11) Achou

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3 ANOS ATRÁS
Faith Ryen

Meu peito sobe e desce em uma completa sintonia do pavor e do medo. Esses dois sentimentos estão dentro de mim, guerreando para ver quem vai vencer e me dominar.

Apesar de parecer corajosa o suficiente para fazer o gesto vulgar para ele, não pensei em nada depois disso.  ̶S̶u̶a̶ ̶b̶u̶r̶r̶a̶ ̶a̶n̶t̶a̶.̶

Tento não fazer muito barulho andando na sala escura do zelador, não é uma sala muito pequena, mas também não é uma sala grande.

Aperto meus lábios quando faço um barulho estrondoso em meio ao silêncio, batendo a mão em itens de limpeza.

Ele está aqui. Posso ter escutado a porta bater quando cheguei no fundo da sala, mas meu cérebro apagou esse pequeno problema da mente para não ficar mais apavorada.

Ele está aqui. Não tem para onde correr. Os cantos são lugares cheios de rodos e de produtos de limpeza, o meio está praticamente vazio.

Ele está aqui. Suor derrama pela minha testa e minha respiração está ofegante. Viro minha cabeça rapidamente no momento em que escuto um barulho de um balde se virar. Isso é tão apavorante.

Ele está próximo. Escuto a sua respiração próxima, o ar batendo no meu ouvido me causando uma sequência de arrepios.

Ágil, com um movimento inesperado, a coragem substitui o meu pavor e medo, acerto em cheio o seu estômago. Dou passos largos até a maçaneta da porta, meus dedos chegam até toca-lá, mas sou puxada para trás.

Uma de suas mãos está tampando a minha boca, evitando para eu gritar por ajuda, e a outra na minha cintura, me puxando para o fundo da sala.

— Você fez o gesto errado, coitadinha. — a sua voz rouca penetrou os meus ouvidos.

Coitadinha.

Posso sentir os calos de sua mão contra a minha boca. Seu toque apertar a minha cintura, me trazendo mais para perto dele. Não tenho muito o que fazer, só fico parada esperando pelo o seu próximo movimento.

— Tem conhecimento do que fez? — fala ao meu ouvido, retirando devagar a sua mão de minha boca.

— Eu dei um golpe em um babaca. — minha voz sai tão trêmula que tenho vergonha.

Ouço sua pequena risada. Sua mão que estava pousada na minha boca, agora está circulando o meu pescoço.

— Quer morrer, coitadinha?

— A morte não me assusta.

Comprimi os meus lábios. Minhas mãos tateiam o meu pescoço, buscando sua mão apertando o mesmo. Tento, mesmo sabendo que vou falhar, retirar o seu aperto.

— O que você quer de mim, Hades?

Ele não me responde nada de imediato, parece pensar na sua incrível resposta.

— Te achei interessante, Phyok.

Isso me surpreendeu. Como Hades Gunnar poderia me notar? Ele tem mulheres aos seus pés quando ele quiser, mas ele notou a mim.

O medo pode ter se tornado uma adrenalina que quero viver intensamente. Ouso perguntar.

— Isso é um elogio?

Outra risadinha sua. Praticamente dou um pequeno pulo do lugar, quando sinto os dentes de Hades entrar em contato com a pele da minha orelha.

— Isso te impressiona?

— Isso é errado. Não devíamos estar tão próximos, o governo vai nos punir se isso for descoberto.

— Ninguém vai contar, não? — pergunta, baixinho. — Se você quiser, pode seguir as regras do seu governo.

Minha língua podia estar mais afiada, mas a única coisa que penso é de ir embora daqui e ficar em casa com meu pai, assistindo filmes e comendo pipocas.

— Me deixe ir, por favor...

Hades não responde nada. Pode estar decepcionado por eu ter acabado com a sua diversão, mas não vou deixar ele se divertir comigo. O seu aperto foi se afrouxando, até que ele me libertou por completo.

Meus pés se movem até a porta de saída dessa sala, finalmente, mas quando ia abrir a porta, Hades me impede novamente.

Sua mão entrou na frente de meu rosto, fazendo força contra a porta. Fecho meus olhos, respirando pela boca, sentindo o seu corpo próximo ao meu novamente. Estou sendo prensada contra a porta pelo o seu corpo.

— Você é minha, Faith, cuidado em se aproximar de homens, eles podem acabar mortos.

Abro os meus olhos, sentindo o toque de Hades na minha orelha. Minha mão está tocando a maçaneta da porta gélida, aperto a mesma e abro a porta com pressa. Saio correndo da sala sem olhar para trás.


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"Às vezes, quando você não está procurando, você encontra exatamente o que precisava."

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