• Capítulo Quarenta- Eu vou te provar que você pode confiar em mim

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• ARIANA GRANDE •
— Toronto, Canadá.

Depois do jantar — o qual Trevor havia jantado na mesa comigo, Ryan e Emily — eu havia o ajudado a voltar para o seu quarto porque ele ainda estava andando com dificuldade e sentindo dores, mas nada de preocupante porque logo ele estaria 100% de novo.

As palavras dele ainda estavam na minha cabeça, mas eu sabia que isso se tratava de uma batalha perdida e por mais que eu quisesse que ele ficasse, eu também não iria insistir porque ele também precisa se sentir bem, coisa que não irá acontecer se ele ficar.

— Boa noite, Ari. — Ele sorri.

— Boa noite, Trevor. — Sorrio enquanto fecho a porta do seu quarto.

Me viro para caminhar por aquele corredor até o meu quarto, mas então noto o Justin parado me olhando.

— Que susto.

— Emily me disse que estaria aqui. — Suas mãos estão nos bolsos da sua calça jeans preta.

— Você quer alguma coisa? — O olho, desconfiada.

Nunca foi muito fácil para mim entender o que se passa na cabeça do Justin, mas ultimamente tem sido ainda bem pior para ser sincera. Ele me evita, depois se aproxima, então se afasta novamente e eu fico aqui sem entender nada, tentando aceitar que toda essa situação é por causa dos meus erros.

— Será que a gente pode conversar? — Ele indica a porta do meu quarto.

— Claro. — Abro a porta do meu quarto e entro na frente dele.

— Posso entrar? — Ele pergunta.

— A casa é sua. — Digo como se fosse óbvio, dando uma risadinha.

— Agora também quero que se sinta em casa. — Ele dá os ombros.

— Pode entrar. — Me sento na cama, sem desviar os olhos dele.

Justin finalmente entra no meu quarto, fecha a porta atrás de si e se senta ao meu lado na cama.

— Esse quarto está do seu agrado? — Ele me olha.

— Emily disse que eu preciso sair com ela para fazer compras, para que talvez isso aqui fique mais parecido comigo. — Comento com ele.

— Contanto que saiam com uma equipe de seguranças, eu não vejo problema.

— Sabia que diria isso.

— Não estou falando isso porque acho que pode tentar fugir ou algo do tipo, é para garantir a segurança de vocês e acho que o Ryan vai concordar que tem que ser essa forma. — Ele se apressa para se defender.

— Tudo bem, eu não havia levado para esse lado. — Tento soar casual. — Mas o que te trás aqui, tenho certeza que não veio apenas para me perguntar sobre o quarto.

— Me pegou. — Ele ri. — Acho que só precisamos conversar.

— Sobre o que?

— Por que me beijou? — Ele indaga, sem rodeios.

— Porque eu quis.

— Acho que quero uma resposta mais completa do que isso. — Ele ri.

— Estou cansada do discurso sobre o porque fiz tudo aquilo com você, mas não tenho outro, então é isso. — Eu suspiro, derrotada. — Achei que esse era a única forma de manter nosso bebê em segurança, mas isso não quer dizer que eu não queria fazer isso com você.

Ele fica em silêncio, esperando que eu diga.

— Sempre quis que pudéssemos dar a esse bebê o que não pudemos dar ao outro, e isso além de incluir mais tempo, também inclui nós dois juntos criando ele. — Abaixo a cabeça. — E aquele momento pareceu tão mágico, algo que parecia tão distante para nós dois, mas você estava lá me dizendo todas aquelas coisas e eu te beijei, porque eu queria te beijar, porque quero que faça parte da minha vida e não apenas como o pai do meu filho, porque eu amo você de verdade.

— Ariana, eu...

Eu não deixo que ele fale.

— Tudo bem se não puder me dizer o mesmo, tudo bem se não puder dizer que me ama também e que me quer na sua vida mais do que apenas como mãe do seu filho, eu sei que você não pode fazer isso, você deixou claro naquele dia da piscina e eu estou tentando respeitar o seu espaço. — Luto contra as lágrimas. — Eu te pedi para que a gente parasse de pisar em ovos um com o outro e disséssemos o que pensamos, sentimos e queremos, estou tentando fazer isso agora, tentando fazer o certo com você agora depois dos meus milhões de erros e eu entendo se você não puder fazer o certo comigo também, mas só fale comigo.

— Eu não confio em você. — Ele diz, sem hesitar.

— Eu sei. — Engulo seco.

— Não falei isso na intenção de te machucar. — Ele suspira. — Eu só não sei como consertar isso, porque eu duvido de tudo em relação a você para ser sincero, de cada palavra que sai da sua boca.

— Eu sei que não falou na intenção de me ferir. — Digo, mesmo que eu esteja sentindo que isso me feriu. — Na verdade, isso não é nenhuma novidade para mim.

— Eu sei. — Justin me olha, de uma forma tão profunda. — Mas isso não quer dizer que eu não sinta nada por você.

— O que você sente por mim? — Eu pergunto.

— Quer mesmo saber?

— Acho que não saber é pior. — Sou sincera.

— Eu não sei. — Ele parece perdido. — Não sei se te amo, não sei se te odeio, acho que na maioria do tempo estou anestesiado vagando entre essas duas respostas.

— Tudo bem. — Me limito a dizer isso.

— Não está tudo bem. — Ele discorda.

— Eu sei, só não sei muito bem como agir depois disso.

— Mas você ter me beijado despertou sentimentos em mim que eu não sabia e nem lembrava que ainda existia. — Ele me conta. — Naquele momento pareceu que o tempo havia parado, que os erros não haviam acontecido e que você ainda era minha.

— Eu sempre fui sua, Justin. — Me aproximo mais dele. — Acho que no fundo você sabe disso.

— Me diga como posso fazer isso, Ariana. — Ele segura o meu rosto. — Porque não confio em você.

— Tudo bem se não acreditar agora, eu vou te provar que você pode confiar em mim. — É a última coisa que eu digo antes de juntas os nossos lábios.

Justin retribui o meu beijo de imediato enquanto me leva mais para si, então em um movimento rápido eu me sento em seu colo.

— Eu senti saudades. — Ele murmura enquanto começa a tirar a minha roupa.

— Eu também, você não sabe o quanto. — Deixo ele me despir.

Se isso for um sonho, eu não quero acordar.

COLD BLOOD [3]Onde histórias criam vida. Descubra agora