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nome quando ele gozasse.
Meu coração afundou no peito. Fantasiar sobre ele era um viagem sem volta
para a terra dos problemas. Eu estava prestes a conseguir meu diploma. Ele era
um executivo. Ele não tinha nada a perder, enquanto eu tinha tudo.
Tomei banho e me arrumei rapidamente para meu almoço com Porsche e porchay.
Sara e eu nos víamos todos os dias no trabalho, mas porchay, minha melhor amiga
desde o colégio, era mais difícil de encontrar. Ele era uma comprador na Gucci
e enchia meu armário com amostras e sobras de liquidação. Graças a ele e a
seus descontos, eu possuía algumas das roupas mais lindas que o dinheiro podia
comprar. Eu ainda pagava caro por elas, mas valia a pena. Tinha um bom salário
na sumettikul Media, e minha bolsa cobria todos os custos com educação, mas ainda
assim eu não poderia gastar 1900 dólares em um vestido sem depois querer
cometer suicídio. Às vezes eu me pergunto se o Elliott me paga tão bem porque
sabe que sou a única que consegue lidar com seu filho. Ah, se ele soubesse de
certas coisas...
Decidi que seria uma péssima ideia conversar com os garotos sobre o que estava
acontecendo. Quer dizer, o Porsche trabalha para Macau  e cruza com Vegas
a toda hora. De jeito nenhum eu poderia pedir que ele mantivesse esse tipo de
segredo. porchay, por outro lado, chutaria o meu traseiro. Por quase um ano ele
escutou minhas reclamações sobre o quão idiota ele era, e com certeza não
ficaria feliz em saber que estávamos transando. Duas horas depois, eu estava
sentada com os dois  melhores amigos, bebendo uma batida de champanhe
e frutas no pátio de nosso restaurante favorito, conversando sobre homens, roupas
e trabalho. porchay me surpreendeu com um vestido feito com o tecido mais
suntuoso que eu já tinha visto. Estava dentro de uma sacola pendurada na cadeira
ao meu lado.
– Então, como vai o trabalho? – porchay perguntou, entre uma mordida e outra em
seu melão. – Aquele imbecil do seu chefe ainda está te enchendo o saco, pet?
– Ai, aquele cretino irresistível – Porsche suspirou, e eu fiquei olhando para minha
batida de champanhe. Ele colocou uma uva na boca e começou a falar: – Deus,
você precisa ver ele, porchay. Esse é o apelido mais perfeito que já ouvi. Ele é um
deus. É sério. Não tem nada de errado com ele, fisicamente. O rosto perfeito,
corpo, roupas, cabelo... Oh, Deus, o cabelo. Ele tem aquele tipo de cabelo que
parece cuidadosamente desarrumado – ele disse, fazendo um gesto em sua
própria cabeça. – Como se tivesse acabado de transar com alguém. Eu revirei os
olhos. Não precisava que me lembrassem daquele cabelo.
Mas... e não sei o que a Pete  te contou... ele é terrível – continuou Porsche,
ficando cada vez mais séria. – Quer dizer, depois de quinze minutos de conversa,
eu quis furar todos os pneus do carro dele. É o maior idiota que já
conheci.
Quase engasguei com um pedaço de abacaxi. Se a Porsche soubesse... Realmente, o
cara era abençoado em se tratando de anatomia. Era injusto condená-lo por isso.
– Mas por que ele é tão idiota assim?
– Vai saber... – Porsche disse, e então piscou como se estivesse tentando entender os
motivos. – Talvez a infância tenha sido difícil.
– Você já viu a família dele? – eu perguntei, com ceticismo. – Eles até parecem
ter saído de uma daquelas pinturas do Norman Rockwell de tão perfeitos que são.
– É verdade – ele reconheceu. – Talvez seja algum tipo de mecanismo de
defesa. Tipo, ele pode ser cruel assim porque sente que precisa trabalhar mais
duro do que qualquer um para provar que não é só um rostinho bonito que
conseguiu um cargo de chefia.
Eu ri.
– Não existe uma razão por trás disso. Ele pensa que todo mundo deveria se
importar e trabalhar tanto quanto ele, mas a maioria das pessoas não pensa
assim. E isso irrita ele.
– Você está defendendo ele, pet? – Porsche perguntou com um sorriso de surpresa
no rosto.
– Definitivamente não.
Percebi que os olhos azuis de porchay estavam me encarando e se apertaram num
silêncio acusador. Eu tinha reclamado bastante do meu chefe para ele nos
últimos meses, mas talvez eu tivesse “esquecido” de mencionar o fato de que ele
era lindo.
– Pete , o seu chefe é um gostosão? Você estava escondendo isso de mim? – ele perguntou
– Ele é bonitão, mas sua personalidade é muito difícil de aguentar – tentei
parecer o mais indiferente possível. porchay sabia como ler todos os meus
pensamentos.
– Bom – ele disse, levantando os ombros e tomando um longo gole de sua batida
–, talvez ele viva irritado porque tem um pau pequeno.
Bebi o resto do meu champanhe enquanto meu  dois amigos riam sem parar.
...
Na segunda-feira de manhã, eu estava um pilha de nervos enquanto entrava no
prédio da empresa. Tinha tomado uma decisão: não iria sacrificar meu emprego
por causa da nossa falta de juízo. Eu queria encerrar essa posição com uma
apresentação perfeita para a banca examinadora do MBA, e então sair e seguir
com a minha carreira. Chega de sexo, chega de fantasias. Eu poderia
tranquilamente trabalhar – apenas profissionalmente – com o sr. Vegas  por mais
alguns meses.
Sentindo necessidade de incrementar minha confiança, usei o vestido novo que o
porchay me deu. Ele acentuava minhas curvas sem ser muito provocativo. Mas
minha arma secreta era minha calcinha(sim, o Pete gosta de usa calcinhas). Sempre gostei de lingeries caras, e
desde cedo aprendi onde encontrar os melhores preços. Vestir algo sexy debaixo
das minhas roupas faz eu me sentir poderoso, e a calcinha que eu estava usando
com certeza cumpria essa função. Na frente, era de seda preta enfeitada com
bordados, e a parte de trás era formada por uma série de fitas de tule que se
entrecruzavam no centro, onde havia um gracioso laço preto. Com cada passo, o
tecido do vestido acariciava minha pele. Hoje eu poderia aguentar qualquer coisa
que o sr. Vegas  dissesse, e poderia dizer tudo de volta se fosse preciso.
Cheguei cedo para ter tempo de preparar a apresentação. Não fazia exatamente
parte do meu trabalho, mas o sr.  Vegas  se recusava a ter uma assistente exclusiva
para isso, e quando ele fazia as coisas sozinho as apresentações acabavam sendo
um desastre no campo das amenidades: nada de café ou comida, apenas uma
sala cheia de gente, slides e folhetos perfeitos e, como sempre, trabalho sem fim.
O saguão do prédio – um vasto espaço com a altura de três andares, que reluzia
com granito polido no chão e mármore nas paredes – estava vazio. Quando as
portas do elevador se fecharam atrás de mim, comecei a me preparar
mentalmente, lembrando de todas as discussões que tivemos e dos comentários
maldosos que ele fazia.
“Digite, não escreva nada à mão. Sua caligrafia parece a de uma criança da
terceira série, srto. puttha.”

cretino irresistível ( Vegaspete adaptação)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz