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🌹 LAURA NARRANDO 🌹

Tomei um banho rápido, me troquei com um short jeans lavagem clara e um croped florido e rasteirinha. Presente da minha amiga Vitória.

— Mãe, tô indo viu. — aviso.

— Cuidado, minha filha. — diz me dando um beijo na cabeça.

Dou um abraço apertado em minha mãe e saiu de casa. Procuro sempre abraçar e beijar muito minha rainha não sei quando será a última vez.

Afinal, a vida é um sopro. Hoje ela
está aqui, amanhã pode não tá.

A casa da Dona Márcia não ficava muito longe da minha, era na rua de cima. Subi o morro tranquilamente cantando uma música em pensamentos.

Chego em frente a casa da Dona Márcia e respiro fundo antes de chamar. Sei que ela me odeia (não faço ideia do motivo) mas ela me odeia e sei que ela já vai vir com grosserias para o meu lado.

— Dona Márcia — chamei.

Alguns minutos se passou e ela saiu de casa me olhando estranho. Com certeza, não imaginava que eu viria tão "rápido ".

— O que está fazendo aqui, menina? — pergunta abrindo o portão — Achei que tinha sido bem clara quando eu disse que não quero saber de suas desculpas esfarrapadas.

— E quem disse que eu vim dar "desculpas esfarrapadas"? — ergui o dinheiro — Eu vim acertar o aluguel.

Os olhos da bruxa até brilharam e ela se aproximou de mim.

— Hum —  puxa o dinheiro da minha mão — Me deixe só conferir se está tudo certo. — diz contando o dinheiro em voz alta me fazendo revirar os olhos. Que mulher insuportável.

— E então? — pergunto irônica ao ver que ela terminou sua "contagem".

— Está tudo aqui... — diz alisando as notas — Mas me diz uma coisa, como você conseguiu o dinheiro tão rápido? Está virando marmita desses traficantes? — pergunta com um sorriso idiota no rosto.

— Você não queria o pagamento? — levanto as sobrancelhas — Então, pronto! Como eu fiz ou faço para conseguir dinheiro não é da sua conta.

— Olha ela, mostrando as garrinhas de fora... Atingi seu ponto fraco?

Só queria saber por que essa mulher
me odeia tanto? Eu nem a conheço. Nunca lhe fiz mal. Eu nunca tinha trocado uma palavra se quer com ela, até hoje.

— Bom, esse mês já está ok né? Então é isso. Passar bem. — digo lhe deixando sozinha e saindo dali batendo os pés.

Que mulherzinha insuportável.

A casa da Ju ficava bem perto também então não demorou muito para que eu chegasse até sua casa. Chamei a mesma que saiu para fora segurando a Bia no colo (a menininha linda que eu cuido). Bia está cada dia maior e linda.

— Oi, Ju. — digo animada lhe dando um beijo no rosto — Oi bebê — dou um cheiro gostoso na Bia.

— Oi, Lau. Eu ia mesmo te ligar agorinha. Vem, entra. — Juliana diz me dando passagem para que eu entrasse em sua casa — Quer beber alguma coisa?

— Quero uma água, por favor. — peço.

Está um calor dos infernos aqui no Rio de Janeiro.

— Está um calor terrível hoje. Bia fica toda assadinha nas dobrinhas. — diz enquanto me entrega um copo com água.

— Sim, tadinha. Tem que deixar ela o máximo possível sem muita roupa, apenas de fraldinha. Dar uns 4 banhos por dia e passar pomada ou maisena. — digo bebendo minha água que estava geladinha. Uma delícia.

No Morro - DEGUSTAÇÃO Where stories live. Discover now