Capítulo 3 - O sr. Altman

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Na manhã seguinte segui minha senhora até o terraço, ela queria tomar café com o seu marido.

Para chegar até lá tivemos que passar por todos os corredores e por um salão dez vezes maior que a minha antiga casa. Os vitrais vitorianos e os candelabros de ferro fundido com detalhes complexos davam a sensação de estarmos em um castelo Europeu.

Quando chegamos ao terraço, a vista era incrível para a vasta extensão de vegetação exuberante e os canteiros coloridos de flores que se desdobravam ao longo de todo o jardim, exibindo uma mistura única de cores e aromas.

Senhora Lijiane sentou-se cumprimentando seu marido como se ele fosse um estranho. Entre uma bolacha e outra, ela esperava que ele tirasse um tempo para conversarem.

Meu estômago roncava tão alto que tive medo que ouvissem. Desde ontem a noite, eu não havia comido nada. Permaneci de pé ao lado dela, enquanto se alimentavam.

Ele lia jornal e não parava por nada. Interagia com si mesmo rindo e comentando notícias, mas não trocava nenhuma palavra com Lijiane, que aguardava impacientemente. De repente, ele pousou o jornal sobre a mesa e sorriu para mim. Abaixei a cabeça, sem saber como retribuir.

____ Gostou da menina? - Me senti como uma mobília.

____ Ela chegou ontem e já quer saber se ela me agrada? É pouco tempo para avaliar. - Ensaiou ler o jornal, mas soltou-o em seguida: ____ Mas sim! Eu já gostei muito dela. - Ela falava de forma teatral: _____ Veja só como ela é linda! - Apesar de que o sol atrapalhava sua visão, ela ergueu sua mão apoiando seus dedos na testa e me olhou no rosto:____ Deve estar com fome, não está?

_____ Sim, senhora. - Falei feliz, finalmente seria alimentada.

Ela esfarelou alguns pedaços de pão e colocou na palma de sua mão:

_____ Coma! - Esticou a mão para mim, enquanto encarava seu marido.

Eu fiz menção de pegá-las com a mão, mas ela se afastou me impedindo:

____ Coma na minha mão! - Mantinha o olhar no marido.

Nem questionei, inclinei passando parte dos meus cabelos para o lado e comecei a lamber os farelos com a boca. Estavam uma delícia. Terminei e agradeci.

Ela então despejou um pouco de suco também em sua mão e ordenou com um tom manso:

____ Agora, beba!

Novamente me inclinei e suguei cada gota do suco em sua mão. Quando não deu mais, passei minha língua por cada milímetro da pele dela. Podia sentir a textura macia de bebê, muito diferente da de madame Alette que era enrugada e áspera. Estava tão perto que pude ver os pêlos dela arrepiarem.

O senhor ria das atitudes bobas de sua senhora, achando-a infantil. Ele olhou para mim:

____ Quando a senhora Lijiane terminar, você pode comer os restos.

Assenti com a cabeça, bastante agradecida. A senhora levantou com raiva. Lambi os beiços:

____ Posso comer, senhora? - Perguntei com medo de aborrecê-la.

Ela gargalhou:

____ Claro! - Olhou para o marido, dando de ombros: ____ Veja! Ela parece um animalzinho selvagem... faminto!

Eu devorava um pão vorazmente. Minhas mãos tremiam de ansiedade enquanto eu picava o alimento em pedaços irregulares e os levava até a boca, a cada mordida, eu fechava os olhos para saborear cada sabor.

O quarto da Senhora - 10+ do Kindle em LGBT!Where stories live. Discover now