Capítulo 12

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"Coraline vuole il mare ma há paura dell'acqua
E forse il mare è dentro di lei
E ogni parola è um'ascia
Um taglio sulla schiena
Come uma zattera che naviga in um fiume in piena
E forse il fiume è dentro di lei, di lei
Sarò il fuoco ed il freddo
Riparo d'inverno
Sarò ciò che respiri
Capirò cos'hai dentro
E sarò l'acqua da bere" Coraline, Maneskin.

"Coraline quer o mar, mas tem medo da água
E talvez o mar esteja dentro dela
E cada palavra é um machado, um corte nas costas
Como uma jangada que navega em um rio agitado
E talvez o rio esteja dentro dela, dela
Eu serei o fogo e o frio
Um abrigo de inverno
Eu serei o que você respira
Entenderei o que tem dentro de ti
E eu serei a água para beber"


OLÍVIA

Para não pegarmos a estrada à noite sem necessidade, uma vez que Maurice já estava a frente da notícia de desaparecimento do lobo, decidimos passar a noite aqui pelo Francis's dinner e sairmos pela manhã.

Estou escorada na bancada do bar observando o movimento da noite e me sinto incomodada. Tudo está funcionando normalmente, a casa não está cheia, não é dia de música ao vivo, e não teria nada para estar errado, mas é como se algo ainda estivesse fora do lugar para mim. Ou talvez... eu esteja fora do lugar aqui e não entendo esse sentimento.

Noto meus amigos sentados na nossa mesa com Alejandro entre eles, ainda como se o mundo lhe pertencesse, só que eu sei que ele está tenso. Pode não parecer para os demais, mas eu enxergo sua tensão. O fato de usar seus óculos escuros para esconder seu olhos atípicos, mesmo num local fechado a noite, como se quisesse chamar menos atenção, evitar perguntas. Ainda assim ele toma a minha atenção para ele, como se a sua energia atraísse a minha e queria tanto poder diminuir o peso que está carregando nos ombros.

Não estou sonhando essa noite, estou naquele estagio superficial de sono e até agradeço por isso, então não tenho a mínima dificuldade em sentir seus braços deixando o meu corpo na cama e ouço o instante em que a porta do quarto é fechada com cautela para não fazer barulho.

Silenciosamente eu o sigo e o encontro sentado na sacada da varanda, olhando para a mata a frente, e me sento ao seu lado, me encostando nele.

- Não queria acordar você... - Suas palavras saem quase como um sussurro.

- Não é culpa sua. - Pego sua mão e encaixo meus dedos nela, encarando seus olhos amarelos com manchinhas pretas - Nunca foi culpa sua. Nem com seus pais, nem com seus lobos.

- Obrigado. - Ele passa os braços ao redor do meu ombro me aproximando ainda mais. É bom estar em contato físico com ele, é algo intrínseco a natureza lupina.

Me transformo e deito a cabeça em seu colo. De alguma forma me parece mais confortável ficar na forma animal aqui e quando sinto seus dedos se embrenhando em meus pelos, tenho a certeza que tomei a escolha certa. Ainda não tinha ficado na forma de loba assim com ele e seu toque me causa paz.

- Obrigado por ficar, Cariño, mas você deveria descansar, pelo menos um de nós deveria.

"Dizem que juntos somos mais fortes." Mentalizo. "Não tem nenhum outro lugar em que eu queira estar".

Acordo com o primeiro vestígio de claridade e noto que passamos a maior parte da nossa noite aqui do lado de fora. Alejandro apoiado no beiras das escadas da sacada, com o corpo todo torto, que ele certamente se arrependerá mais tarde, e eu em seu colo na minha forma de lobo.

Entre Estrelas e PromessasWhere stories live. Discover now