ℭ𝔞𝔭í𝔱𝔲𝔩𝔬 ℑℑℑ

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Foram os dois dias mais longos daquela semana. Roubert permanecia em repouso tomando a medicação e se alimentando. Carllota cuidava do seu marido naquela manhã ensolarada, o barão estava encostado contra a cabeceira da cama; era um bom sinal.

Miles entrou no quarto tirando atenção de ambos, Roubert parou a conversa com sua esposa assim que o avistou. Claramente tiveram uma troca de olhares silenciosos, Miles não estava acostumado a ficar preocupado com a saúde das pessoas em sua casa, já que raramente alguém ficava doente, Melina foi a última e ela mesma cuidava de si, detestava quando alguém colocava toda atenção nela só por tal doença, então essa era uns dos motivos da sua despreocupação.

—Vim saber da sua recuperação... —Começou. Deu alguns passos para perto sem tirar os olhos do mais velho. Carllota se ergueu da beira da cama e caminhou até a janela dando espaço para eles.

—Estou melhorando. E não vou demorar para voltar. —Afirmou. Ao fundo Carllota jogava-lhe um olhar firme—...E Então? —Pigarreou, agora seus olhos estavam sob seu filho— Espero que esteja conseguindo manter a casa em ordem... —Tentou ressoar 'gentil, mas o "espero saiu um pouco áspero.

—Estou dando o melhor de mim para cumprir com minhas obrigações.

—Ót... —Carllota o encarou novamente—...Obrigado.

Não reagiu com o seu "obrigado, sabia que ele estava sendo forçado a agir daquela maneira. Mas, para evitar qualquer conflito ou estranheza, acabou assentindo com a cabeça aceitando seus agradecimentos forçados — Foi o suficiente para resolver sair e fechar a porta atrás, ao lado de fora o ar estava mais leve, o seu pulmão finalmente liberou aquele ar preso que tanto machucava seu peito.

No hall, um criado se aproximou com pequenos passos, se referenciou antes de dar-lhe o anúncio.

—Senhor, sua irmã está aqui.

—Não consigo entender, —Deu uma longa pausa— Um criado precisa anunciar minha chegada para liberar a passagem? —A voz de Melina ressoou atrás deles, ela empurrou a porta entrando na casa e o encarou— Vai impedir minhas visitas também, irmão?

—Dispensado... —Disse para o criado, o homem se curvou mais uma vez e se retirou as pressas— O que está fazendo aqui?

—Não se faça de desentendido. Vim visitar o papai, soube que está doente e não pude ficar de braços cruzados.

—Como soube? —Indagou. Melina desdobrou a carta e balançou na sua frente. Era a letra da sua mãe, ele não estava acreditando que ela ignorou seu pedido e fez o que lhe dava na telha— Eu a disse para que não te avisasse. —Massageou a testa; contrariado.

—E por quê? —O encarou— Devo te lembrar que também sou filha do "Roubert? Que é o nosso pai?

—Você tem coisas mais importante para se preocupar. Seu marido e sua filha precisam de você.

—Sei muito bem dos meus deveres, irmão. Não precisa ficar me dizendo algo que estou ciente desde quando fui uma garotinha. —Resmungou— Meu marido entendeu a situação e pediu para que eu viesse o mais rápido, ele ficou com a Eloíse sem nenhuma reclamação.

Após ter se casado e virado mãe, Melina estava mais madura tanto fisicamente quanto mentalmente. Suas palavras eram firmes, não era a mesma de um ano atrás. Não tinha o que reclamar da sua vida, sua segunda família era muito especial, Izan um bom marido e Eloíse uma anjinha, e para completar estava tendo os seus devidos reconhecimentos musicais.

Melina participou de muitos concertos e bailes, em ambos tocava livremente e era admirada, e naquele fim de mês teria uma apresentação no teatro principal de Londres.

ODIADA POR UM BARÃO || LIVRO II Where stories live. Discover now