DOIS ALFAS E EU (COMPLETO)

CAPÍTULO 19

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    Acho que o meu plano de permanecer invisível foi por água à baixo pouco depois, já que Tyler e Kai não desgrudaram por mim um segundo sequer — O que significa que me seguiram como dois Golden retrievers fofos quando fui deixar a bandeja na cantina, foram me deixar na quadra de vôlei onde seria os meus dois últimos horários e me esperaram pacientemente quando a aula acabou, para irmos juntos para o apartamento de Kai.

     Como havia ido para a escola de bicicleta, tive que voltar de bicicleta para o meu apartamento — Depois de ter discutido com Tyler por alguns minutos, já que o mané queria enfiar minha bicicleta no porta-malas do carro para que assim eu fosse com ele, o que definitivamente seria Impossível, mas que na cabeça do roqueiro gostosão iria dar certo.

     Quando chego até o beco entre o prédio em que moro e o outro, encontro um carro vermelho e bonito estacionado na calçada, o que me faz revirar os olhos, mas sem conseguir evitar o pequeno sorriso, porque esse é o carro de Kai. Eu encontro os dois alfas sentados no topo da escada espiralada de metal que leva até o meu apartamento, com os braços cruzados e em cantos opostos dela. Caso já não conhecesse os dois, teria a impressão de que eles são mais alguns daqueles garanhões descolados da escola que compram briga com todo mundo e saem transando com qualquer ômega que apareça pela frente, mas na verdade só são dois manés fofos nos corpos de alfas musculosos. Dois manés fofos e tão lindos que me fazem suspirar baixinho.

     — Oi pessoal, quanto tempo, né? — reviro os olhos e abro um sorriso com o quão sarcástico isso foi, já que vi esses dois à uns vinte minutos atrás.

     — Hahaha. Olha como ele é engraçadinho. — Kai provoca, agarrando minha cintura e me puxando para o seu colo assim que subo mais um degrau e chego ao seu alcance. Tyler chega para mais perto e cola seu corpo ao do alfa negro, ficando lado a lado com ele e me encarando atentamente.

      — A sorte de vocês é que são absurdamente gostosos e legais comigo, porquê senão já teria chamado a polícia e pedido uma medida protetiva. — Digo, apoiando a cabeça no ombro de Kai e alternando o olhar entre eles dois, vendo seus sorrisos se alargarem ao mesmo tempo, tornando-se meio lupinos e evidenciando as presas afiadas de alfa.

     — Então você confessa que somos "absurdamente gostosos"? — Tyler provoca, lambendo os lábios e fazendo um calafrio subir pela minha coluna, ao mesmo tempo que sinto minhas bochechas esquentarem.

     — N-não é como se eu precisasse confirmar isso. Vocês sabem que são.

     — Mas queremos que você diga, amor. A gente deixa você cheio de tesão. Conseguirmos sentir seus feromônios docinhos ficarem mais deliciosos ainda quando você fica excitado. — Kai dá de ombros e esfrega a minha bunda no volume crescente dentro da sua calça, me fazendo arquejar profundamente, porque esse preto safado definitivamente quer me matar do coração, assim como Tyler também quer, pois está acariciando a minha coxa em movimentos circulares e deliciosos.

     — O-okay Okay. Vocês me deixam todo embaralhado. — Confesso, sentindo uma onda de vergonha e desejo fluir pelo meu corpo. Eu me inclino para cima e dou um beijinho rápido no queixo quadrado de Kai. Tyler não está perto o suficiente para que eu consiga fazer isso, mas nada me impede de dar uma acariciada na mala enorme e deliciosa que ele carrega entre as pernas, porque pelo visto, eu estou me tornando  um completo depravado. Tyler solta um silvo baixinho e se aproxima mais ainda, colando o seu corpo enorme no de kai. — S-sabe em que tenho pensando bastante?

      — O quê? — Os dois perguntam ao mesmo tempo, claramente interessados.

     — V-vocês dois não sentem nem um pouquinho de atração um pelo outro? — Pergunto meio sem jeito, porque pensar nesses dois se pegando é sexy pra caralho, o que faz minha boca encher d'água só de pensar. Nós três juntos, sem que eles precisem afastar um ao outro é... Céus!! Só isso é o suficiente para me deixar excitado de uma forma sobrenatural. Não é um fetiche nem nada do tipo, mas acho que seria bastante interessante.

    Tyler e Kai arregalam levemente os olhos e se encaram por alguns segundos, antes de moverem seu olhar para mim novamente.

     — Reconheço que ele é bonito e que não há absolutamente nada que impeça dois alfas de se pegarem, mas nunca pensei nisso. Além disso, você é o nosso predestinado Baby, a peça central nas nossas vidas. — Tyler diz, enquanto Kai assente com a cabeça, concordando com tudo que ele disse.

      — Além disso, antes sequer nos suportávamos, mas agora estamos aprendendo a ser amigos, e confesso que esse mané é o primeiro amigo de verdade que tenho em tempos. — Kai completa, enquanto o alfa moreno joga o braço por cima dos seus ombros, criando uma cena absolutamente fofa que me faz ficar ainda mais apaixonado por esses dois.

     — E-e eu? Não conto como amigo? — Faço um biquinho e esfrego a minha bochecha no peitoral dele, sentindo ondas calorosas de um sentimento forte fluir através do nosso laço.

     — Você é muito mais que isso, Ottinho. — Dois fizeram ao mesmo tempo, fazendo eu não conseguir conter o sorriso bobo que surge nos meus lábios, enquanto empurro os óculos um pouco mais para cima.

     — Aliás, você precisa levar algumas roupas hoje, porque vai dormir com a gente no meu apartamento. — Kaic diz, enquanto Tyler acaricia o meu cabelo com aquela mão que está por cima dos ombros dele.

     — Certo. — Confirmo, sem motivos para negar. É engraçado como até ontem eu sequer tinha beijado alguém e agora eu nem sou mais virgem, além de ter transado com DOIS alfas. Não que eu me arrependa de alguma coisa, pois Tyler e Kai despertam coisas em mim que sequer pensei que fosse possível serem sentidas por alguém. É um sentimento mágico que mistura felicidade e paixão. Até simplesmente olhar para esses dois é o suficiente para me fazer sentir meu coração ficar acelerado.

     — Vou ligar para um restaurante e pedir alguns pratos no delivery. Tem alguma sugestão? — Tyler pergunta enquanto eu saio do colo de Kai.

     — Pode ser qualquer coisa, bobão. — Dou um beijo rápido nos seus lábios, antes de começar a andar até a janela, sentindo os dois me seguirem com o olhar.
     

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