• Capítulo Setenta - Legado da minha familia

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• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

Depois que as pazes foram feitas, Emily e eu nos levantamos do chão, eu me olhei por breves segundos no espelho ainda com aquele macacãozinho branco nas mãos.

— Eu estou mesmo péssimo. — Faço careta.

— Nada que um bom banho não resolva, mas infelizmente terá que se apresentar a sala assim mesmo porque os meninos querem sua presença. — Ela me conta.

— Aconteceu algo? — Ela indaga.

— Acharam a Caitlin, ou melhor, ela nos achou de volta. — Emily faz careta. — Ryan iria vir chama-lo e eu pedi para vir no lugar dele, porque como sabe eu não queria ficar no mesmo ambiente que ela e a reunião vai ser na sala até que você pare de usar o escritório como quarto.

— Uau. — Há surpresa na minha voz. — Onde ela estava?

— Espero que presa numa cova. — Ela dá risadinhas. — Pelo amor de Deus e em nome do amor próprio, não vai comer ela de novo.

— O que você tem com isso? — Eu ri.

— Isso é baixo até pra você.

Suas palavras me lembram exatamente a volta da Ariana a minha casa, ela havia me dito isso quando soube que eu e Caitlin estávamos tendo um caso. Por que raios lembrei disso?

— Não tenho o intuito de comer a Caitlin. — Balanço a cabeça tentando afastar as lembranças. — Isso sempre me traz problemas.

— Ótimo que você aprendeu a lição. — Ela ri.

— Sim, agora vou ver o que eles querem. — Ameaço jogar a roupa de bebê no lixo do escritório.

— Não faça isso! — Emily quase grita e então eu seguro forte o tecido em minhas mãos, assustado por sua atitude.

— O que?

— Não jogue isso fora. — Ela engole seco. — Foi a primeira roupinha que compramos.

Sabia que isso havia tido um significado para mim, tanto que todas as minhas bebedeiras terminavam com essa roupinha nas mãos. Me pergunto se jogar ela fora vai doer menos o fato desse bebê ter sido uma mentira?

Ou se ficar com ela vai ser um lembrete constante das traições da Ariana ou de que de certa forma a minha relação com ela foi real, pelo menos em algum momento, quando fizemos um bebê que infelizmente não teve a chance de viver.

Seja qual for a resposta, desisti de jogar no lixo e guardei na primeira gaveta da minha enorme mesa.

— Satisfeita? — Caminho em direção a porta.

— Acho que sim. — Ela ri. — Porque isso pode significar que mesmo que não queira, parte de você ainda acredita que alguma coisa foi real.

Eu não me dei o trabalho de responder, até porque não sei se tinha uma resposta para isso, eu apenas deixei o escritório.

Como Emily havia dito, todos da minha equipe estavam na sala, inclusive Caitlin que há muito tempo eu não via.

— Queriam me ver? — Indago, chamando a atenção de todos.

— Justin! — Caitlin praticamente corre para os meus braços.

— Ao vivo e a cores. — Seguro seus braços a impedindo de me abraçar e a jogo no sofá. — Por onde você esteve e por que essa intromissão nos meus planos para hoje se fez necessária?

— Você está horrível. — Ryan faz careta. — E eu estou sentindo o cheio da bebida daqui.

— Seus planos eram beber ainda mais pé de cana? — Chaz revira os olhos.

— Isso não é bem problema de vocês. — Retruco de mal humor.

— Só estamos preocupados, vai que você morre de cirrose. — Ryan cruza os braços.

Então eu me lembrei das palavras da Emily, eu não concordava em nada com o que ela tinha a dizer sobre a Ariana, mas ela tinha razão quando disse que eu afastava eles e eu sabia que não deveria mais fazer isso, por mais que fosse difícil as vezes.

Acho que uma das poucas coisas boas que a Ariana me deixou foi o fato de me fazer começar a vê-los da forma que eles realmente são, minha família.

Não é possível que estou mesmo procurando boas ações na Ariana depois de tudo o que houve. O que estou pensando?

— Obrigado pela preocupação, mas eu estou bem. — Tento soar o mais convincente possível.

— Conta outra. — Chaz bufa.

— Vamos ouvir a Caitlin. — Christian murmura. — Depois falamos disso.

— Eu estava nos Estados Unidos, a procura de informações que pudessem nos ajudar a libertar o Jeremy. — Caitlin diz, levando minha atenção até ela, que ainda está no sofá. — Queria que a Ariana perdesse a carta nas mangas.

— E isso significa que se você está aqui ou é porque conseguiu algo e quer ajuda para executar um plano ou porque perdeu seu tempo e agora está me fazendo perder o meu.

— Descobri onde seu pai está e acho que agora há uma chance de tirarmos ele de lá. — Ela sorri animada.

— E qual é? — Pergungo, sem paciência.

Mulheres relacionadas a minha vida amorosa me trouxeram tantos problemas durante a minha vida toda que agora não me sinto com a maior paciência de lidar com a Caitlin e suas merdas, ou seja, isso significa que vou usar o que ela tem a dizer e me manter longe.

Ela não serve nem para sexo casual porque sei que ela vai me trazer mais problemas com essa merda de conversa sobre me amar, então as transas que não significam nada eu deixo para as vadias que eu posso usar e depois descartar. Tudo seria mais fácil se eu tivesse mantido a minha vida assim.

— Pelo o quê eu soube, Zokov está mesmo aliado com a Ariana e Edward está prestes a embarcar em direção a Rússia. — Caitlin tem um olhar triunfante. — Ele deixaria isso por baixo dos panos, mas a informação vazou porque eu seduzi um dos seguranças.

— E isso significa que a casa estará sem um líder, só a mercê dos seguranças. — Eu concluo.

— Edward vai atrás da filha e nós vamos atrás do seu pai. — Christian sorri. — Assim tiramos a vantagem da Ariana contra você.

— Vamos bolar o plano. — Eu digo sério.

— Começou não é? — Chaz engole seco. — O seu plano de acabar com a Ariana.

— Eu disse que iria mata-la, esse é só o primeiro passo da minha vingança. — Sorrio, abertamente. — Acho que está na hora de eu me lembrar do legado da minha família.

— Os Bieber's não perdoam. — Caitlin sorri maldosa.

COLD BLOOD [3]Where stories live. Discover now