Capitulo 16

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Rafaella
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Encarei o escritório do meu irmão, ainda pensativa devido a toda situação com Gizelly, porém tentando focar no que estava a minha frente.

Só que a todo momento só me vinha as mãos de Gizelly em meu corpo e a partir daquilo tudo era uma camada crua de desejo, sentia meu corpo esquentar todas as vezes em que eu pensava nisso.

Levantei-me firmando as mãos na mesa e decidi sair dali.

O escritório vinha sendo o único lugar onde não havia me escondido nas últimas horas que sucederam a situação dela com a Sofia indagando se éramos namoradas ou não.
Minha vó estava preocupada com meu jeito e Tato questionava o motivo de eu estar agindo estranho.

Nunca fui quieta ou muito calada, geralmente eu era muito alegre e falante, então estava em um dia realmente atípico.

Distraida, bati sobre o vidro de uísque que estava sobre o pequeeno bar que Tato mantinha ali, provavelmente de muitos anos atrás, pois meu irmão nunca foi de beber. Geralmente eu fazia aquilo, mas socialmente na companhia das minhas amigas.

Porém, a bebida nunca havia sido o forte da nossa família. Pelo menos, não depois de como  o vicio destruiu a vida da nossa mãe.

O vidro foi equilibrado novamente por mim, mas xinguei quando derrubei um copo pequeno, fazendo o objeto se espatifar no chão quando o barulho ressoou pelo escritório.

- Droga.- abaixai-me para juntar os cacos e vi quando a porta se abriu revelando  minha avó que me observava de modo especulativo.

- O que houve ai minha neta?.- indagou, aproximando-se.

- Eu derrubei um copo sem querer.- Falei, pegando a lixeira e jogando dentro rapidamente.

Vi que ela se sentou no sofá enquanto esticava a perna no chão limpo e juntava os cacos maiores com calma,  sem a menor preocupação de me cortar.

- Vai acabar machucada.- Vovó alertou.

- Tudo bem, só estou juntando os maiores.- Falei distraída.

Fiquei em silencio conforme recolhia e me levantei quando não dava para ignorar os cacos menores, indo em direção  á saída para buscar uma vassoura.

- Vai me falar o motivo de estar escondida hoje?.- Vovó inquiriu, e eu travei antes de sair.

Eu me virei lentamente, encarando-a.
Vovó tinha um ar de quem sabia de tudo e só um olhar dela bastava para me fazer tremer na base quando eu era pequena.

Só que naquele momento, anos depois ela não tinha mais aquele ar de  carrasco da infância, era só a minha querida avó e queria o melhor pra os netos.

- Não estou afim de sair.- Falei distraída.

- Isso tem haver com a sua melhor amiga?
Sua indagação me fez virar a cabeça rapidamente em sua direção.

- C.. como assim?.- Questionei.

- Bom, é que voce ficou estranha depois que saiu dizendo que iria ir jantar com a Gizelly, então imagino que possa ter algo a ver com ela.- Falou encarando o livro em cima da mesinha de centro, passando algumas páginas como se  estivesse falando sobre o tempo. – Sem contar que passou a noite fora e quero acreditar que foi com ela.

Suspirei.

- Não aconteceu nada, vovó. Gizelly não tem nada haver com isso.- Menti e ela riu.

- Certo, então que jantar longo foi esse? Durou muito hein?.- O sorriso da minha vó dizia que ela não acreditava em uma palavra que eu dizia. – Posso não ter sido jovem na mesma época que vocês, minha neta, mas sei bem como são as coisas. Nada como a desculpa de sair para comer na casa de alguém e voltar no dia seguinte.
Deixei minhas mãos caírem ao lado do corpo.

MÃE POR ACASO (GIRAFA) G!P (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now