Capítulo 16

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"Here we go
Just lose control and let your body give in
To the beat
Of your heart as my hand touches your skin
Is this love
OrJust sexual desire
We're gonna start a fire!" Star a fire, Ryan Star

"Aqui vamos nós
Apenas perca o controle e deixe seu corpo ceder
Às batidas
Do seu coração enquanto minha mão toca a sua pele
Isso é amor
Ou apenas desejo sexual
Nós vamos começar um incêndio."



OLÍVIA

Estou andando pelos corredores de Lunarium quanto escuto vozes alteradas vindo do escritório. Alejandro entrou há pouco tempo em reunião com alguns alfas e apesar de estar de dia ainda, o local está cheio de lobos de fora da alcateia, fazendo a guarda de seus respectivos líderes. Alguns betas entraram na sala, como Maurice, outros estão espalhados pelo salão. E todos ficam tensos quando escutam as mesmas vozes alteradas.

Eu não tenho o mesmo receio que os demais lobos dispersos e me aproximo da sala para entender o que está acontecendo e pronta para entrar numa briga se necessário.

— Fora! — Ouço o comando de Alejandro e a porta de sua sala se abre e todos os lobos começam a sair e me encontram no corredor. Só dois permanecem: Alejandro e Maurice.

Algum vidro é chocado contra a parede antes que eu possa entrar na sala. Paro na soleira da porta e noto os cacos de um copo no chão, e pelo cheiro, percebo whisky escorrendo pela parede. A bebida de Alejandro. Alguma coisa deu muito errada por aqui.

O alfa está de pé atrás da sua mesa, passando a mão pelos cabelos bagunçando-os, tentando controlar a raiva que emana dele. Seu rosto está sério e vermelho. A outra mão segura tão forte a beirada do móvel que os nós dos seus dedos estão esbranquiçados.

Maurice o encara sem saber como o abordar, ele não está assustado, mas preocupado em como acalmar seu alfa. Diferente de mim, eu sei que ele já viu Alejandro tão alterado assim alguma vez.

Me aproximo dele. Não tenho medo de rosnados, presas ou bestas assustadoras. Sei ser tão assustadora quanto. Inclusive cresci nesse meio. Seus olhos amarelos com manchinhas pretas injetados de raiva acompanham cada movimento meu como um predador na natureza e sustento seu olhar, a medida que me sento em cima da mesa, de frente para ele. De igual para igual.

Talvez tenha sido a curiosidade nos meus olhos ou o fato de não ter me intimidado por seu estado de espírito, mas quando percebo ele fala comigo. A voz ainda baixa, como que tentado se controlar.

— Meus sócios comerciais estão deixando as sociedades, por medo, porque foram ameaçados por fadas. — Ele fala a última palavra quase que como um rosnado.

Então algo realmente saiu muito errado por aqui. O instinto nunca falha com um lobo.

— Então isso lhe custará uma perda financeira? — A julgar pela quantidade de pessoas nessa reunião, que eu vi saindo, eu imagino o quanto ele não sofrerá de prejuízo.

Me recordo brevemente das negociações do meu pai. Uma alcateia equilibrada financeiramente é capaz de oferecer mais recursos e mais proteção para os seus integrantes. Entendo o quanto isso é importante.

— Haverão custos sim, mas podemos nos virar com o que temos. — Ele fala respirando fundo.

Alejandro criou um pequeno império do zero. Sua raiva não está direcionada a prejuízo financeiros, mas sim a perdas de alianças consolidadas com esmero.

— Então mostre para seus lobos que são suficientes — olho de soslaio para Maurice que anui com a cabeça me incitando a prosseguir — Prove para os seus que consegue mantê-los seguros com ou sem os parceiros comerciais. — Ele acena concordando comigo, nunca deixando de encarar meus olhos. Uma vida de pessoas abaixando o olhar, um gesto desse tende a ser intrigante.

Entre Estrelas e PromessasWhere stories live. Discover now