Único Encontro - Livro Bônus da Série: Paixão e Amor

Capítulo 17

Lucca

Ainda era cedo quando acordei com meu telefone tocando, mas estava tão gostoso ficar deitado na cama agarradinho a minha namorada, que deixei o aparelho continuar tocando e trouxe para mais perto o corpo de Beatrix que estava deitada com as costas contra meu peito. Encostei meu rosto no seu ombro e respirei fundo sentindo seu cheiro tão gostoso, passei o nariz pelo seu pescoço e depois deixei um beijo nele a fazendo se mexer levemente.

Ontem tínhamos feito um passeio pelas catedrais e museus da cidade, a arquitetura daqui era uma das coisas que eu mais gostosa e sabia que Beatrix também iria adorar. Apresentei mais alguns lugares da cidade a ela durante a tarde e a noite fomos visitar meus tios na minha antiga casa e jantar com eles. Tia Gigi amou minha namorada e deu mais apoio ainda para mim, enquanto meu tio Ângelo, apesar de raramente voltar atrás em uma decisão, se mostrou mais compreensivo depois que conheceu Beatrix, talvez depois de nos ver juntos ele tenha percebido que eu realmente estava mais do que só apaixonado.

Hoje iríamos arrumar nossas coisas para irmos ficar na casa dos meus tios nesses últimos dias de viagem, a casa deles era o último lugar que eu mais gostaria de mostrar a Beatrix como parte da história da minha família, principalmente da minha mãe, que mesmo sabendo que a casa estava a gerações na família sendo preservado quase como um monumento, não pensou duas vezes em fazer algumas reformas para dar mais vida ao lugar que antes mais se parecia um mausoléu, de acordo com ela.

No entanto, mesmo que nossa casa fosse importante por ter sido onde nossa famílias mais de reuniu e teve bons momentos juntos, o ateliê da minha mãe tinha a mesma importância e significado para mim, porque era lá que ela se sentia ela de verdade, se sentia livre para fazer o que amava. O lugar foi um presente de casamento do meu pai para que ela realizasse seu sonho depois da faculdade, era onde ela brilhava mais do que nunca e eu adorava quando ela me levava para o trabalho, minha mãe tinha um dom e vê-la trabalhar me deixava feliz, porque isso era o que a fazia feliz.

As vezes eu via na história dos meus pais a minha história com Beatrix, ainda mais depois que meu pai contou como ele e minha se conheceram e como ele se sentiu desde a primeira vez que a viu. Os dois demoraram apenas alguns meses para perceberem que se amavam e queriam se casar de verdade por causa disso. Eu podia sentir perfeitamente, a cada dia ao lado de Beatrix, que os sentimentos que eu tinha por ela cresciam cada vez mais, eu não me cansava de observa-la, de ouvi-la e agora cada plano que eu fazia ela estava incluída em todos.

Beatrix e eu tínhamos algumas diferenças visíveis, ela era tímida, reservada e mais pé no chão, não tinha muitos amigos por ser mais introvertida quanto a relações sociais, mas era tão livre quanto um pássaro nos céus quando estava dançando e se deixando levar pela sua maior paixão. Enquanto eu adorava me exigir, fazia planos futuros com muita facilidade e era até extrovertido demais de acordo com meus amigos.

Porém, de certa forma, nós dois nos encaixavamos perfeitamente um com o outro, eu gostei de dividir meus amigos com ela, mostrar como viver livre da opinião da sociedade era divertido e adorava compartilhar da paixão dela sendo o melhor par que Beatrix poderia ter. Ela me fazia ver que uma vida mais calma também podia ser bom se você tivesse isso ao lado de quem ama, que ter alguém que te escuta e sorri de verdade pelo seu jeito é extremamente satisfatório.

A única parte do relacionamento dos meus pais que eu não gostaria de maneira nenhuma que o meu refletisse ou se parecesse, foi a parda da minha mãe, que aconteceu tão cedo e deixou tantas marcas, mas eu sabia o que fazer para impedir isso, sabia que se quisesse uma vida tranquila e longa com a mulher que eu estava começando a amar eu precisa manter distância dos negócios da minha família e deixar Beatrix de fora desse mundo em que eu nasci e que não gostava nem um pouco.