Capítulo 21: Vocês? Juntos?

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— Bom dia! — exclamou Beck.

Gio abriu os olhos lentamente até acostumar-se com a luz.

— O senhor não disse que ficaria vigiando o meu sono? — brincou ela.

— Eu não aguentei, mas relaxa, porque Deus faz isso infinitamente melhor do que eu.

Ela riu.

— Felizmente nenhum maníaco apareceu, porém minha mãe vai querer arrancar minha cabeça quando souber que eu dormi na praça.

Ele sorriu.

— Você é, sim, bonita ao acordar.

— Até sem escovar os dentes?

— Fazer o quê? Vamos tomar café!

Eles caminharam em direção ao carro e seguiram para o café. O trajeto levou apenas cinco minutos.

O café da avenida principal tinha as paredes cobertas por trepadeiras, que davam um charme especial ao prédio. O cardápio contava com várias opções de cafés, bolos e croissants. A característica preferida de Beck eram os pés das cadeiras, vestidos pela proprietária com polainas e meias de lã.

Beck pediu uma fatia de bolo de chocolate trufado e café mocha branco; e Gio, um croissant de queijo e café espresso.

O casal ficou curtindo o ambiente aconchegante, com flores, móveis rústicos e música francesa em volume baixo, até que os pedidos chegaram.

Na hora de pagar a conta, aproveitaram para comprar um cadeado. Essa era uma tradição dos casais apaixonados que passavam por ali. O cadeado tinha formato de coração e rapidamente um funcionário gravava os dois nomes e o ano. Ele não era aberto com chave, mas com senha. Eles o trancaram na cerca do café e fizeram uma oração.

Gio ligou para o pai a fim de avisar onde estaria, pois os dois sempre vão ao culto juntos. Beck informou a mãe que a encontraria na igreja.

Assim que chegaram, os dois seguiram, abraçados, para o prédio. No mesmo instante, Apolo, Beth e Anabel estavam entrando.

— Vocês? — Apolo arregalou os olhos — Juntos?

Beck e Gio riram, e Beth explicou, com Anabel no colo:

— Não estava na cara que isso ia acontecer?

— Parabéns! Felicidades! — Apolo sorriu.

— Gio, me empresta a Beck, por favor? — Beth brincou.

As mulheres – e a menina – foram em direção ao bebedouro, e os homens seguiram para o salão.

— Hã-hãn. — Beth pigarreou teatralmente — O que a senhorita me disse aqui mesmo há algum tempo?

— Eu sei, eu sei. — Beck levantou as mãos em rendição — Mas eu não menti. Àquela época, não sabia que ficaríamos juntos!

Beth exibiu um enorme sorriso e disse:

— Estou muito feliz por vocês! Por favor, casem-se e providenciem uma amiguinha para a Anabel. Há poucas crianças na igreja.

— Beth, você endoidou? Estamos namorando há menos de 24 horas!

A loira riu e Sara apareceu.

— Olá, olá, pombinha apaixonada! Hmmm... pelo visto a Beth me poupou trabalho, porque eu já ia jogar algumas coisas na sua cara.

— Que ótimas amigas eu tenho! — Beck brincou.

— E você, que fez aquela piada sobre Trig e eu irmos a um lugar público em nosso primeiro encontro? — Sara relembrou, em tom de gozação.

— Credo, que rancorosa! Isso porque estamos na igreja...

— E por que está com a mesma roupa da festa? — Sara perguntou.

— Está quase na hora da aula começar! — Beck saiu de fininho.

Gio estava sentado ao lado de dona Érica. Ao vê-la, Beck exclamou:

— Bom dia! — e deu-lhe um beijo no rosto.

— Bom dia, filha!

— Não fizemos nada de errado. — Beck informou.

— Sei disso. — replicou a senhora e aproximou-se do ouvido da filha — Eu pedi a Deus que deixasse a sua mão ou a do Gio mirrada caso tentassem colocá-las onde não devem.

— Como pode ver, nossas mãos continuam ótimas! — Beck estendeu as mãos, rindo.

BECK & GIO: IMPLICÂNCIA À PRIMEIRA VISTA (concluída)Where stories live. Discover now