Sweeney Todd 🔪

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  Dever ao Governador não estava nos meus planos, mas mesmo assim aconteceu. Agora eu vivia fugindo dos vários guardas que tinham uma ordem para me prender.
Mesmo que eu venda rosas no centro da cidade para tentar quitar minha divida, ainda sim, não era o suficiente.  As vendas eram poucas e os valores oferecidos eram baixos, sem contar que eu sempre tinha que me esconder de minuto à minuto para não ser pega, isso atrapalhava muito o meu trabalho.

Como agora: estava eu segurando uma cesta cheio de rosas vermelhas, enquanto oferecia para as pessoas que passavam por mim, até que de repente ouvi um apito e ouvi um dos guardas dizendo:

"Ei, você! Pare aí agora mesmo!"

Bom, eu não obedeci, levantei a barra do meu vestido e comecei a correr entre os becos. Haviam muitas pessoas transitando de um lado ao outro e isso também dificultava minhas fugas, mas graças aos céus, eu ainda não havia sido pega, e hoje não seria diferente. Os guardas eram insistentes e o que acabava me aborrecendo era que eles não desistiam fácil; então o jeito era procurar um lugar para esconder.

Enfim...

Continuei correndo e virei mais um corredor, mas assim que fiz isso, acabei trombando acidentalmente com alguém que me segurou pela cintura por impulso antes que eu fosse ao chão. Sem saber quem havia me segurado, ainda nos braços dele, olhei para cima encontrando os olhos negros e opacos fitando-me com curiosidade. Fiquei uns segundos olhando para ele, até que o barulho do apito voltou a soar despertando-me do meu estupor.

"Fiiiiu"

Me endireitei rapidamente com a ajuda do homem e ele percebeu de imediato o que estava acontecendo. 

- Por aqui!_disse me puxando pela mão sem dar me tempo para processar o que ele estava fazendo.

O homem que eu sabia ser um barbeiro pelo roupa que usava e por vê-lo uma vez na praça com um cliente; me puxou para uma porta e a fechou. O lugar era escuro, dava pra ver apenas um fio de luz que entrava pela fechadura. Ele abaixou e olhou por ela vendo os guardas passarem correndo sem parar para checar o lugar.

- Eles já foram. _disse o mesmo sem me olhar.

- Hum... o senhor me ajudou e eu...nem sei o seu nome. Embora já o tenha visto uma vez há algumas semanas atrás.

- Todd!_ele se endireitou e olhou para mim assim que abriu a porta deixando a luz entrar no lugar_ -Sweeney Todd.

Sweeney Todd...

Repeti e o homem saiu me deixando ali sozinha.  Saí rapidamente do lugar onde havíamos nos escondido para tentar encontra-lo, mas Todd já havia sumido de minha vista.

Achei muito estranho seu sumiço repentino, mas de um coisa eu tinha certeza: De que eu sempre seria grata por sua ajuda.

[...]

Alguns dias se passaram e eu continuei a vender minhas rosas. Andei tanto por tantos lugares que me senti exausta, mas pelo menos havia vendido mais do que nos outros dias. 

Felizmente, com o euro que tinha recebido, pude pagar uma parcela da dívida e com o que restou, eu poderia ir à algum restaurante. 

Foi então que soube deste de que todos comentavam. O restaurante da senhora Lovett. Estava cheio de clientes famintos para experimentar a sua tão perfeita torta de carne. Curiosa, fui até o endereço indicado e sorri ao ver o restaurante do outro lao da rua. Estava cheio como esperava naquela noite, então atravessei a rua e entrei no lugar. Tinha um ar aconchegante, embora houvesse muitas pessoas.

Procurei com o olhar uma mesa vazia, mas apenas encontrei uma pequenina no final do corredor, foi onde me sentei, enquanto aguardava ser atendida.

Um menino de aproximadamente doze anos se aproximou de mim, falou-me sobre a especialidade da casa e eu disse à ele que desejava uma de suas tortas. Ele rapidamente e com um sorriso nos lábios, saiu para preparar meu pedido.

Mas este nunca chegou à minha mesa. Eu já estava impaciente após longos minutos de espera até que algo, ou melhor, alguém; me chamou a atenção.  Eu o conhecia, ele estava parado do lado de fora do restaurante olhando-me através do vidro da janela. Quando percebeu que eu o havia visto, ele rapidamente saiu e subiu alguns degraus sumindo de minha vista, foi então que curiosa e muito ansiosa, saí do restaurante e segui em direção para onde o homem havia ido. Subi os degraus da escada que dava para uma porta e eu bati duas vezes, mas esta não foi aberta, por isso com coragem, girei a maçaneta e entrei no local aparentemente vazio. Havia apenas um baú no canto esquerdo da parede, e uma cadeira de barbeiro no outro lado da sala, mas sem nenhum rastro do homem a quem eu procurava.

- Senhor Todd? _adentrei mais a sala olhando de um lado ao outro_-Senhor Todd, o senhor está aqui? _ainda sem nenhum sinal dele, então continuei:_-Suponho que este seja o seu local de trabalho. É um tanto, misterioso, se posso dizer, mas gosto daqui... Olha eu...eu não quero incomodar, eu só queria lhe agradecer pelo que fez por mim aquele dia. E... queria me apresentar adequadamente para você... Eu sou S/n S/sn.

- Eu sei quem você é!_disse uma voz saída das sombras atrás de mim, então me virei; especificamente para o lado da cadeira de barbeiro de onde ele saiu.

- Você... sabe quem eu sou?_perguntei enquanto ele se aproximava de mim. Sua roupa com alguns respingos no tom de vermelho-brilhante.  _-Como?

Ele me olhava profundamente nos olhos e cada passo dado por ele, eram dois dados por mim para trás, até eu me desequilibrar e quase ir ao chão, se Todd não tivesse me segurado, novamente pela cintura.

- Eu sei quem você é, S/n... Não se lembra de mim? _sua voz soou aborrecida. Claro que me lembrava dele! eu o vi na praça e depois nos trombamos e ele me ajudou a se esconder... quero dizer, há alguma outra vez? Então minha memória clareou e meu semblante se abriu quando me dei conta de que nós já nos conhecíamos. 

- Sweeney Todd... oh céus! É você! _os olhos dele brilharam quando eu o toquei na bochecha _-Sweeney.

Foi então que o abracei. Abracei como se minha vida dependesse disso, e para minha felicidade, Todd me abraçou de volta. 

Nós nos conhecemos quando viajávamos no navio. Sweeney havia me tirado das garras de um homem que iria me vender para quem pagasse mais. Então após Todd o jogar no oceano, nós simplesmente nos aproximamos e viramos amigos, mas havia sentimento e isso nos envolveu, ele foi meu primeiro amor e meu primeiro homem. Mas depois ele me disse que não podia mais ficar comigo após deixarmos o navio, pois ele tinha algo à resolver e não queria me envolver nos seus problemas, então o deixei partir.  Pouco tempo depois, encontrei o Governador e passei por uma lavagem cerebral estando sob a mira do infame homem cruel, sua tortura psicológica me fez apagar Sweeney da memória, mas agora as lembranças voltaram com tudo. Felizmente eu estava nos braços dele novamente! Estava nos braços do meu amor.

- Eu sabia que este nome era familiar.  _falei com o rosto encostado no dele_-Senti tanto a sua falta Sweeney. 

Ele me afastou do abraço, olhou nos meus olhos e tomou meus lábios exatamente como quando nos beijamos da primeira vez. Essa foi sua forma de dizer que também havia sentido a minha falta.








@Roman-millet  foi o que consegui escrever. Espero que tenha gostado. Beijos. 😘



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