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NOAH URREA [

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NOAH URREA
[...]

Estaciono meu carro numa rua próxima a da casa de Rebecca, e acabo lembrando de hoje mais cedo. Nós brigamos por causa do meu relacionamento com a Any.

Aperto a campainha e vejo seu cabelo castanho escuro voar assim que a garota abre a porta. Ela me olha de cima à baixo, e franze a testa quando me vê encostado na parede do lado de fora de sua casa.

Rebecca não diz nada, apenas entra novamente na casa e me puxa pelo pulso para dentro da mesma também.

——— Sabe, eu não te entendo, Noah. ——— a garota murmura se virando para mim, comprimindo os lábios e cruzando os braços.

——— Como assim? ——— questiono, me aproximando mais dela.

——— Você e a Any eram só melhores amigos há pelo menos um mês atrás. E agora, do nada, começaram à namorar.

——— E o que tem demais nisso? Na verdade, o que o meu namoro com a Any tem a ver com você? ——— passo a mão pelo meu cabelo enquanto ela arrasta os pés no chão, cabisbaixa.

——— Nada, Noah. ——— Rebecca respira fundo e senta no sofá da sala. ——— Eu não me sinto confortável quando vejo vocês juntos, e eu não sei o porquê. Eu acho que sinto sua falta.

——— Então foi para isso que você me chamou? Para falar que sente saudades, sendo que está saindo com um cara totalmente diferente? ——— quando percebo, meu tom de voz já aumentou e Rebecca engole seco.

Ela se levanta da cama e chega mais perto de mim, nossos corpos estão tão perto que consigo sentir sua respiração em meu pescoço.

——— Eu só queria saber se você já me superou. Mas não precisa mais responder.

——— Superei? Rebecca, a gente nunca teve nada sério. Você nem dava bola pra mim. Por que agora está falando essas coisas?

——— Eu não sei, Noah. Eu só 'tô confusa.

——— Foda-se. Eu 'tô com a Any agora, e não vai ser você que vai estragar o meu relacionamento. ——— os olhos de Rebecca estão marejados, e seus lábios trêmulos. ——— Preciso ir. ——— me despeço brevemente da garota e saio dali o mais rápido possível.

Por mais que eu goste de Rebecca como nunca gostei de alguém na minha vida, sei que ela está errada em só falar que — aparentemente — gosta de mim, agora, quando não estamos mais "juntos".

[...]

——— É sério! Aí, ela falou que sentia a minha falta, e que terminou com aquele cara que ela estava ficando. ——— conto para Any, que ri da situação.

A chamei para minha casa para contá-la sobre o que aconteceu hoje na casa da Rebecca.

——— Meu deus. E ela falou que gosta de você? ——— pergunta Any, se mostrando interessada na conversa, colocando as mãos embaixo de seu queixo.

——— Bem... não diretamente. Ela só disse que sente a minha falta e que está confusa.

——— E o que você respondeu? ——— Any se aconchega na minha cama e eu deito em sua barriga.

——— Eu falei que já estava com você, e que ela não estragaria isso agora. ——— explico, tentando conter o riso enquanto continuo contando a história, fazendo Soares dar mais risada ainda.

——— Que burra! Como ela acreditou que nós realmente namoramos? ——— ergo minha cabeça para olhá-la.

——— Ué, porque a gente finge bem. ——— falo o óbvio e ela ri.

——— É. ——— Any fica quieta por um tempo, até que começa a falar novamente. ——— Mas então, se a Rebecca já ficou com ciúmes de você, quer dizer que a gente não precisa mais fingir namoro, né?

Olho para a garota incrédulo, saindo da posição anterior, agora me deitando ao seu lado.

——— Claro que precisamos, Ny! A gente mal começou, e se nós terminarmos agora, a Rebecca com certeza vai desconfiar de alguma coisa.

——— É, tem razão. ——— Any solta um suspiro. Fica um tempo encarando o teto, até que começa à falar novamente. ——— Você achou aquilo estranho? ——— ela muda completamente de assunto, o que me faz encara-lá confuso.

——— Aquilo o quê?

——— O nosso beijo naquele dia.

——— Claro que não. Foi ótimo. ——— sorrio. ——— Mas por que está me perguntando isso?

——— Eu não sei. Quer dizer, para mim foi um pouco estranho porque a gente é muito amigo.

——— Qual é, Any. ——— me aproximo da garota de novo, colocando seu cabelo para trás de sua orelha. ———  Vai me dizer que não gosta quando eu te beijo? Eu poderia te beijar de novo só para você ter certeza.

——— Não, valeu. ——— ela se afasta e eu rio de sua reação.

——— Você é muito boba.

——— Pelo menos eu não sou trouxa ao ponto de ter a ideia de fingir um namoro só para fazer ciúmes em alguém! ——— Jackie retruca e eu começo à rir.

——— Eu não sou trouxa! ——— Soares arqueia a sobrancelha e eu rio mais. ——— Talvez só um pouco.

——— Um pouco? Você é muito trouxa, Noah! ——— ela diz com um sorriso largo no rosto.

Subo em cima de Any, que começa à rir mais assim que começo a fazer cócegas nela.

——— Depois eu que sou boba, né? ——— ela diz com dificuldade por eu ainda estar em cima dela, a fazendo rir.

——— E você é. Mas é uma boba legal. ——— me jogo na cama e a mesma finalmente para de rir, apesar de ainda estar com um sorriso no rosto.

Valentine ⁿᵒᵃⁿʸWhere stories live. Discover now