𝒞𝒶𝓅í𝓉𝓊𝓁𝑜 𝒳𝐼𝐼

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Emery amanheceu animada e cantarolando pelo quarto, Cornelia que dormia no quarto ao lado, ouvia perfeitamente o seu cantarolar de sua irmã mais velha. Obviamente o motivo se tratava do baile da noite passada, Emery passou muito tempo ao lado de Kister como se fossem verdadeiros amigos, e, em modéstia parte, os dois sabiam enganar todos. Com risadas, e comentários improvisados.

Emery sorriu soltando um suspiro forte, puxou a pequena cadeira e se sentou diante a sua pequena mesa escura, abriu a gaveta e retirou alguns papeis limpos de cartas juntamente com envelopes detalhados.

Mergulhou a caneta de pena no seu pequeno pote de tinta preta e começou a escrever em seu papel em branco.

"Caro senhor, espero que esteja disposto enquanto lê minha carta. Devo lhe agradecer pelo esforço que esteja fazendo para acabar com esse determinado boato. Não sabemos quanto tempo continuaremos com essa 'farsa, contudo, espero reencontrá-lo no próximo baile.

"Imagino que deve ter adorado vê a reação das pessoas em realmente acreditar em nossa amizade e aproximação, Lianna é bem esperta algumas vezes e confesso ter ficado com medo dela não acreditar em nós."

"Na próxima vez que me fazer rir de uma forma constrangedora na frente de todos, pensarei duas vezes antes de termos qualquer diálogo "

Emery mordiscou os lábios suavemente enquanto deixava um ponto final na sua última frase, ela sorria sem ao menos notar o quanto aquela troca de cartas com o barão lhe fazia bem.

...

Miles soltou uma risada baixa e singela ao ler a pequena carta da Viscondessa, suas mãos acariciavam lentamente a ponta do queixo, o anel dourado no seu dedo indicador raspava suavemente sua pele.

Ele sentiu-se necessitado sorrir pela segunda vez ao lembrar da risada de Emery na frente de algumas rodas de madames, ela sabia ser irritante e ao mesmo tempo contagiante quando sentia vontade.

Jamais pensou que um simples comentário poderia tirar uma gargalhada tão deliciosa da morena.

Quando pensou em retirar um papel de carta para respondê-la e enviar para o mensageiro quanto antes, se assustou com sua mãe, Carllota, parada em frente a porta. Ela o observava em silencio, e pela posição em que estava parecia que fazia um longo tempo que permanecia ali.

—Vejo que tem algo que o diverte bastante, filho —Comentou Carllota. Ela entrava no escritório e fechava a porta com cuidado— Posso saber o que tanto lhe faz sorrir?

—Sorrir? Desde quando estou sorrindo, mãe?

Carllota fez um bico tentando acreditar em suas palavras de fingimento

—Vamos, conte-me —Ela se sentou e colocou as mãos sob a mesa— Qual é o motivo?

—Nada em particular... —Ajeitou-se na cadeira um tanto incomodado— Eu só estava me lembrando de algumas coisas que me vieram na mente e não consegui me segurar... —Tentou se explicar.

Carllota balançou a cabeça, Miles sabia que aquele simples gesto dizia: 'Sei que não está me dizendo a verdade, mas fingirei que acredito".

—Mudando de assunto, —Começou Carllota novamente— Sua irmã e eu estivemos cuidando da saúde do seu pai nas últimas semanas e ele está mostrando uma ótima melhora, não demorará para ele voltar para esse escritório

Miles concordou, aproveitou o rumo da conversa para disfarçar e esconder a carta da Viscondessa entre seus papeis

—Que ótima notícia, mãe. Mesmo que eu e o Roubert não tenhamos as mesmas opiniões, estou feliz por ele.

ODIADA POR UM BARÃO || LIVRO II Where stories live. Discover now