Medo

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Na espreita daquela velha casa há medo.

É possível senti-lo da ponta dos seus pés até o topo de sua cabeça através de um arrepio estremecedor.

O que é estranho, é que não há o que temer. Não há boatos de assombramentos ou fantasmas, não há vampiros ou lobisomens, não há demônios ou perversão. Então, por que todos temem esse canto de fim de mundo?

Um jovem olha pela janela de seu quarto. E não vê nada. Então se pergunta, por que construir uma casa aqui? Por que sua família decidiu vir aqui? É assustador.

E não há nada ali. Seja barulho de humanos ou animais, de fantasmas ou monstros. Seja insetos irritantes, bosques aterrorizantes ou veículos barulhentos que atrapalham a estadia. Absolutamente nada.

Tudo que tem é o silêncio. E o medo.

O garoto está com medo do silêncio.

E o silêncio sempre teve medo de companhia.

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