Prólogo

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AVISO: Este prólogo tem uma carga emocional enorme. É extremamente sensível e delicado. Há agressão, homofobia, palavras de baixo calão, morte e tentativa explícita de assassinato.

Faça uma leitura consciente e a interrompa a qualquer momento que se sentir desconfortável.

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"Afundando lentamente como se estivesse em transe. Eu luto, mas é o fundo do oceano"

Black SwanBTS

Incheon, abril de 2014

          O primeiro pensamento que teve ao receber a notícia foi que deveria ter sido ele a morrer no lugar de seu irmão.

A segunda convicção que o tomou, quase simultaneamente, foi que seu pai pensava o mesmo. Que ele quem deveria ter morrido ao invés de Haru.

E pelo que tudo indicava, agora Dong-Yu estava determinado a matá-lo.

Taehyung não teve muito tempo para entender o que estava acontecendo nos poucos minutos que se passaram entre chegar em casa e descobrir que seu irmão havia morrido, mas podia afirmar que aquelas mãos ao redor de seu pescoço queriam tirar sua vida. E essa convicção juntava-se, por fim, à sua terceira.

Se não era possível morrer no lugar de Haru, ao menos se juntaria a ele. Nasceram no mesmo dia e morreriam também.

O pensamento tinha um gosto agridoce, que provavelmente se justificava pelas lágrimas que salgavam seus lábios junto do sabor ferroso do sangue que tomava sua boca quanto mais aqueles dedos esguios com unhas curtas se afundavam ao redor de sua garganta. De qualquer forma, o terceiro pensamento parecia bom.

Ou talvez seu cérebro estivesse começando a sentir a falta do oxigênio e por isso seu raciocínio parecesse desconexo demais. Absurdo demais. Entristecido demais...

Meu Deus. Ele morreu.

Haru morreu.

A casa estava uma bagunça quando abriu a porta. Ele olhou de um lado para o outro, boquiaberto, sem entender porquê o sofá estava caído no meio da sala com cacos de vidro espalhados pelo chão. A conformação de sua casa, tão em desordem, suja e bagunçada, era completamente atípica. Não estava assim quando saiu há algumas horas. Nunca esteve assim antes.

Apertou os olhos, desconfiado, entrou e deu alguns passos para dentro, hesitante e prevendo o pior.

— Mama? — chamou, andando cautelosamente e largando a mochila no chão. — Eu cheguei, Mama.

Estava perplexo, confuso, aproximando-se do centro do caos para tentar entender o que havia acontecido nas últimas horas em que esteve fora de casa. Chegou perto do sofá e então escutou um barulho de vidro se quebrando.

Efeito Borboleta | taekookWo Geschichten leben. Entdecke jetzt