Capítulo 4 - A cama da senhora

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Os dias passaram lentamente. Nada de muito especial acontecia. A madame ocupava todo o meu dia me dando tarefas corriqueiras e a noite o senhor vinha me visitar e me machucava mais do que me dava prazer.

Na verdade era difícil entender porque as pessoas gostavam tanto de sexo já que era tão degradante e doloroso.

Durante uma noite, o Sr. Altman entrou pela porta da minha "toca" e começou a se despir, como sempre fazia. Eu estava com dores por todo o corpo, pois não me sentia bem e pedi, humildemente:

____ Não estou me sentindo muito bem, senhor. Tenho medo de que seja algo contagioso.

____ Não me importo com resfriados. - Riu animado e eu fechei os olhos, cansada, mas não desisti:

____ Mas acho que eu estou doente, senhor. - Tossi.

Ele me acertou um tapa com força. Não era a primeira vez. A mão dele era grossa e pesada, o que contribuiu bastante para abrir o ferimento ao lado do meu lábio superior. Algum sangue escorreu. Deitou-me a força na cama, abriu minhas pernas e se satisfez. Ele me encarava com raiva como se fizesse aquilo mais como uma punição do que por vontade, mas pela forma que se aliviou, tive certeza de que havia sido por prazer.

Ele se levantou e se vestiu. Antes de sair, me advertiu:

____ Não quero e não preciso de ouvir seus "nãos"!

____ Desculpe-me, senhor. Não voltará a acontecer. - Abaixei a cabeça, sentindo-me mal.

Ele acenou com a cabeça e deixou o local.

Naquela hora pensei na madame Alette e como ela havia lutado para me manter longe do meu "tio" e que agora deveria estar sentindo vergonha de mim.

Tentei eu mesma entender porque eu havia dito tantos "nãos" para meu "tio" e porque eu não conseguia com o Sr. Altman. A resposta era simples: eu havia ficado completamente sozinha. Não havia ninguém para me apoiar.

***

De manhã entrei no quarto da senhora, meu lábio estava inchado. Ela ficou nervosa com aquilo, mas preferiu não perguntar. Pegou um pequeno kit em sua cabeceira, apoiou sobre a cama e tirou um item que eu nunca havia visto na minha vida. Era um tubo metálico por onde saiu um creme branco. Ela me fez sentar na beirada da cama e se aproximou ficando de pé para mim. Nessa hora seu perfume de jasmin invadiu minhas narinas e voltei a observar sua pele branca e macia. Ela tocou meu queixo me fazendo erguer meu rosto para ela e passou o conteúdo no meu ferimento. Seus dedos delicados me causavam arrepios. Seguirei para não suspirar. Ela então guardou tudo e me levantei agradecendo:

____ Me desculpe, madame. Eu não queria lhe dar trabalho. - Assim que eu falei fiz uma careta de dor e apertei levemente o polegar sobre o ferimento para amenizar, mas resolveu só por alguns segundos.

____ O que houve?

Eu não esperava que ela fosse se preocupar.

____ O lugar onde durmo é muito pequeno, quando me viro, bato aqui, bato ali.

Ela riu:

____ Você é bem desastrada, hein?

Concordei, rindo tristemente.

***

Naquela tarde, ela se sentou na cama e pediu que eu me sentasse ao seu lado, e foi o que eu fiz.

O sol estava baixo quase alaranjado, a brisa fresca não causava frio e sim uma sensação boa de frescor.

Ela então suspirou:

O quarto da Senhora - 10+ do Kindle em LGBT!Where stories live. Discover now