminho para meu quarto, pretendendo trocar se roupas e jogar um pouco de água no rosto para que não fique tão óbvio o que fizemos a noite inteira.

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    Realmente cheguei alguns minutos atrasado, mas os professores relevaram e mal notaram quando entrei na sala. Os três primeiros horários foram absurdamente chatos e quase não passavam nunca — Talvez tenha me sentido assim por ter ficado CINCO DIAS sem vir para esse lugar.

    Quando chega a hora do intervalo, faço aquele mesmo trajeto de sempre, seguindo aquela multidão de alunos e tentando passar na frente de alguns para conseguir um lugar melhor na fila. Parece que hoje o número de alunos simplesmente triplicou, porque tenho certeza que nunca houve um dia em que esses corredores estivessem tão lotados. Demora quase uns 10 minutos para que eu finalmente consiga pegar a minha comida, que é praticamente o de sempre: uma caixinha de achocolatado, uma maçã e um sanduíche.

     Como falei, hoje o lugar está tão cheio que não consigo ver um lugar vago sequer, então agarro a minha bandeja e caminho para fora da cantina, quase chorando de alívio quando percebo que os corredores estão completamente vagos. Eu sento em um cantinho escondido com as costas pressionadas contra os armários, a bandeja equilibrada no meu colo e a minha mochila ao meu lado, já que as próximas aulas vão ser de edição física e não haveria motivos para deixar a mochila na sala de aula.

     Começo a comer sem muita pressa, apreciando a calmaria que o corredor vazio traz, longe daquela multidão de doidos que estão ocupando cada centímetro da cantina.

     — Hey, Ottinho. — Uma voz quebra o silêncio, me fazendo quase derrubar a bandeja com a comida. Eu olho para o lado e vejo Tyler e Kai se aproximando com largos sorrisos nos rostos.

     — O-o que vocês...? — Observo enquanto eles sentam no chão, um de cada lado do meu corpo e me espremendo contra eles.

     — Procuramos você por todo lado, Amor. — Kai diz, puxando a minha mochila para o seu colo e já começando a mexer nas minhas coisas. Eu dou uma cotovelada nele, mas o safado sequer parece se importar enquanto retira meu caderno lá de dentro e começa a ler algumas coisas.

     — Não gosto de lugares com tanta gente. — Explico, dando uma mordida na maçã, sentindo Tyler jogar o braço por cima dos meus ombros e esfregar o nariz no meu cabelo.

     — Você não estava tentando fugir da gente, não é, Baby? — Ele sussurra, provocando uma série de arrepios pelo meu corpo, principalmente quando o cheiro bom dois dois me atinge em cheio, assim como o calor que emana deles. Nesse momento sequer me importo se estamos na escola, sentados no chão do corredor por onde qualquer um possa passar e nos ver.

     — N-não.

    — Ótimo. Hoje é a vez de você conhecer meu apartamento, baby. — Kaic diz contra a minha orelha, e mesmo que não consiga ver o seu rosto, sei que ele está com um sorriso largo e safado. Eu tento ignorar os tremores que cruzam meu corpo e continuo comendo, tentando ignorar também esses dois manés.

    Onde eu fui me meter?!
    

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DOIS ALFAS E EU (COMPLETO)Where stories live. Discover now