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Porchay estava com raiva e vergonha o suficiente para empurrar o Xeus para o fundo de sua mente, pelo menos por alguns dias.

Mas no final do segundo dia sua curiosidade - e sua consciência - finalmente superaram seus outros sentimentos e ele decidiu verificar os arquivos que havia copiado para o pen drive.

Duas horas depois, Chay fechou os arquivos, sentindo-se um pouco mal do estômago. E um pouco assustado, para ser honesto.

Os arquivos eram um registro aparentemente mantido por um Dr. Umberto Pravat: suas observações dos experimentos realizados no alfa Xeus. O médico era absolutamente nojento em sua falta de compaixão. O Dr. Pravat tratava o alfa como uma coisa, descrevendo desapaixonadamente as drogas e produtos químicos tóxicos testados e os efeitos obtidos.

Se Porchay entendeu o registro corretamente, o principal objetivo do médico era reverter o trabalho do Querosvarin e devolver ao selvagem Xeus sua racionalidade. A julgar pela recém-descoberta capacidade de falar do Xeus, os experimentos foram claramente bem-sucedidos, pelo menos em parte.

O que Chay não entendia, era o porquê de eles estarem fazendo isso - porque seu tio estava conduzindo experimentos ilegais. Não fazia sentido. Embora ele aparentemente estivesse no caminho certo, a crescente frustração de Pravat era óbvia. Parecia que ele não estava feliz com o progresso lento deles, frustrado por sua incapacidade de reverter a aparência e os instintos bestiais do Xeus.

E então havia a outra parte da "pesquisa": experimentos físicos para testar a habilidade de cura do Xeus. Parecia que toda vez que eles testavam uma nova droga no alfa, eles precisavam se certificar de que o fator de cura superior do alfa Xeus não tinha sido afetado – essa parecia ser a prioridade.

Havia um registro informando que eles haviam experimentado uma nova droga que apresentava grande potencial para reverter a aparência bestial do alfa, mas aparentemente afetou seu fator de cura negativamente, então eles tiveram que parar de administrá-la.

Era bem bizarro.

Por um lado, tentar reverter os efeitos do Querosvarin parecia uma boa ação. Exceto que pelo jeito a pesquisa estava sendo feita por alguma outra razão, nenhum pouco altruísta. Sem mencionar que o Xeus claramente não deu seu consentimento para esses experimentos, e ele com certeza não deu permissão para ser fisicamente torturado pelo bem da ciência.

Porchay precisava tirá-lo de lá. Ele não tinha escolha. Sua consciência não o deixaria ignorar o problema, não importa o quão envergonhado e perturbado ele estivesse por sua reação ao Xeus. Às vezes, era preciso engolir seco e deixar de lado os sentimentos pessoais, e essa era uma dessas ocasiões.

Chay considerou suas opções.

Parecia que o pensamento racional do Xeus havia sido restaurado o suficiente - em seu estado atual, era improvável que ele fosse um perigo para os outros se Porchay o libertasse. Mas como ele deveria fazer isso?

Feral - KimChayOnde histórias criam vida. Descubra agora