Justiça cármica

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TW: Esse capitulo inclui uma tentativa de estupro envolvendo o Kenma e um personagem sem nome e a morte de diversos personagens sem nome.

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"Me diga algo sobre você." Oikawa deitou-se na cama com alguns centímetros entre ele e Iwaizumi, que o encarou enquanto se deitava paralelo ao inglês.

Eles estavam no quarto há algumas horas, inquietos e ainda assim castos. No momento em que os beijos esquentavam ou o toque se tornava obsceno, Tooru cambaleava para trás ou recuava para o outro lado da sala para por espaço entre eles, como se lutasse para compreender o que estava acontecendo. Ele vagava em círculos pensativos e brincava com seu cabelo castanho macio enquanto tentava tomar decisões que já havia tomado secretamente, mas tentava negar.

A posição deles na cama tinha sido o local de descanso final da noite, eles ficaram ali satisfeitos por um longo tempo, praticamente em silêncio, apenas olhando.

"Não," Iwaizumi respondeu suavemente, mas com muita firmeza ao mesmo tempo, "Você não quer saber coisas sobre mim, não há muito que você vá gostar."

"Você não sabe disso." Tooru franziu a testa, "Eu gostaria de aprender mais, conhecer você, parece que isso deveria acontecer antes de... Todo o resto."

Hajime sorriu de lado "Todo o resto?" Ele ansiava por ouvir uma descrição do que eles tinham, mas da boca do jovem bonito à sua frente: "Diga-me o que nós somos". O som de gritos de prazer e de uma cama balançando ecoou pela parede que separava o quarto do outro, para onde Issei havia levado Takahiro. "Parece que seu companheiro de tripulação não é tão tímido quanto você, meu pequeno cozinheiro."

As bochechas de Oikawa queimaram: "Bem... eu sou cristão."

"E eu estou de joelhos assim como você fica quando implora por uma bênção." Hajime respondeu com um carinho sutil no antebraço de Tooru que o fez sentir calafrios: "Você não tem a menor ideia do que é necessário para eu ver os ingleses como pessoas. Eu nunca imaginei que iria perseguir um de vocês por qualquer motivo que não fosse para perfura-los com uma adaga e um-" Ele notou os olhos de Oikawa se arregalando com um traço de medo e fez uma pausa em sua hipotética descrição: "De qualquer forma, eu só acho que isso é um milagre."

Com algum desgosto, Tooru considerou a confissão do homem como se fosse totalmente pouco romântica, mas genuína ao mesmo tempo. "Por que?"

"Por que o que?"

"Parece que ninguém vai nos dar uma resposta direta sobre por que todos vocês nos desprezam tanto. Nós... acho que fomos ensinados a odiar você, mas as razões são vagas. Eu não tinha nenhuma razão além da cultura antes de conhecer todos vocês... e vocês me deram razões."

Hajime mordeu o lábio e rolou de costas para olhar o teto de madeira sujo, entrelaçando os dedos. "Você é um garoto sensível, grita e chora com frequência, não é como a maioria dos ingleses que conheci. Muitos de vocês são monstros apáticos." O pirata fez uma pausa para refletir sobre o quanto ele falava perto de Tooru, pelo menos dez vezes mais do que falava com qualquer outra pessoa... talvez nunca tivesse falado tanto.

"Isso parece uma generalização grosseira." Oikawa murmurou.

Iwa olhou para ele, com um semblante mortalmente sério, cabelo cortado irregularmente caindo em seu rosto. "É verdade baseado em minha experiência." Ele sussurrou como se fosse uma confissão sagrada. "Você é uma exceção".

O coração de Tooru saltou com a singularidade de sua posição como o único de seu povo por quem aquele homem brutal e implacável parecia sentir alguma consideração. "O que aconteceu para fazer você se sentir assim?" Ele puxou um fio solto da roupa de cama velha e surrada, manchada com sabe-se lá o quê.

Pego entre o diabo e o profundo mar azul [PT-BR]Where stories live. Discover now