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ANY GABRIELLY

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ANY GABRIELLY

Eu estava mesmo cavando a minha própria cova. Era incrível como uma única insegurança destruía todo o meu dia.

Lembrei-me de todas as palavras que Noah havia dito na semana anterior, e ainda não entendo. Como eu consegui acreditar em alguém que estava completamente bêbado?

Digo, ele estava mentindo ou apenas delirando por conta do álcool? Ou talvez apenas estivesse falando a verdade, certo?

Eu li em algum lugar que, pessoas, quando bêbadas, tendem a falar coisas que não teriam coragem de falar caso estivessem sóbrias. E este é um bom raciocínio.

Mas eu já havia recebido a minha carteira de motorista e comprado um carro novo há semanas. Deveria estar, no mínimo, feliz. Mas agora, tudo que consigo fazer é dirigir pelos subúrbios e chorar. Afinal, carros, de certa forma, me lembram o Noah. E lembrar-me de Noah faz com que vinte paranóias novas sobre nós surjam em minha mente desastrosa.

Não faço nem ideia se ele lembra do nosso beijo. Bem, espero que sim. Quero dizer, sei que nós não éramos perfeitos. Longe disso. Mas, porra. Acho que nunca me senti assim por ninguém, antes. E agora, não consigo nem imaginar o que farei caso Urrea não lembre.

Meu celular tocava há poucos segundos em minha bolsa, e eu torcia para que não fosse ele. O número apareceu na tela, e eu engoli seco. Realmente não soube identificar de quem era. Então eu atendi a ligação, receosa.

——— Alô?

——— Porra! Vadia, onde você está? ——— pude escutar a voz de Sabina do outro lado da linha, acompanhada de risadas de Savannah no fundo.

——— Ah, são só vocês. ——— suspirei, aliviada. ——— Eu estou no meu carro.

——— Pois trate de vir para sua casa, agora. Você ainda está mal por causa do Noah?

——— Talvez. ——— olhei para os lados, em silêncio. ——— É, um pouco.

——— Eu não acredito nisso, Any Gabrielly Soares! Se esse insuportável já disse que é de você quem ele gosta, então por que está choramingando?

——— Ele estava bêbado, Sabina. Como devo acreditar nele?

——— Por que ele mentiria para você? Bêbados não mentem.

——— Não... sei.

——— É. Agora venha logo para casa antes que eu mate o Noah e mande a alma dele te assombrar aí no seu carro.

Eu gargalhei.

——— Por que quer tanto que eu vá para casa?

——— Porque está todo mundo aqui.

——— O QUÊ? ——— arregalei os olhos, desacreditada.

——— Digo, exceto pelo Noah.

——— Ah. Tudo bem, eu... eu já estou indo.

Talvez finalmente ter uma conversa cara a cara com Noah Urrea não fosse tão ruim assim, afinal.

E porra. Eu definitivamente preciso aprender à controlar as minhas emoções.

Valentine ⁿᵒᵃⁿʸWhere stories live. Discover now