Na manhã seguinte segui minha senhora até o terraço, ela queria tomar café com o seu marido.
Para chegar até lá tivemos que passar por todos os corredores e por um salão dez vezes maior que a minha antiga casa. Os vitrais vitorianos e os candelabros de ferro fundido com detalhes complexos davam a sensação de estarmos em um castelo Europeu.
Quando chegamos ao terraço, a vista era incrível para a vasta extensão de vegetação exuberante e os canteiros coloridos de flores que se desdobravam ao longo de todo o jardim, exibindo uma mistura única de cores e aromas.
Senhora Lijiane sentou-se cumprimentando seu marido como se ele fosse um estranho. Entre uma bolacha e outra, ela esperava que ele tirasse um tempo para conversarem.
Meu estômago roncava tão alto que tive medo que ouvissem. Desde ontem a noite, eu não havia comido nada. Permaneci de pé ao lado dela, enquanto se alimentavam.
Ele lia jornal e não parava por nada. Interagia com si mesmo rindo e comentando notícias, mas não trocava nenhuma palavra com Lijiane, que aguardava impacientemente. De repente, ele pousou o jornal sobre a mesa e sorriu para mim. Abaixei a cabeça, sem saber como retribuir.
____ Gostou da menina? - Me senti como uma mobília.
____ Ela chegou ontem e já quer saber se ela me agrada? É pouco tempo para avaliar. - Ensaiou ler o jornal, mas soltou-o em seguida: ____ Mas sim! Eu já gostei muito dela. - Ela falava de forma teatral: _____ Veja só como ela é linda! - Apesar de que o sol atrapalhava sua visão, ela ergueu sua mão apoiando seus dedos na testa e me olhou no rosto:____ Deve estar com fome, não está?
_____ Sim, senhora. - Falei feliz, finalmente seria alimentada.
Ela esfarelou alguns pedaços de pão e colocou na palma de sua mão:
_____ Coma! - Esticou a mão para mim, enquanto encarava seu marido.
Eu fiz menção de pegá-las com a mão, mas ela se afastou me impedindo:
____ Coma na minha mão! - Mantinha o olhar no marido.
Nem questionei, inclinei passando parte dos meus cabelos para o lado e comecei a lamber os farelos com a boca. Estavam uma delícia. Terminei e agradeci.
Ela então despejou um pouco de suco também em sua mão e ordenou com um tom manso:
____ Agora, beba!
Novamente me inclinei e suguei cada gota do suco em sua mão. Quando não deu mais, passei minha língua por cada milímetro da pele dela. Podia sentir a textura macia de bebê, muito diferente da de madame Alette que era enrugada e áspera. Estava tão perto que pude ver os pêlos dela arrepiarem.
O senhor ria das atitudes bobas de sua senhora, achando-a infantil. Ele olhou para mim:
____ Quando a senhora Lijiane terminar, você pode comer os restos.
Assenti com a cabeça, bastante agradecida. A senhora levantou com raiva. Lambi os beiços:
____ Posso comer, senhora? - Perguntei com medo de aborrecê-la.
Ela gargalhou:
____ Claro! - Olhou para o marido, dando de ombros: ____ Veja! Ela parece um animalzinho selvagem... faminto!
Eu devorava um pão vorazmente. Minhas mãos tremiam de ansiedade enquanto eu picava o alimento em pedaços irregulares e os levava até a boca, a cada mordida, eu fechava os olhos para saborear cada sabor.
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O quarto da Senhora - 10+ do Kindle em LGBT!
Romance**** Comentem se estão gostando **** https://www.instagram.com/oquartodasenhora/ https://www.amazon.com.br/dp/B0CCQP965Y https://www.tiktok.com/@oquartodasenhora Uma narrativa que prende o leitor desde as primeiras páginas e o leva a uma jornada em...