Sofrimentos sem Limites - Primeira Parte

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"E eu só sinto raiva
Por todo tempo que eu doei pra ti
E eu só sinto raiva
Deveria ter cuidado mais de mim
Faltou coragem pra andar sozinha
Mas enfim, eu consegui."

            Ludmilla - Eu Só Sinto Raiva

                                       •••

Acordo com dor de cabeça por ter chorado a noite toda pensando no que o Lawrence fez comigo e pensando também se eu merecia passar por isso. Tudo o que eu fiz foi dar todo o meu amor ao Lawrence e o que recebi em troca? Um par de chifres enormes na minha cabeça.

Me pergunto o que fiz de errado... será que não o amei o suficiente? Eu não sei o real motivo para ele ter feito o que fez, mas preciso saber de tudo!

Ainda é cedo e sou a única acordada, me arrumo e saio de casa sem avisar para a minha família. Não preciso envolver eles nisso. Lawrence mora longe, mas isso não vai me impedir de ir até ele, eu preciso de respostas!

Sinto lágrimas rolando pelo meu rosto, não me atrevo em impedi-las. Não tenho culpa, meu coração está machucado. Está ferido. E não sei por quanto tempo ele ficará assim.

Lembro dos momentos que tive com o Lawrence, agora percebo que foram todos falsos da parte dele. Foram criados apenas em minha cabeça e o que mais me machuca é que ele disse me amar.

Eu amei por dois e preciso ouvir o Lawrence. Quero saber o porquê dele não ter me amado na mesma intensidade que eu o amei.

Chego no hotel em que Lawrence mora. Quantas mulheres ele já trouxe aqui? Tenho certeza de que Alice e eu não fomos as únicas a pisar nesse lugar com ele.

Bato na porta e ouço seu grito do outro lado.

– QUEM É?

Fico em silêncio e ele abre a porta. Sua cara de surpresa me dá nojo.

– Anye? Que surpresa! O que está fazendo aqui?

Entro calada e com uma enorme vontade de bater nele. Quantas mentiras ele ainda vai me contar? Mal posso esperar...

– O que houve, gata? – Se inclina para me beijar.

– Não me chama assim. – O afasto colocando as mãos sobre seu peitoral.

Ando para o outro lado da enorme sala do apartamento, ele senta no sofá de couro que caberia para umas sete pessoas se acomodarem sem problemas.

– O que foi? Você está estranha...

– Como você teve coragem, Lawrence?

– Coragem? Do que você está falando?

– Eu te amei tanto, me entreguei por inteira a você para no fim descobrir que era tudo uma farsa.

– Amor, eu não estou enten...

– QUE DROGA, LAWRENCE! EU NÃO SOU BURRA, NÃO FINJA QUE NÃO SABE DO QUE ESTOU FALANDO! – Respiro fundo – Você não lembra? Estava muito bêbado com seus amiguinhos naquele fim de semana? Eu já sei de tudo e sei que você transou com a prima da minha melhor amiga... você não estava tirando fotos de um museu famoso, estava fudendo garotas e ficando bêbado até saciar seus desejos.

Tudo sai muito depressa da minha boca, meu coração está acelerado, minhas mãos suando e geladas. Meus olhos estão fervendo e lágrimas estão se formando.

– Por que, Lawrence? Por quê? – Sussurro.

Ele levanta, respira fundo e passa as mãos no cabelo.

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