Shotgun - Yoonkook

Coisas mal resolvidas

Oii, como prometido o próximo capítulo, espero que gostem.
Boa leitura! ❤️

Indicação de música para o cap:
Friends - Chase Atlantic

A final, o que diabos Jeon Jungkook estava fazendo?

Ele se sentia fora de órbita há algum tempo, agindo impulsivamente, como alguém que não era. Tomava decisões estúpidas e precipitadas, explodia com todos ao seu redor e jurava nunca ter fumado tantos cigarros na vida quanto nas últimas semanas.

As vezes se pegava pensando no garoto da casa à frente, as imagens vagavam de coisas bobas (como quando o via voltar do trabalho cansado) até cenas que o faziam tremer por dentro (como quando o teve segurando firme seus fios e esmagando-o contra o chão). Eram dias confusos, estressantes.

— Eu não sei, me desculpe — Murmurou exausto, tomando distancia entre os corpos e esfregando as mãos contra o rosto com mais força do que deveria — Você fica mexendo com a minha cabeça.

— Eu fico mexendo com a sua cabeça? — Yoongi o empurrou pelos ombros, apenas alguns poucos passos para trás e rumou até a cozinha — Você tenta me fazer pagar dez vezes mais por aquela caixa de correio — Alcançou uma das garrafas de vinho e o saca-rolhas — Me persegue, manda aquele cara ir até a minha faculdade e me sequestrar — Parou alguns segundos encarando a pia, realmente questionando se aquelas coisas haviam acontecido, parecia loucura demais — Tenta me por na droga de um racha e ainda ousa vir aqui como se fosse algo meu, me agarrando — Finalmente abriu a garrafa e deu um bom gole, diretamente do gargalo — Você é maluco, completamente maluco. Então saia da minha casa e feche a porta quando passar por ela.

O mais baixo rumou até o sofá, ainda com a garrafa em mãos, deitando e abrindo a conversa com Taehyung. A porta bateu algum tempo depois.

Precisou beber mais um pouco para esquecer o calor daqueles dedos em seu corpo.

...

Red estava deitado em sua cama, algumas ruas distante de onde Jungkook e Yoongi moravam. Digitava algumas mensagens no celular, sorrindo enquanto Changkyun falava sobre o novo arco de um dos animes que ele acompanhava, algo sobre uns feiticeiros jujutso ou pandas falantes.

Sentia que esquecia dos problemas quando conversava com o garoto, era uma calmaria no meio do turbilhão que sua vida tinha se tornado. Paz para seu coração dolorido.

Me:
Babe, espera aí

Me:
Tem alguém tocando
a campainha, já volto

Então deixou o celular de lado, descendo as escadas enquanto ajeitava a camiseta larga nos ombros. Os pés descalços quase trotavam pelos degraus abaixo, dando algum barulho à casa silenciosa, as paredes brancas vendo como os olhos se arregalaram ao abrir a porta; talvez aquela casa sentisse tanta saudade de Jimin quanto Jooheon.

— Oi Joo, tudo bem se eu ficar por aqui hoje? — Ele sorriu, aquele maldito sorriso lindo e o Lee quis muito fechar a porta.

— Ah, hyung. Pode, claro que pode — Deu passagem, voltando-se para ele alguns segundos após sua entrada — Gostaria de alguma coisa? Um café? — Deu passos largos até a cozinha, tentando ignorar o perfume doce e as mãozinhas pequenas se perdendo nas mangas largas do moletom — Já jantou?

O fim daquele relacionamento havia sido pouco turbulento, assim como era o namoro deles e depois seu noivado. Jooheon sempre foi devoto ao Park, viveu por ele cada dia dos 9 anos que passaram juntos, ingressou naquele mundo fodido por ele.

Veja bem, a família Lee tinha um longo histórico de servidores da lei. Seu pai era o atual delegado de Gangnam-gu e sua mãe, uma das maiores advogadas já vista em toda a região; mas ele havia abandonado tudo por corridas ilegais, tráfico de drogas e um loirinho de sorriso bonito. As vezes o amor fala mais alto, tão alto que se torna ensurdecedor.

— Eu estou bem, não se preocupe. Podemos ir deitar? — Jimin segurou firme as barras do moletom, estava ansioso, ambos sabiam disso.

— Podemos, claro — Apagou a luz do cômodo, assim como todas as que estavam acessas até o caminho para o quarto. Ouvia os passos leves logo atrás de si, mas mesmo ainda incerto foi até seu quarto — Espera, você vai mesmo dormir aqui comigo? — Franziu as sobrancelhas vendo o mais baixo se enfiar embaixo dos cobertores.

— Sim, apaga a luz e deita — No silêncio incomodo do quarto Jooheon fez o que foi pedido, deitando com cuidado logo em seguida. Podia sentir o coração bater descontroladamente no peito, principalmente quando um corpo menor se aninhou contra o seu, como sempre fazia antes de o abandonar sozinho naquela cama fria.

Changbabe:
Ok

Changbabe:
Joo? Tá tudo bem?

Changbabe:
Hyung?

Changbabe:
Eu já vou dormir, tenho aula amanhã, mas qualquer coisa passo aí pra te ver, tudo bem?

Changbabe:
Dorme bem, tô com saudade ♡