COLD BLOOD [3]

• Capítulo Trinta-Cinco - Reconectar

• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

As palavras da Ariana me atingiram em cheio e eu não sabia nem qual era o propósito dessa conversa, nem se isso não passava de mais um jogo doentio de manipulação por parte dela e nem mesmo se eu deveria acreditar em tudo o que ela disse, apesar dela estar garantindo a mim dessa forma.

Mas, não posso dizer que meu coração não bateu acelerado ao ouvir da boca dela que ela ainda me ama e que eu sou o único homem que ela vai amar. Ouvir ela me pedindo perdão daquele jeito tão vulnerável e parecendo tão arrependida, pareceu tão real para mim.

Parte de mim espera e quer que eu acredite nela, que eu confie em suas palavras e principalmente, que eu dê uma nova chance para nós dois, mesmo que eu tenha todo o tempo mantido aquela pose de que não há mais volta. Mas acho que todo esse meu discurso friamente calculado sobre não sermos para dar certo é mais a minha parte machucada que se recusa a dar um tiro no escuro, mergulhar de cabeça e ser ainda mais ferido.

Meu coração praticamente grita que eu peça ou praticamente implorei para que possamos ficar juntos novamente, como um casal que um dia eu sei — e quero acreditar — que fomos de verdade. Mas ao mesmo tempo, a minha razão implora que eu não arrisque tudo novamente, todos os cacos do meu coração que eu venho tentando remendar.

Acho que eu não aguentaria mais uma decepção vinda da Ariana e acho que isso tudo me impede de arriscar.

— Justin. — A voz de Chaz me traz a tona.

Os olhos chorosos da Ariana ainda estão em mim, obviamente esperando uma resposta da minha parte, mesmo que seja qualquer coisa, mesmo que não seja um eu te amo de volta ou um pedido para que reatemos.

Ela espera qualquer coisa de mim, mas agora eu sinto que não posso lhe dar nada e honestamente, eu também não quero, porque não importa como isso vai doer nela — por mais que eu esteja tentando não machuca-la pelo bem do nosso bebê — eu preciso ser mais justo comigo do que com ela.

— Eu preciso ir. — Digo e ela balança a cabeça assentindo sem protestar. — Não vá dormir sem comer nada.

Novamente, Ariana apenas balança a cabeça assentindo completamente em silêncio e eu me levanto num pulo e a deixo sozinha ali, enquanto caminho em direção ao Chaz.

— Ela está bem? — Ele quis saber.

— Ela queria que eu a perdoasse e eu disse que sim. — Explico enquanto voltamos para casa.

— E você perdoou mesmo? — Chaz ergue a sobrancelha.

Eu tinha mesmo uma resposta para isso?

— Honestamente, eu não sei.

— Mas disse que sim para que ela não ficasse pior. — Ele conclue.

— Emily fica me enchendo que o primeiro trimestre de uma gravidez é o mais importante e a doutora não quer que ela fique se estressando. — Eu suspiro. — Eu estou tentando fazer tudo certo, mas não está fácil.

— Sinto muito que tenha mais esse peso sobre seus ombros, dude. — Ele bate no meu ombro.

— Eu consigo lidar com isso.