Capítulo 84 - So close and yet so far

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Luna

Maio de 2020...

Me tranquei no banheiro depois das notícias recentes e as lágrimas silenciosas saíram sem que eu conseguisse ter forças pra conter nenhuma delas.

- Se acalma, Luna! Pelo amor de Deus, se acalma! Vai ficar tudo bem, tenha fé! - Falei pra mim mesma e sentei no vaso, cobrindo o rosto por um tempo que nem sei dizer. Até que meu coração acelerou mais quando percebi que meu ar faltava.

Eu queria sair correndo pra minha casa e me esconder com a minha família, mas definitivamente eu não podia fazer isso. Não depois do que tinha acabado de descobrir.

Já faziam 35 dias desde que aceitei e comecei a trabalhar com a equipe do Joshua. Depois de muito relutar, Chris me deixou mais tranquila pra que eu aceitasse, e passei aquele dia inteiro da ligação simplesmente grudada nele e em Summer.

Havíamos nos organizado e combinado o seguinte: eu ficaria na área de serviço do apartamento e não teria contato físico com eles, enquanto isso minha sogra se dispôs a ficar lá pra ajudar Chris com a Summer no que precisasse.

O primeiro dia foi muito difícil. Summer ouviu minha voz e fez o maior escândalo pra vir pra mim, o que me deixou despedaçada por dentro. A fim de não prejudicar mais minha mente do que já aconteceria, nós desenvolvemos um protocolo diferente pra mim, justamente por eu ter uma filha pequena. A cada três dias, eu fazia um teste rápido e poderia ir pra casa e ter contato básico com minha família, o que nos aliviou bem mais do que eu sou capaz de expressar. Então a cada três dias, eu podia abraçá-los, mas isso só aconteceu nos 15 primeiros dias, porque depois a situação ficou tensa.

Estávamos perto e, ao mesmo tempo, tão longe...

Estávamos perto e, ao mesmo tempo, tão longe

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A minha rotina era bem pesada e exigente. Às 08:00 da manhã, entrava no trabalho e só largaria a hora que desse. Um hospital de campanha foi montado no enorme ginásio de esportes de Harvard, então nós tínhamos acesso às amostras quase que em tempo real, sem perder tempo com transporte.

A cada dia, a COVID-19 parecia vencer mais e mais, principalmente quando começou a ceifar vidas e mais vidas. O cenário era assustador!

Certo dia, precisei ir até o ginásio pra verificar um problema num kit de detecção rápida, e aquele foi um dos piores dias da minha vida. Pelo menos pra minha saúde mental...
Parecia um cenário de The Walking Dead e outros filmes apocalípticos bem na minha frente! Filas e filas intermináveis, sons de pessoas tossindo e procurando respirar como dava, tantas outras entubadas e famílias se abraçando e chorando pelo medo da incerteza.

Aquele maldito vírus era traiçoeiro demais!

Pra alguns, ele se manifestava de forma tão branda e tranquila que tivemos inúmeros casos de pacientes assintomáticos, mas pra outros, ele era fatal. Isso nos deixava apreensivos porque, a cada novo caso positivo, nós não sabíamos em qual estatística aquela pessoa se encaixaria.

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